Por que as mesmas notícias que, dizem, derrubar os mercados são às vezes completamente ignoradas? Vejam uma lista de indicadores divulgados na semana passada em terras yankees. Dos 3 assinalados, aquele relativo ao de encomendas de bens duráveis (durable orders, em vermelho) mostrou uma contração muito maior (13,2%) que o consenso do mercado (5,0%) e o da previsão dos analistas do Briefing.com (6,5%). Números comparáveis a esses, de tão ruins, só podem ser vistos em 2009. Não foi só isso. O PIB/2o.trim e o Índice de Compras dos Profissionais de Chicago também vieram abaixo das expectativas, respectivamente, em 1,3% e 49,7. Ainda assim, o mercado praticamente os ignorou. Não deveriam os tais fundamentos da economia servir de orientação aos preços? Por que preços e fundamentos se mantêm desconectados por períodos tão longos que é quase impossível de acreditar? E, de repente - sem nenhum aviso - parecem atuar em sincronia gerando quedas medonhas, crashes e rallies? O fundamentalismo ortodoxo é incapaz de fornecer tais explicações. Ao longo dos anos descobri que métricas tradicionais ganham relevância apenas em extremos. E passam a fazer parte significativa da análise do mosaico. Apesar de ser essa a resposta é também o problema, porque raramente alcançam extremos.
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