Não sem severa desaprovação familiar dou uma espiada nos US futures hoje antes das 10 hs. Não resisti. A notícia acima merece um comentário em tempo.
Lembro-me muito bem de quando um amigo brasileiro que mora em Berlim me perguntou o que eu achava do mercado 3-4 dias após um corte acima do esperado no Fed Funds Rate na segunda metade de janeiro. O meu trabalho de análise consiste em tentar entender o sentimento do mercado baseando-se no binômio preço-volume não só em equities mas também nas moedas, commodities e títulos. A primeira coisa que me chamou a atenção na ocasião foi o fato do price action ter retestado os lows do dia 21/01 dois dias depois. Ora, isso até então não tinha ocorrido depois de notícias "positivas" não precificadas pelo mercado. Na época dei minha opinião: sinal de desconfiança.
O mood dos players muda continuamente mas não abruptamente. Se medidas ortodoxas e cada vez mais banalizadas do Federal Reserve e da Secretaria do Tesouro Americano tornam-se corriqueiras, passam a ser incorporadas aos preços. Fases contracionistas são necessárias aos ciclos econômicos. O abuso de esmolas aqui e bailouts acolá apenas adia e potencializa seus efeitos. Sobre esse assunto volto em outra oportunidade para falar sobre o sedutor estudo dos Ciclos de Kondratieff.
Os emerging markets têm sofrido pouco por conta de uma tendência parabólica nas commodities iniciada esse ano. O final de rallies desse tipo são impossíveis de ser previstos. Em suma, estamos em fase extremamente especulativa. Hora de pôr a prova seus conceitos de risk management.
2 comentários:
Conclusão muito boa. E por sinal, partilho.
Quando o organismo fica viciado precisa de doses cada vez maiores para se gerar o mesmo efeito.
Doses iguais são nada mais que perpetuar a crise.
Vamos ver se eles tem bala na agulha para achar uma solução exponencial sem gerar um outcome hiperinflacionário.
Seu comentário me fez lembrar daqueles links da Amazon quando estamos vendo um livro "Suprise-me!" rs
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