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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Groupon Deal: 80% Discount On Its Shares


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

U.S. Equities Running On Fumes



domingo, 5 de agosto de 2012

Pindorama, A Revolução dos Imbecis

[Não, não errei de blog. O título é esse mesmo.]

Quando era criança toda vez que começava uma frase com "a gente" meu pai não deixava terminá-la. Interrompia dizendo "nós". Trago comigo essa grata reminiscência da infância. Na época expressões do tipo "a gente vai" soavam meio estranhas. Embora a concordância estivesse, claro, correta.  "Nós vamos" ou apenas "vamos" (e suas variações fonéticas) era o padrão falado. 
Não foi até o surgimento da internet que a maioria dos indivíduos razoavelmente letrados teve conhecimento do fato inequívoco de que milhões e milhões de habitantes de Pindorama dominam apenas elementos básicos da Língua Portuguesa. Confesso que, de início, pensava estar minha amostragem viciada (para pior). Ou seja, supunha que meu universo amostral não refletia a média da população. Com o passar dos anos comecei a observar que esse era o padrão da população de classe média das grandes capitais. Esse é um fato indubitável ao percebermos que, inclusive, profissionais de jornais de grande circulação incorrem em erros de concordância gramatical e sintaxe primários. Nessa seara corretores de editores de texto ainda têm utilidade muito restrita. E sítios comerciais (companhias aéreas, corretoras de valores, dentre outros) trucidam diariamente o vernáculo. Os únicos que preservam o seu uso correto, smj, são colunistas da velha guarda de periódicos. Emissoras de televisão são o principal veículo de propagação de barbarismos da língua. "Vamos se vestir", "pra mim fazer" e outras excrescências são facilmente encontradas nos programas televisivos.


Se você utiliza corretamente sinais gráficos como crase, considere-se um privilegiado. Se você sabe quando escrever "por que", "por quê", "porquê" e "porque", considere-se um sério candidato à Academia Brasileira de Letras. Dados do Instituto Paulo Montenegro mostram que 38% dos universitários não dominam totalmente habilidades de leitura e escrita (aqui). E 4% dos graduados no ensino universitário são analfabetos funcionais. Ou seja, Pindorama - o país do embuste e da empulhação - deixa também sua marca indelével no sistema educacional. Infelizmente na Idade Moderna a transmissão do conhecimento se dá em grande parte por meio da escrita. Vejam que se é possível comprar gasolina com 20% de etanol, "parcelar em 12 vezes sem juros" e "não aumentar a dívida pública com aportes do Tesouro ao BNDES" por que não ser beneficiário de um "diproma de nível superior"?
O projeto de imbecilização do brasileiro vem de longa data. Já era um modus operandi conhecido da Coroa Portuguesa. Temia-se que locais letrados questionassem o domínio das colônias. Não por acaso as instituições de nível superior por aqui não surgiram antes do início do séc. XIX. A título de comparação, saiba-se que, por exemplo, as Universidades de  São Domingo e a de São Marcos (em Lima) foram criadas, respectivamente, em 1538 e 1551. Isso explica em grande parte a discrepância atual entre os níveis de desenvolvimento humano das ex-colônias espanholas e portuguesas. Pelo status quo a defasagem tecnológica do país está praticamente garantida pelas próximas 4 gerações.
A índole acomodativa do habitante já colocou no Palácio do Planalto um semianalfabeto e uma mestranda que mantinha currículo falso na plataforma Lattes do CNPq. O princípio   "one man, one vote" vaticinou que a nossa revolução se dará pela mão dos imbecis (qualquer que seja ela).