DISCLAIMER


DISCLAIMER: 1. The risk of trading equities and/or derivatives can be substantial. 2. Any decision to purchase or sell as a result of the opinions expressed in this blog will be the full responsability of the person authorizing such transaction. 3. Past performance is not indicative of future results.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

God Save the Fractals

Uma das maravilhas da Teoria Dow é a sua natureza fractal. Os padrões repetem-se em todos os timeframes. Os entry points no gráfico diário podem ser enormemente melhorados ao monitorarmos tempos menores.

Abaixo segue um chart de 60 min de CSN ON, onde se vislumbra um típico fundo duplo (double bottom). O preço mínimo do último fundo, muito comumente, fica um pouco abaixo do anterior. Com grande pressão vendedora formou-se o primeiro fundo. Com volume mais modesto, o segundo (fruto da estado de dúvida dos players). Em seguida, viu-se um candle bullish com enorme disposição dos compradores, confirmando o padrão.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Heads, I win. Tails, You lose.

Os leitores recentes talvez não tenham conferido a rápida análise do IBrX-50 em 14/02: http://marketsbyfactfinder.blogspot.com/2008/02/ibrx-50-on-go.html O target mostrou-se adequado.

Disse em outra oportunidade: o mercado caminha na direção que cause frustração ao maior número de traders/investidores. Na seqüência de um "V-type" bottom - um dos mais poderosos -, os índices nacionais caminham lentamente em linha reta em direção aos seus topos históricos. Traders se enervam porque o tão esperado pullback para novo ponto de reentrada não acontece. E o que está sobrecomprado pode ficar mais ainda.

Qual o contexto psicológico dos players? Subidas lentas não provocam alteração significativa no estado de ânimo dos participantes. E os minishakeouts no diário implicam na expulsão de uma pequena parcela dos weak-hands, garantindo combustível adicional para a alta seguinte (vide região dentro quadrado). Imagino que o cenário atual seja bem favorável para um lançamento coberto (covered call) "out-of-the money" (OTM) nos papéis com liqüidez em suas respectivas opções.

Fazendo uma rápida associação intermarkets, poder-se-ia dizer que os Mercados Emergentes (EMs) se beneficiaram de uma conjuntura bastante favorável: Dollar Index em queda e as maiores médias yankees (DJIA, S&P500 e Naz) rompendo suas resistências.

Duratex Case: Got the message?

Cada candle (ou barra) nos charts traça um retrato psicológico dos players. Seja ele hourly, diário ou semanal. Cabe ao operador compreendê-los por meio do binômio estudo & experiência. A queda de quase 7% em 2 dias pode ser considerada normal a partir do contexto delineado anteontem no post "Houston, we have got a problem." Recomendo a (re)leitura deste.
Vale uma observação: na análise de Duratex PN não fiz uso de osciladores.

* Quem acompanha o blog sabe que a linha azul é uma reta e não uma up trendline.
* Update do dia 28/02: Mesmo antes do fechamento já é possível identificar grande acumulação na região da reta. Ou seja, esta se habilita agora ao status de linha de tendência de alta (de curto prazo).

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Por que Caiu?

Há várias respostas dependendo do interlocutor...

1. "Chilique do mercado. Os fundamentos não mudaram", diz o fundamentalista ortodoxo;
2. "Mais vendedores que compradores", diz o grafista ortodoxo;
3. "Discurso pessimista do presidente do FED", diz a mídia;
4. "Porque eu comprei. Sou um puta azarado", diz o neófito;

Chistes à parte, passo a um caso concreto. O price action de CSNA3 impressionou no meses de janeiro e fevereiro ao registrar altas substanciais diante de um Ibovespa letárgico. Cada dia de alta "sem explicação" atiça a ganância dos espectadores. Li algures uma frase genial, the rally turns skeptics into believers. O final desse processo é o blow-off (ou buying climax) onde os amadores pulam a qualquer preço dentro do papel e os profissionais saem. Em meio ao processo surgem motivações para a queda. Não por coincidência no dia 21 a corretora Merrill Lynch rebaixou CSN de compra para neutro. E provavelmente serviu de incentivo adicional para uma forte realização. Convém lembrar que o processo é praticamente idêntico àquele ocorrido em Vale PNA em outubro do ano passado. O clímax de compra é um processo natural e independe de notícias, ao contrário da crença popular.

Nas palavras de Alan Farley, "buy the first pullback from a new high." Pela minha experiência o mandamento vale mesmo para os casos de blow-off. Estes não representam o beijo da morte para os ativos. Em geral, apenas uma parada para reflexão.

* PS: Os operadores do aftermarket deram ontem tom pessimista. Mal comparando fornecem indicações similares aos dos odd-lotters yankees (operadores do mercado fracionário).

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Houston, we've got a problem.

Na maior parte do tempo a estrutura do mercado é dúbia. Em poucas oportunidades ele a exibe de maneira decisiva, muitas vezes na convergência de vários elementos gráficos. Um bom exemplo foi dado por Duratex PN hoje.

As médias móveis (moving averages) de 20 e 50 dias têm importância peculiar no comportamento do papel.* Tais linhas amparam visivelmente regiões de demanda (S) e oferta (R). Após um forte rally de 3 dias no início de fevereiro. Dura4 entrou em consolidação, fazendo sugerir uma bull flag em formação. E hoje estranhamente houve forte selloff com sensível pressão vendedora, o que não é característica de consolidações benignas. Para piorar a MM50 descendente parece exercer pressão sobre o papel....

Os movimentos mais fortes quase sempre resultam de expectativas frustradas. A negação da ocorrência de uma bandeira tende a expulsar os technicians de curto prazo, gerando pressão vendedora adicional.

Resultado: a chance de estar em curso uma bull flag que poderia levar Duratex PN a novos patamares diminuiu sensivelmente . Claro que amanhã tudo pode mudar. Mas hoje vimos o writing on the wall...

* Cada ativo possui um comportamento peculiar, resultado da interação dos mesmos players dia a dia. Por isso, a análise deve ser um processo ad hoc;
** Um outro fato me faz pensar que não há uma perspectiva muito alvissareira para Dura no curto prazo. Investidores no aftermarket interpretaram a queda de hoje como uma oportunidade de compra.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

S&P500 - Still Down and Out?

Prestigiemos um pouco o SP500, maltratado pela grande peso de empresas do setor financeiro em sua composição...
Como se vê, bulls e bears estão chegando a um fino equilíbrio. Notavelmente 1370 tem se constituído em forte resistência (pto. de excesso de oferta) no curto prazo. Mas o momentum favorece os compradores (vide ind. de preços no plano de fundo).

SPY traders, swing for the fences above 1370!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Shakeout Revisited

Shakeout: "2 : a period or process in which the relatively weak or unessential are eliminated." (Merriam-Webster)

Ou, em bom vernáculo pindorâmico, uma sacudida. Os emerging markets (EMs) - em especial o Ibroxespa - repetiram em janeiro o mesmo padrão gráfico feito no fundo de agosto do ano passado: um fundo em "V" ("V-type bottom"). O vértice do "V" representa o ápice de pavor e pânico onde quase os weak-hands* são eliminados do mercado. Apesar de ser um tipo de fundo raro, tivemos 2 em menos de 6 meses. Fantástico. Os investidores pistoleiros (gunslingers) que acreditaram em sua repetição won big. Impossível saber se um fundo será retestado ou não...

No ano Ibroxespa retornou 1,13%, com parciais de -6,88% em janeiro e 8,60% em fevereiro (que não terminou). Impressionante. O IBrX-50 ainda no vermelho com -0,82%, resultado de selloffs mais intensos no setor bancário e em Vale PNA e ON. No ano a rentabilidade de meu capital está em aprox. 2,90% (0,68% em janeiro). Bueno, se eu adotasse uma abordagem do tipo gunslinger, meu ROE estaria entre -10% e +10% provavelmente. No entanto, procuro consistência e não homeruns.

Paul Tudor Jones tem algo a nos dizer sobre isso: "Why risk everything on one trade? Why not make your life a pursuit of happiness rather than pain? I decided that I had to learn discipline and money management."

O target sugerido no post "IBrX-50 on-the-go" continua válido. E enquanto houver ceticismo no mercado, ele continuará subindo. A chave para um rally mais consistente está nas mãos dos players de Wall Street. Em breve, volto ao nosso bom e velho DJIA.

* PS. Uma vez tomando um chopp com o pai de um grande amigo, antigo corretor e investidor da Geração Futuro, ouvi a expressão "calças-frouxas". rs

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Which One Holds the Key?

Clif Droke é um conhecido analista técnico yankee, autor de alguns livros básicos abordando tópicos isolados sobre o assunto. Tomei conhecimento do artigo abaixo em um sítio de terceiros. Em suma, conclui que a contraposição entre AF e AT é apenas aparente, já que são complementares.
Anexo também um chart mensal de Netc4 (ex-plim4). O rally iniciado em 2002 encontrou um muro em uma área de excesso de oferta originada há 10 anos? Um food for thought adicional...
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http://www.clifdroke.com/articles/feb2008/021908/021908.mgi
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One of the things Bloch always maintained was that technical analysis, to be extremely useful, should be used mostly for short term trading. Beyond the short term, he said, technical analysis loses its accuracy and is less useful for the longer term time frames. That’s not to say that looking at long-term charts is a wasted exercise, only that a strictly technical approach to predicting the long term outlook for stocks isn’t advisable. To get the long-term outlook, one must look beyond the purely technical approach. That’s where fundamental analysis comes in.
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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

3, 2, 1...Ignition!

Talvez a volatilidade seja até mais cíclica que os preços. Nas palavras de John Bollinger, "High vol begets low vol, and vice-versa". O inconveniente é que - como dinheiro não dá em árvore - adivinhar pra que lado o papel segue é uma tarefa que requer estudo e prática (e alguma dose de inspiração). Segue acima um chart de 60 min do ADR de Petr (ticker PBR).
O Avrg True Range não é um medidor preciso de volatilidade mas gera resultados satisfatórios.

So get ready for the action!

* Update de Vale PNA: A análise mostrou-se correta (vide post de segunda-feira, 18/02). Foi possível ontem (terça) e hoje comprar Vale a preços inferiores aos da venda na segunda feira.

Indicator Fetishism

Ontem um conhecido meu desabafou:
"Olha a CSN! O IFR dela está acima de 90. Cara, como pode?"

Poucas coisas são tão frustrantes quanto assistir da arquibancada a disparada de um papel que acabamos de vender. E, pior, ele não nos dá a mínima chance de reentrada. A esperança é aquele indicador A ou B em estado de sobrecompra. Afinal, se está overbought a qualquer momento terá que cair.

Primeiro, há que distingüir entre indicador e oscilador. Estes oscilam dentro de limites conhecidos (ex: o IFR inevitavelmente estará entre 0 e 100). Aqueles, não necessariamente. O OBV - pra citar um dos mais seguidos em Pindorama - é cumulativo. E, portanto, não está obrigado a oscilar dentro de uma faixa de valores.
Resumindo: Todo oscilador é um indicador. Mas nem todo indicador é um oscilador.

Um fetichismo por indicadores pode deixar o praticante desorientado. Na pior das hipóteses, dirá que gráficos não funcionam e buscará consolo em idéias fundamentalistas. A verdade é que tendências mais fortes manterão osciladores por muito tempo em valores extremos. E o que já parece overbought ficará mais overbought ainda (ou oversold, se for no sentido contrário). Osciladores se prestam a trading markets (de lado) e não a trending markets (em tendência).

O maior erro dos neófitos (e não só deles) é achar que os preços devem confirmar os indicadores/osciladores, quando na verdade deve ser o inverso. O parâmetro principal da Teoria Dow são os preços. E estes deveriam balizar as decisões de compra/venda. Se os indicadores confirmam o price action (e geralmente o fazem), ótimo.

Quem está aprendendo a dirigir ainda não pode dizer que este ou aquele veículo não presta.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Preparar...Apontar...GAP!!

Gaps (ou windows, no jargão da escola oriental) são espaços deixados nos gráficos de uma sessão para outra. Ocorrem com muito mais freqüência em charts diários que em semanais ou mensais. São resultado da precificação de toda as informações reunidas enquanto as bolsas estão fechadas. Convém lembrar que mercados que não fecham dificilmente irão exibi-los [Exemplo do Mercado Forex (moedas)].

É um assunto que não se esgota em poucas linhas. E certamente voltarei a ele em outras oportunidades. Por hora denuncio o erro principal da maioria: comprar papéis em dias de gap, como hoje. O neófito quase sempre sucumbe às emoções provocadas por papéis que pulam na abertura 3, 4, 5%. Serenadas as fortes emoções dos participantes o price action recua. Áreas deixadas pelos gaps são suportes em potencial. Portanto, bons entry points. E, ao contrário da crença popular, nem sempre se fecham. A sintonia fina para a entrada deve ser feita em timeframes menores.

Atenção especial deve ser dada a esses fenômenos gráficos. O potencial de ganho é imenso...
A título de curiosidade vai uma informação: vendi minhas Vale PNA hoje para, com grandes chances, recomprar a preços menores esses dias.*

* Update do dia 19/02: Novos gaps para vários papéis hoje só me fazem diminuir a expectativa de intensidade do pullback, mas não sua ocorrência.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

"Charts Never Lie"

A frase, em epígrafe, que utilizo há anos nas minhas participações em fóruns é muitas vezes mal compreendida. Uns acreditam que prego a superioridade da análise gráfica sobre qualquer outra (a fundamentalista, inclusive). Outros, que sugiro existir algum detalhe só visível a analistas com alto nível de especialização e estudo. Nuthin' further from the truth.

Gráficos não mentem porque não registram intenções de compra e venda. Balanços podem mentir. Auditores independentes podem mentir. Analistas de bancos e corretoras podem mentir. Mas gráficos, não. Registram apenas negócios efetivamente realizados.

Se o banco X coloca recomendação underweight para empresa A, mas acumula suas ações. Isso estará nos charts. Se o CEO acredita em melhora substancial dos resultados, mas vende furtivamente suas ações. Isso também será registrado por eles.

Quanto mais liqüidez possuir a negociação do papel maior a confiabilidade do price action. Quanto mais acompanhadas as atividades de uma empresa menor a possibilidade que se lucre com algo que "só você sabe". Um exemplo que me ocorreu: Em fevereiro de 2007 sugeri que os resultados 4T06 viriam "chinfrins" (um palpite audacioso no bull market atual), antes da divulgação do balanço. Exatamente o que ocorreu. Não interessa quem compra ou vende. O aspecto relevante é o price action. E havia observado que o de PETR4 estava então na contramão das demais empresas do setor mundo afora. Lamento decepcionar os que me atribuem poderes mediúnicos...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Ignore Polarity at Your Own Peril!

Mais um exemplo retirado de um timeframe pouco comum (120 min) de Vale5. A LTB foi tocada 4 vezes (pontos de 1 a 4) e tornou-se referência de resistência. Mas depois de seu rompimento serviu de ponto de parada para o selloff de hoje (seta verde). Aliado a outros technicals a antiga LTB poderia ter se configurado num bom ponto de entrada (um tanto agressivo...é verdade). E ainda há gente que prega a aleatoriedade do price action nos mercados de livre negociação.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

IBrX-50 on-the-go

De saída mas ainda em tempo de dar uma pincelada no IBrX-50...

A seta mostra o Princípio da Polaridade em ação. Dessa vez, no sentido inverso. A resistência rompida (aprox. 8700) atuou como suporte no rápido pullback. E se imaginarmos que tal correção foi uma bull flag, o target remeterá ao topo histórico (TH). Detalhe: não há target temporal para tal movimento.

Surgeon General's Warning: Não é uma previsão. AT é atividade probabilística e não determinística.

Principio da Polaridade


Talvez devido à pouca bibliografia disponível em português e ao excesso de interesse comercial envolvendo a análise gráfica (vide o post "Deseducação Virtual" abaixo), algumas lendas surgem sobre o tema. Uma delas: Acompanhamentos gráficos não são adequados para investimentos de prazo mais longo.

Vejamos um exemplo recente de Telesp (TLPP4). Nota-se uma linha de tendência de alta com origem em abril/2004 (!), com confirmação em meados de 2006. Para confirmar uma (LTA) são necessários 3 pontos. E não 2 como se lê por aí (não se trata de geometria euclidiana). No final de 2007 tivemos evento relevante no ativo. Um rompimento inexorável. Um throwback está em curso no papel e parece ter estacionado justamente sob a ex-LTA. Nas tentativas de retorno em nenhum momento o price action semanal fechou acima da linha de tendência. É possível que volte para parte superior da LT. Mas dados os technicals do mercado, o grau de inclinação e da força do rompimento, é algo bem improvável.

O Princípio da Polaridade diz que suportes rompidos viram resistências e vice-versa.

E os princípios da Teoria Dow aplicam-se em qualquer tempo (timeframe) seja intraday ou semanal, como se vê.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A Incerteza Morreu! Salve a Incerteza!

Existe uma frase yankee em relação aos mercados da qual sou fervoroso apreciador:

"Markets like climbing a wall of worry."

Ou, em tradução informal, os mercados gostam de escalar um muro de preocupação. Isso quer simplesmente dizer que a despeito de todas as dúvidas dos vários players sobre o cenário macroeconômico o price action surpreendentemente continua subindo. Embora pareça um paradoxo, tal fato é plenamente justificável. Enquanto pairar desconfiança - na maior parte do tempo insuflada pela mídia "especializada" - entre os participantes, há combustível para altas. Por outro lado, quando houver consenso no mercado quem continuará comprando?

Por isso, especular é tão difícil para a maioria das pessoas. Ir contra a manada é uma tarefa socialmente reprovável e geneticamente desfavorável. Então dá próxima vez que o Jornal da Globo ou a Bloomberg passar dias a fio comentando as incertezas do mercado, a despeito do price action continuar favorável, mude para o Canal Rural. Fará melhor ao seu bolso.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Deseducação Virtual

Dentre os vários serviços oferecidos pelas corretoras está o de deseducação financeira, promovido principalmente nos chats, alguns de freqüência diária. Abaixo segue um recente, retirado do sítio de uma das maiores corretoras do país:
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"11/02/2008 - Segunda-feira
(10:00:05) FC responde para TODOS : Bom dia a todos! Vamos dar início ao nosso chat de Análise Técnica desta segunda-feira.
(10:00:35) HELL pergunta para Convidado Bom dia! Gentileza comentra BEES3. Grato
(10:02:54) FC responde para TODOS : Banestes segue congestionada, com suporte a 1,01 e resistências a 1,25 e 1,34.
(10:00:42) Mercadion pergunta para Convidado Poderia comentar BMTO4 ? Obrigado
(10:06:28) FC responde para TODOS : Brasmotor corrige após movimento de alta, não tendo ainda revertido a tendência de baixa. Tem resistência a 1,03 e suportes a 0,82 e 0,65. Pode estar formando uma flâmula, mas tal padrão só será confirmado se a resistência a 1,03 for ultrapassada.
(10:00:44) Gregor pergunta para Convidado Fábio!!! Bom dia!!! Poderia comentar BMEF3? Obrigado.
(10:09:02) FC responde para TODOS : Bom dia Gregor! BMEF3 Segue ainda indefinida no médio prazo e só ganhará força se a resistência a 17,94 for vencida. tem suportes a 15,34 e 13,78.
(10:00:53) Nelson pergunta para Convidado Bom dia. Poderia comentar BBAS3 - S/R e qual caminho mais provável do papel no curto prazo? Obrigado."

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A análise gráfica (subtipo da técnica) é uma ferramenta de acompanhamento e não de previsão. Qualquer coisa além disso enquadra-se em wishful thinking. Atingir determinado patamar de preço não é garantia de que o ativo siga na direção imaginada.

Explica-se: tão importante quanto o patamar de preço do ativo é como ele chegou lá.

Para o momento, nada mais adequado que uma passagem do clássico de Jesse Livermore (Reminiscences of a Stock Operator):

"The game of speculation is the most uniformly fascinating game in the world. But it is not a game for the stupid, the mentally lazy, the man of inferior emotional balance, or for the get-rich-quick adventurer. They will die poor."

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Options: Fool's Gold

A estória é a mesma. Mudam apenas os personagens: soube que conhecido meu está contabilizando aprox. R$20k de prejuízo em uma operação em opções. O que valia R$2,35 hoje vale menos que R$0,10. Tudo nasceu de uma indicação de um outro (muy) amigo.

Diz-se que 90% dos players individuais de opções perdem nesse mercado. Ou, como prefiro dizer, 90% criam condições para que 10% ganhem. Alavancagem e a "contabilidade mental"* criam condições para desastres perfeitos. Pela primeira consegue-se manejar somas de dinheiro muito maiores que aquela possíveis com o ativo. Sedutor....E o segundo garante que cada lucro rápido obtido em uma operação seja quase integralmente reinvestido na seguinte. Para exemplificar, R$1k obtidos em um trade de opção serão tratados com mais descaso que o mesmo montante obtido por meio de um emprego tradicional. Os trades bem-sucedidos sugerem ao operador que existe um edge em seu trading system. A dor surge quando o ego do operador o impede de sair com prejuízos ainda pequenos. Espera sempre que o preço volte ao breakeven. A cada dia que passa o tempo se encarrega de corroer o prêmio da opção (time decay ou theta do modelo BS).

O vencimento mensal de séries de opções na Bovespa torna a escolha do timing e do strike (preço de exercício) cruciais na operação. Nunca assimilei muito bem por que parte do mercado se concentra tanto no estudo das Gregas do Modelo de Black-Scholes para opções que só ganham liqüidez em torno de 30 dias até o vencimento. O meu foco sempre será os technicals de curto prazo do ativo-base. E procuro ser extremamente seletivo nos meus setups gráficos, sempre obedecendo uma abordagem top-down. Nem tudo que reluz é ouro...

* Mental or emotional accounting é um tema recorrente na área de Finanças Comportamentais. Em português há um livro de fácil leitura do Nofsinger chamado "A Lógica do Mercado".

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Black Box Investing

Não sei por quais meios chegou à minha caixa-postal um material promocional de uma firma especializada em mercado de renda variável. Dentre os serviços fornecidos estão alertas de trades de curto prazo com base em "finanças computacionais" (assim dizem). Viajam por algumas capitais brasileiras divulgando seus serviços. Na home page, com relatórios análogos para ativos negociados em outras bolsas (!), exibem na Bovespa um track record respeitável de um ano pra cá. O domínio do site não exibe o tradicional pindorâmico .br. A última newsletter mostra os trades efetuados durante o mês de janeiro, conforme segue:

O resultado apresentado não é dos melhores e põe o trading system da firma na lista de bull market geniuses em potencial. Prematuro fazer qualquer avaliação do TS sem averigüar seu histórico durante outros períodos de correção. A empresa não exibe aqueles links tradicionais na HP: "quem somos" ou "sobre a empresa" que revela um pouco do background dos sócios. Enfim, não se sabe se por trás do negócio estão experientes operadores de mercado ou recém-formados que chocaram o negócio em uma incubadora de universidade.

Bueno, esse é mais um dos sinais clássicos de maturidade de ciclos de alta: o Black Box Investing. Ou seria Pandora Box Investing?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Recap de "In Fed We Trust"


Outro dia durante o Carnaval dei uma olhada rápida no fechamento dos mercados yankees e lembrei-me de um post meu de 28/01 (abaixo). Apontei uma região sensível - que chamei de faixa de resistência - no chart diário do DJIA.

Resistências são áreas (não números) onde o afã de vendedores e short sellers pode facilmente superar o de compradores.

No aprendizado de teorias se o estudante não domina razoavelmente os seus fundamentos, de nada adiantará tentar assimilar conceitos mais complexos. P. ex.: se não se sabe estimar a força de suportes e resistências, não irá adiantar estudar clusters de Fibonacci, Bollinger Bands ou comprar o último plug-in da melhor versão do Metastock.

Portanto, não é de surpreender que o DJIA não tenha conseguido se manter em um primeiro momento dentro da faixa delineada no post do dia 28/01 e reproduzida acima.*


* "Fact, por que você analisa tanto o DJIA?"
Bom, amigo, se você acredita na tese do "descolamento total" do Ibovespa talvez esteja lendo o blog errado.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Trader, Especulador ou Investidor?

A natureza humana impõe que as atividades se desenvolvam em torno de grupos. A associação a comunidades fortalece o ego e torna mais difícil a ação de predadores. Como o ser humano pouco evoluiu nos últimos milhares de anos, alguém que "invista" em renda variável é obrigado a se "auto-estereotipar" num dos 3 grandes grupos em epígrafe.* Na visão popular brasileira, os 2 primeiros grupos são considerados perniciosos, ameaças à coletividade e ao bem-comum. O último gupo é formado por pessoas altruístas e de bom-caráter. Acreditam no futuro do país e da humanidade.

A necessidade de associação justifica por que a maior parte dos clubes de investimento e das carteiras recomendadas de bancos de varejo "performaram" - e continuarão a fazê-lo - mediocremente em janeiro**. Um portfolio e uma estratégia diferenciados expõem desnecessariamente o gestor do fundo de varejo. Mesmo os relativamente novos fundos long-short pouco se distingüem dos demais.

Até pode-se justificar parcialmente a performance medíocre dos CIs a partir de limitações legais que lhes são impostas. Mas esse é um papo para outra oportunidade.

O Ibovespa apresentou rentabilidade de - 6,88% em janeiro último. Meu capital de giro em renda variável se valorizou 0,68% - sem operações em derivativos - no mesmo período, tendo oscilado entre +3,00 e -4,88% no mês (no pior momento o Ibovespa chegou a perder aprox. 17%). Preocupo-me mais com minha metodologia (ou trading system, como queiram) e menos com a taxonomia do mercado. Identificar-se com idiossincrasias e hábitos de um grupo não irá melhorar o bottom-line.

* Trader Vic em seu Methods of a Wall Street Master apresenta uma definição peculiar para os 3 grupos.
** http://www.bovespa.com.br/Mercado/FormConsultaCInvestimento.asp

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

HB: Home Brokers or Heart Breakers?

O boom da negociação online nos EUA ocorreu na década de 90. Taxas de corretagens cada vez menores cobradas pelos chamados discount brokers tornaram possíveis operações de curto prazo nos mercados acionários. No Brasil a proliferação das corretoras online tomou corpo somente a partir de 2003, junto com o início do bull market dos mercados emergentes.

O aumento exponencial no número de corretoras e a disputa selvagem por clientes fez surgir uma espécie de leilão holandês nas taxas de corretagem. Daí são comuns taxas fixas apelativas do tipo R$9,99; 16,99, etc. O serviço básico das corretoras que é o de simplesmente fornecer cotações e informações correlatas em tempo real e atendimento decente ficou para segundo plano. Não faz muito tempo uma das corretoras pioneiras na cobrança de corretagem fixa no Brasil passou a exibir quase de maneira permanente a mensagem "Sistema sem conexão com a Bovespa. Para operar opções contactar a mesa de operações". Claro, isso se o cliente conseguisse ser atendido pelo telefone. Para o investidor eventual - a esmagadora maioria - essas limitações não chegam a ser um problema. Por isso, talvez, o nivelamento por baixo nos serviços oferecidos.

Final do ano passado tomei uma decisão radical: rompi o casamento que tinha com a corretora que me abrigava desde 2003 só para descobrir que a nova - para onde movi meus recursos - possui novos e irritantes defeitos. Ouuuuuuuch!*

Uma pergunta simples: Por que não cobrar taxas fixas maiores (R$30 ou 40 ou 50) em troca de atendimento e serviços decentes, sem interrupções?

* Nota: Esses dias fui procurado por um representante da antiga corretora. Comunicou que Agora (no pun intended) estavam segmentando o atendimento dos clientes por freqüência de operação, haviam adquirido servidores de porte maior porte, etc. A ver.