DISCLAIMER


DISCLAIMER: 1. The risk of trading equities and/or derivatives can be substantial. 2. Any decision to purchase or sell as a result of the opinions expressed in this blog will be the full responsability of the person authorizing such transaction. 3. Past performance is not indicative of future results.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Rio: Fact Finder Playing the Bottom-Caller

Antes de ampliarem a imagem acima, convém clicar aqui para entender a evolução do price action. Note-se também que o último candlestick está em aberto no momento dessa postagem. Pode, portanto, se apresentar modificado ao final do dia.

Andem por aí e vejam que a maioria das análises opinavam pelo fechamento imediato do gap sem downside adicional. Por acaso (?), o fundo ficou a décimos do valor mais provável comentado por mim no post anterior. Markets seldom perform as expected by the crowd. :)

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Hackeneyed Media Phrases

Repararam que quando um morador de um prédio troca de carro, logo em seguida um, dois ou mais o segue? Claro que esse não é o exemplo ideal por causa do valor do bem. Mas é ainda válido. E aquela turma de solteirões convictos, amigos de bar, que vai chegando perto dos 30 anos...Aos 35 estão todos casados. Basta que o primeiro se case. Por que será que isso acontece? Ora, porque a coletividade exerce uma influência significativa sobre os indivíduos.

Comportamentos análogos são vistos em toda atividade humana. Outro dia estava fazendo uma retrospectiva dos jargões de mercado ao longo dos últimos anos. A área de investimentos é uma na qual ser original é um grande risco. Afinal, melhor dizer sempre as mesmas coisas e ser medíocre que correr maior risco para obter notoriedade.

Lembro-me que na época do default (expressão chique para "calote") da Argentina falava-se muito em colchão contra crises. Uma referência, claro, ao nível de reservas internacionais dos emergentes. Essa moda passou...Agora a moda é a volatilidade. Não se fala mais em mercados que caem, despencam ou entram em baixa. É feio, falta de educação e estilo. Basta dizer que "os mercados estão voláteis". É fino. Nota-se que a tal volatilidade só existe pra baixo. Quando os preços passam por longos períodos de consolidação/congestão e iniciam grandes rallies, isso não é volatilidade. É "mercado otimista com as perspectivas da economia". Talvez quando os analistas financeiros badalados da mídia descobrirem o que é volatilidade consigam ganhar algum trocado no mercado com ela e não com entrevistas, artigos insossos, etc.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

CRB Index: Solve The Equation Below

Para melhor compreender a evolução do chart acima, veja os outros dois anteriores (clique aqui e depois aqui).

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Interview With Fact Finder - II

- Olá, Fact. Bom tê-lo de volta ao nosso programa. Sua primeira entrevista foi em março. Tem muito tempo...Como você vê os mercados nesse momento?

- Wall St. está fazendo um fundo "aproveitável", a tradable bottom como dizem os yankees. Contudo, seria conveniente fazer algumas ressalvas aos investidores de Pindorama. A correção (quase óbvia) nas commodities, sugerida por mim em um post, pode ser mais expressiva do que se supunha. O mercado brasileiro é lagging nesse fundo. Basta observar que os demais emerging markets já deram sinais de compra e Brazil, não. A mídia só noticia outperfomances do Ibovespa.

- A propósito, por que seus posts às vezes são meio evasivos? Você não poderia ser mais direto?

- O objetivo do blog não é fornecer calls de compra e venda. É tentar chamar a atenção para o lado sério da technical analysis, mostrar que é possível acertar boa parte dos grandes ou pequenos movimentos do mercado. E deixar claro que o que se comumente vê em fóruns e chats diários com gurus de corretoras é o lado circense, comercial dessa filosofia de investimento, pois essa é uma ferramenta de acompanhamento e não de previsão.

- Qual a conseqüência disso para os novos investidores?

- Tenho percebido duas principais. A primeira é o prejuízo em operações com baixa probabilidade de sucesso e dezenas de stops acionados. E a segunda: abandonam completamente a análise técnica como se fugissem do diabo e se atracam com o fundamentalismo ortodoxo, como se um filosofia desdissesse a outra. Na verdade, se complementam, ainda que os technicians ortodoxos, claro, discordem.

- Ainda sobre seus comentários...Você acertou um topo nas commodities enquanto ainda estavam subindo, não?

- Procuro me antecipar aos movimentos, sempre. Os analistas mais conhecidos falam o óbvio depois que o movimento já se concretizou. Procure na internet algum analista brasileiro ou não que tenha apontado um topo no Crude Oil entre 145 e 150 dólares antes dele ocorrer como eu fiz. Não encontrará. Um call desse vale pelo menos algumas centenas de dólares. Mas é bom frisar que a princípio vislumbro pontos de inflexão. Se é uma mudança de tendência ou uma reversão não é possível saber. Se bem que se o sentimento estiver em níveis extremos dá pra apostar em reversões com alta probabilidade de sucesso. O topo no Crude Oil foi um bom exemplo.

- Gostaria de dizer algo mais?

- Algumas...primeiro que achei legal ver o primeiro acesso de um internauta da África, alguém da Universidade da Cidade do Cabo. Outra coisa: estou ficando impressionado com o nível apelativo das corretoras. Agora há um ex-jogador de futebol fazendo propaganda de homebroker e a maior fabricante nacional de baralhos anunciando seus produtos voltados para os jogadores de poker. É...o investidor por aqui está bem assessorado. rsrs

terça-feira, 22 de julho de 2008

Fact Can You Help Me?!



O número de acessos/dia reproduziu o padrão normal como se supunha. Confiram como os picos no número de visitas coincidem (lag de até 1 dia) com os lows de curto prazo do mercado (iShares Brazil utlizado como proxy).

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Prices Move First And Fundamentals Come Second

Essa é uma idéia de Paul Tudor Jones, que aparece na 105a. posição da lista Forbes dos 400 Americanos mais ricos em 2007. E, por sinal, minha crença também. O New York Times publicou ano passado o artigo "The Man Who Won as Others Lost" contando um pouco de sua história e uma visão sua do mercado pré-crash de 1987, por sinal, bem atual. A Wikipedia lhe dedicou uma página com
boas referências pessoais e de estilo de trading. Também foi um dos entrevistados no aclamado
Market Wizards: Interviews with Top Traders de Jack Schwager.


Escolhi como tema do post de hoje Mr. Tudor Jones porque meu estilo reversal-based - em contraposição ao trend-following - é semelhante ao dele e porque o mercado não fez nada de relevante hoje. :-)

sábado, 19 de julho de 2008

Financials: A Look At The Forest

O fluxo diário de notícias sobre finanças é imbecilizante. Isso ocorre porque a mídia faz questão de não somente abordar o fato mas também justificá-lo. Mercados não precisam de razões. Puxem um chart mensal do Crude Oil e avaliem a possibilidade dele passar US$145-150 nesse momento. Agora o preço do Brent cai por causa do "desaquecimento econômico". Ué, há 2 semanas não havia?

A Bovespa mostrou uma recuperação notória nos papéis dos 4 maiores bancos do país. Quais as razões? Não sei. Pode ser qualquer coisa. Também não faz a mínima diferença para mim. Para você faz? Só se você for jornalista, palestrante, consultor...Os maiores compradores, claro, foram os estrangeiros. Seria coerente que comprassem ações dos principais bancos de Pindorama e não os de seus pares yankees? Não. Aliás, geralmente são bem coerentes no que fazem. O conceito de certo ou errado possui conteúdo subjetivo. Vejam lá em cima o comportamento dos "Quatro Fantásticos" do setor nos EUA. No pior momento desse mês o Financials Select ETF (não mostrado) chegou aos preços mínimos verificados em 2000 (!). Na virada do mês posto o seu chart mensal. Em processos de reversão nos ciclos econômicos tipicamente o setor bancário é o primeiro a se reerguer. Entonces...olho neles.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Rio: Do Not Tear Your Hair Off Yet

Como se reconhece qual o tipo de gap que vemos diariamente? É de fuga (breakaway), continuação (continuation) ou de exaustão (exaustion)? Só se reconhece depois de alguns dias, via de regra. Se fechar o gap rapidamente, principalmente depois de grandes selloffs, convém considerá-lo de exaustão. Se não, e superar a mínima (ou a máxima se for gap up), considere que o movimento continuará na direção dele. Fácil? Não, não é.

Um gap abaixo de um suporte ontem (US$30), mais um price action anêmico hoje, me faz pensar que o selloff em Rio (e Vale PNA, claro) não acabou. Se as linhas paralelas em amarelo representam uma bear flag, então podemos esperar no mínimo o atingimento do target mostrado. Portanto, não arranquem os cabelos ainda. Bueno, se Rio fechar acima de US$30,50 em algum dia da semana que vem, esqueçam o que comentei.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Top Five Bullshits Of All-Time

  1. "Caiu pacas. Mas foi sem volume. Ainda bem."
  2. "Já caiu muito. Mas vou comprar agora porque os fundamentos não mudaram."
  3. "Caiu, mas o relatório do banco X recomenda overweight. Dizem que tá barato."
  4. "Essa queda tem objetivo na Fibo de 50% e naquela pá-de-ventilador."
  5. "Vou trocar meus papéis pela carteira " defensiva" sugerida pelo banco do Unka Scrooge."

Nota: Qualquer semelhança com fatos e pessoas não terá sido mera coincidência.

Tipical Week Of Expiration

Em semanas de vencimento de opções é natural esperar muita ou quase nenhuma volatilidade. Não é necessário dizer qual o tipo que estamos vendo em Wall St. E aqui também, por conseqüência. Price action em desequilíbrio com o conjunto das posições vendidas (short calls e/ou long puts) e compradas (long calls ou short puts) cria forças intensas até o estabelecimento do equilíbrio.

Short sellers ao observarem que o mercado começa novamente a subir são forçados a encerrar ou hedgear suas posições. Ou seja, difícil saber de imediato se as compras são na maior parte resultado de acumulações genuínas ou simples short covering ("zeração de vendidos"). Os efeitos da abolição do Uptick Rule por parte da SEC em 2007 ainda são um mistério. Estatisticamente não há comprovação dos resultados da suspensão de uma regra que vinha desde 1934 (!). Até por isso fiquei absolutamente surpreso com as regras impostas pela SEC no short selling dos papéis de Freddie Mac e Fannie Mae, conforme li no blog do Samuel Ramos. O fato é sugestivo de autoridades de mercado desnorteadas.

Bradesco PN - A Second and Last Update

Desviando-me um pouco do que costumo fazer por aqui continuo a comentar BBDC PN porque podemos tirar algumas boas lições do price action desse papel. E associá-lo ao comportamento previsivelmente irracional dos players do mercado.

No meio dos comentários anteriores fiz uma avaliação que se mostrou correta: BBDC voltaria no mínimo a 30,80 com boa chance de bater em 30,50. Percebam que não fiz aquelas "previsões fantásticas" dizendo que daqui a um ano o papel estaria lá não sei onde...O dia indicado pela seta verde mostra um shakeout de vendedores, sinalizado pela longa sombra. A perspectiva positiva aumenta pelo fato de se tratar de um fechamento acima de uma região de gap.

O dia de ontem foi muito interessante. Larry Williams em seu Long-Term Secrets to Short-Term Trading - já comentado aqui - nos chama a atenção para o fato de que dias de variações de preços que parecem grandes tendem a se tornar cada vez maiores. Compra chama compra que chama mais comportamento irracional. Raciocínio análogo em dias de selloff. Por isso recomenda que vendas sejam feitas no primeiro tick do dia seguinte. Geralmente é quando o mercado cai na real. E preços se retraem a patamares mais aceitáveis.

Desnecessário dizer que dias como esses são aqueles menos recomendáveis para se montar posições compradas. Espere a emoção se dissipar e coloque sua ordem em suportes aceitáveis. E não economize centavos...senão você não compra. rs

terça-feira, 15 de julho de 2008

VI, TA et alli

Uma vez um investidor fundamentalista ortodoxo - mais especificamente, um consultor adepto do value investing - afirmou categoricamente que technical analysis era uma filosofia de investimento que só olhava para o retrovisor. Observo ao longo dos anos que os maiores críticos de TA são aqueles que menos possuem condições de assumirem essa condição. Falta-lhes conhecimento. Em vez da crítica construtiva preferem lançar mão das falácias do discurso. Note-se que a informação disponível sobre o assunto em sites nacionais é superficial e contaminada por interesse comercial.

Essas críticas não são exclusividade de Pindorama. A título de exemplo, vejam o excelente post
Let´s Get Technical de Ritzhold. Recomendo a leitura do meu
Charts never lie também.


Por outro lado, a massa de investidores prefere cair vítima de excrescências. Exemplo que me ocorreu: Tornou-se moda querer saber quanto os investidores estrangeiros compraram ou venderam na Bovespa. Ficarão os investidores mais confortados se souberem que os preços despencaram por conta da ação de institucionais e residentes? Vi um investidor, nem tão inexperiente assim, afirmar que só pensaria em comprar quando os estrangeiros tivessem vendido R$100 bi. Whaaaaaaat!? Essas informações servem para serem usadas em rodas de chopp, mas não esperem que lhes tragam qualquer insight valioso. Mas se alguém disser que ganha dinheiro com isso, me avisem. hehe

Bueno, that's it. Off to the beach. :)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Bradesco PN - An Update*

Aproveito a oportunidade para fazer rápido comentário a respeito de BBDC PN (ticker BBD na NYSE). Mutatis mutandis vale também para BBDC ON, citada por amigos semana passada. No chart acima percebe-se que o price action tem parado nas primeiras fracas resistências (l. rosa). O low de 30,80 coincidiu caprichosamente com o início de um gap formado em fevereiro (região compreendida entre as linhas azuis). Dada a conjuntura, acredito que compras mais seguras para operações em timeframes mais curtos só com fechamentos acima de 32,55. A política "buy the dips" funciona bem em mercados fortes, mas é estressante em fracos. :)

* A rápida análise foi feita em cima de um chart diário às 15 horas. Portanto, o último candle pode mudar significativamente até o final do pregão.

Breaking News: More Funny Money On the Line!

Não sem severa desaprovação familiar dou uma espiada nos US futures hoje antes das 10 hs. Não resisti. A notícia acima merece um comentário em tempo.

Lembro-me muito bem de quando um amigo brasileiro que mora em Berlim me perguntou o que eu achava do mercado 3-4 dias após um corte acima do esperado no Fed Funds Rate na segunda metade de janeiro. O meu trabalho de análise consiste em tentar entender o sentimento do mercado baseando-se no binômio preço-volume não só em equities mas também nas moedas, commodities e títulos. A primeira coisa que me chamou a atenção na ocasião foi o fato do price action ter retestado os lows do dia 21/01 dois dias depois. Ora, isso até então não tinha ocorrido depois de notícias "positivas" não precificadas pelo mercado. Na época dei minha opinião: sinal de desconfiança.

O mood dos players muda continuamente mas não abruptamente. Se medidas ortodoxas e cada vez mais banalizadas do Federal Reserve e da Secretaria do Tesouro Americano tornam-se corriqueiras, passam a ser incorporadas aos preços. Fases contracionistas são necessárias aos ciclos econômicos. O abuso de esmolas aqui e bailouts acolá apenas adia e potencializa seus efeitos. Sobre esse assunto volto em outra oportunidade para falar sobre o sedutor estudo dos Ciclos de Kondratieff.

Os emerging markets têm sofrido pouco por conta de uma tendência parabólica nas commodities iniciada esse ano. O final de rallies desse tipo são impossíveis de ser previstos. Em suma, estamos em fase extremamente especulativa. Hora de pôr a prova seus conceitos de risk management.

domingo, 13 de julho de 2008

Pabrai & Berkshire - A Case Study


Em um post publicado há poucos dias fiz um comentário sobre a compra de Pinnacle (ticker PNCL) por Monish Pabrai do Pabrai Funds e a venda de Petrochina (ticker PTR) pelos managers do lendário Berkshire Hathaway (e do qual Pabrai é, inclusive, cotista). A área amarela mostra o preço-médio de cada uma das operações.

Pabrai é assumidamente um discípulo de Buffett. E Buffett, de Benjamin Graham, o pai do value investing (VI), falecido em setembro de 1976. Da década de 70 pra cá, a Technical Analysis evoluiu muuito mais que nos seus então 80 anos de existência. Certamente que possui algumas limitações, mas nenhuma delas poderia impedir seu uso eficiente em Pinnacle e Petrochina. Algumas vezes sou confrontado pelos adeptos do ortodoxismo fundamentalista. A tese, claro, é que fundamentalismo e grafismo são incompatíveis. Com a palavra os leitores...

sábado, 12 de julho de 2008

Market Meltdown or Plain-Vanilla Decline?

Em anexo segue o weekly chart do iShares Brazil, proxy da Bovespa em USD. Os tags de preços foram colocados nas máximas e mínimas dos maiores selloffs desde 2004, com os respectivos percentuais de queda. A despeito do frenesi da mídia, a queda de aproximadamente 20% em USD ainda continua abaixo da média calculada a partir das anteriores. Isso é resultado do primeiro selloff em que houve apreciação do câmbio! Em reais (R$), a queda já deve estar sendo tão expressiva quanto as anteriores.

Balanços mentem. Analistas mentem. CEOs, também. Preços não mentem. Charts never lie.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Playing The Waiting Game

A ausência de commitment dos players gringos está privando o mercado de followthru. Leia-se, não se conseguem dois dias de alta seguidos. Acredito que a época do ano (efeito sazonal) também tenha uma parcela de culpa nesse comportamento.

DJIA tem seguido por duas semanas em um trading range entre 12,2 e 12,4k pts. sem repique à vista. O chart mostra a muralha que se ergueu no limite superior do range. Uma consolidação insistente em área próxima ao limite inferior pode trazer nova onda de bears à tona. Mesmo com um eventual rompimento dos 12,4k o upside não é dos melhores. O atingimento dos ex-lows assinalados em amarelo devem fornecer nova munição aos vendedores. Em bear markets resistências consideradas fracas como essas conseguem deter o price action.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Pollyannas Trapped One More Time

O fechamento dos mercados yankees no dia de hoje nos sugere que mais esperançosos da Broxespa estarão presos já na abertura amanhã. Interpretaram a segunda metade do pregão de ontem como sinal de força. O resultado? Voilá! Um hammer (sobre o padrão, clique aqui), que foi negado hoje no iShares Brazil. Algumas Pollyanas venderão logo na abertura. Outras corajosamente resistirão e venderão quando não agüentarem mais ver seu dinheiro sumir. Quando todas quiserem se desfazer de seus papéis a qualquer preço, Fact estará lá para ajudá-las. :)

Niederhoffer, Pabrai & Fact Finder

O que os dois primeiros têm em comum? Além de serem "investidores" mundialmente conhecidos, provavelmente nada.

Victor Niederhoffer de 63 anos, renomado hedge-fund manager, ex-sócio de George Soros, ganhou fortunas assim como perdeu muitas. Para ler um bom artigo sobre a sua estória e um pouco do seu modus operandi, clique aqui. Reproduzo aqui uma frase de Niederhoffer, tirada do artigo, e na qual tenho profunda convicção: “The market doesn’t like to do the same things repeatedly.”

Monish Pabrai, indiano-americano, superstar do value investing, autor do livro Dandho Investor, projetou-se no mundo dos investimentos no papel de manager do Pabrai Investment Funds. De 1999 a 2006 seu fundo exibiu um retorno anualizado de 28,6% a.a. Nos últimos tempos, não tem tido o mesmo desempenho. O valor das 3,2 milhões de ações da Pinnacle Airlines Inc., uma companhia aérea, presentes na carteira do Pabrai Funds foi dizimado. O preço médio de compra foi em torno de 15,30. Hoje PNCL fechou em 3,29.

Em setembro do ano passado critiquei a venda de Petrochina por parte do Berkshire Hathaway de Buffett por ter sido feita um tanto prematuramente. Bueno, claro que a movimentação dos fundos tem às vezes outras justificativas que não as calcadas em price action (resgates, questões fiscais, p. ex.) Em menos de 2 meses, o valor de mercado quase dobrou. Curiosamente, nesse caso, o topo do papel não foi difícil de ser antecipado. No caso de Pinnacle, considerando os technicals do papel e do setor, algum technician em sã consciência o teria comprado?

Os sucessivos dêbaclés de Niederhoffer são de outra natureza. Mesmo sabendo que a distribuição de retornos no mercado não obedece a uma distribuição normal, assume o risco de levar posições bastante alavancadas. Se o maior drawdown possível ocorre de imediato, quebra.

De tudo isso acima continuo com minha convicção de ser eu mesmo. Filosofia de investimentos é algo personalíssimo, impossível de ser reproduzido em sua plenitude. É bom se informar a respeito da filosofia de um ou outro renomado investidor. Mas despreze o que não lhe serve, adapte, faça backtesting...Enfim, desenvolva senso crítico. Investir é a melhor maneira que conheço de conhecer a si mesmo.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Still Way Too Many Pollyanas Around

Pollyanna é um clássico da literatura infantil. A atitude otimista da personagem principal - Pollyanna Whittier - em relação às outras pessoas ficou universalmente conhecida.
É possível perceber as Pollyannas atuando no chart diário de BBDC PN?
Acompanhem o mood dos amadores nos pregões mostrados com setas vermelhas:
Traders esperançosos são logo atraídos a um mercado altamente convidativo, que está "sobrevendido". Price action forte durante as primeiras horas. Candles verdinhos (bullish). Fundamentalistas acham que os bancos já apanharam muito e entram no espírito festivo. Os dois grupos (bottom-fishers) acham que pescaram o fundo, porque as máximas do dia em muito superam as do dia anterior. Aos poucos, o que era alegria começa a virar preocupação, pois na mesma velocidade que subiu começa a descer. No final do dia, os traders são forçados a zerar com perdas significativas. Caíram no blefe dos jogadores de poker profissionais.

Não observei esse tipo de comportamento em selloffs anteriores. Enquanto, as Polyannas estiverem por aí, é improvável que qualquer rally se sustente nas blue chips.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Fact On Forecasts

Esse post é uma espécie de corolário dos dois anteriores sobre indicadores. Technical analysis não se presta a previsões. Como diz C. Swenlin, "it's a windsock, not a crystall ball". É importante fazer uma distinção entre premissa e previsão. Premissa é aquela crença, fundamentada, em que nos baseamos para efetuar as nossas operações. Previsão é aquela afirmação que se faz aos quatro ventos, geralmente em espaços virtuais abertos, porque o autor não colocará um tostão ali.

Não é possível fazer previsões com track record consistente porque os turning points do mercado dependem da reação da manada ao ebb-and-flow de preços. Operações de baixo risco só surgem em situações extremas de ganância ou pavor. Em situações de equilíbrio a chance de acerto às vezes é só um pouco melhor que um cara-ou-coroa. Ao technician não cabe outra tarefa senão acompanhar o dueto price action vs. sentiment.

Da próxima vez que lerem algo do tipo..."essa queda tem objetivo em tal suporte, 50% da Fibo de alguma coisa" ou "não passa daqui porque está com muito sobrevendido" perguntem ao autor se ele colocará algum dinheiro ali, mesmo que seja aquele instrutor de cursos, sempre ajudado pelo hindsight dos slides do Power Point.

sábado, 5 de julho de 2008

Raio-X da Enquete

Acima está o resultado da enquete. Dos 18 votantes, metade estabeleceu que o "martelo/hammer" é o padrão altista de candlestick mais conhecido. E é verdade. O resultado é consistente com o fato de que esse padrão é o mais comentado em fóruns e websites em meio a tendências de baixa. Agora a revelação: mantidas as demais variáveis inalteradas é o menos confiável. Daí se tivermos, p. ex., um price action afastado de outros suportes torna-se ainda mais questionável.

Observem que o hammer esteve presente nos últimos selloffs do Ibovespa diário. E foram todos solenemente ignorados pelos bears. Tradicionalmente, o padrão se forma quando na segunda metade do pregão os esperançosos começam a surgir. À medida que o padrão começa a se consolidar no daily chart - possivelmente o mais seguido de todos os timeframes - mais traders começam a acreditar que o pior já passou. O otimismo continua até o fechamento. No dia seguinte, com índices futuros no vermelho, ao contrário do que se esperaria, o nervosismo toma novamente conta dos ex-esperançosos. Conforme a queda se aprofunda, muitos são forçados já a zerar suas posições. Quando o price action passa pelo low do martelo do dia anterior, toda a esperança não há razão de existir.

Só para constar: "padrões penetrantes" (2 candlesticks) e "estrelas da manhã" (3 candlesticks) possuem confiabilidade mais alta, seguidos de "marobuzos" e "engolfos"...

Os que evitam padrões temerários, longe de suportes notórios, passam longe das preocupações desnecessárias e não consomem o capital mental, bem mais valioso que o capital em strictu sensu que possuem.

Fact On Indicators - part II

Outra maneira de utilização dos osciladores é o famoso estado de sobrecompra (overboughtness) ou sobrevenda (oversoldness). A interpretação mais popular nos diz que quando leituras muito baixas ou altas estão presentes nos osciladores uma continuação da tendência em curso é cada vez mais improvável. Diz-se que leituras extremas são efêmeras. Bom, isso é parcialmente correto.

Tom DeMark nos lembra: estudos extensos demonstram que 6 barras consecutivas de preços em terreno sobrecomprado ou sobrevendido sugerem continuação da tendência e não sua reversão. Ressalte-se que dada a natureza fractal dos preços livremente negociados isso vale pra qualquer timeframe. Outro detalhe: os níveis de sobrecompra/sobrevenda são específicos para cada mercado/ativo e dependem do número de períodos utilizados no oscilador. Por isso, bom senso é fundamental. There is no hard-and-fast rule.

O chart diário do iShares MSCI Emerging Markets anexo confirma como estratégias do tipo fading (contra tendência) - tentando aproveitar leituras extremas do oscilador - têm se mostrado desastrosas.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Fact On Indicators - part I

"O índice teve um rápido repique inicial, logo desfeito por pressão vendedora, como ontem e até o final do pregão. Os indicadores recuaram menos outra vez, mantendo uma divergência altista, um dado a mais para sinalizar que um forte repique anda por perto."

(Trecho de uma newsletter de conhecido analista de mercado)
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Às vezes me passa pela cabeça que nenhum dos chamados analistas técnicos com alguma projeção na mídia de Pindorama consegue retornos razoáveis utilizando a technical analysis em suas operações. A quantidade de falsas concepções sobre essa ferramenta é tremenda.

Se indicadores de momentum derivam basicamente dos preços como é possível que aqueles antecipem a direção destes? Divergências consistem em movimentos antagônicos entre a direção dos preços e a dos indicadores/osciladores. O que isso quer dizer? Uma diminuição momentânea na velocidade de mudança dos preços. E só. O problema é que a maior parte das análises de ATs (fóruns, newsletters, etc.) que conheço acha que as divergências irão sempre se resolver na direção dos indicadores. Os indicadores devem confirmar os preços e não o contrário. Curiosamente esse é uma idéia popular não só no Brasil e se constitui em uma falha grave de concepção desse tipo de ferramenta.

(continua em outro post)

PS. Folks, dêem uma força na votação. É totalmente anônima.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Worried? You Ain't Seen Nothing Yet.

Como disse em outro post, o mercado se move quase sempre na direção do maior estrago. No nosso caso específico, temos um fakeout no Ibovespa configurado nos 66k pontos, aquele nível da "correção saudável" mencionado pelos especialistas consultados pelo Infomoney. Quem acreditou que a hora de entrar no mercado era logo depois da concessão do IG já ingressou no estágio do desconforto, que se transformará em dor intensa.

Para terminar um conselho: cuidado com os blefes dos jogadores de poker...

terça-feira, 1 de julho de 2008

Mistery Of The Bearish Wedge

Recebi uma análise do Ibovespa feita por uma consultoria de mercado bastante conhecida no Rio de Janeiro. O analista reforça o viés baixista ao ressaltar "o rompimento da base...de uma configuração de cunha de baixa" no chart. Dando seqüência ao caráter off-the-wall deste blog, pergunto: Onde viram essa cunha de baixa?!


Certo é que tanto a análise fundamentalista quanto a técnica carregam certo grau de subjetivismo, mas...common sense seems uncommon.

Breaking News To US Investors

Dear Trader are you long the SPYders, DIAmonds or Cubes since 2004? Oh, boy.

O iShares Lehman Brothers Bond Fund na NYSE representa em termos práticos um proxy para o US Treasury TIPS Index. Indexado ao Diamonds (proxy do DJIA), atua como um deflator de preços, ressaltando os ganhos reais. Como se vê, desapareceram.

Para minha surpresa ao fazer uma pesquisa hoje, cheguei a essa constatação esdrúxula. A bem da verdade o resultado é um pouco pior. Acredita-se que o CPI subdimensione a inflação e o investidor/trader ainda deverá pagar income tax sobre os ganhos nominais!