DISCLAIMER


DISCLAIMER: 1. The risk of trading equities and/or derivatives can be substantial. 2. Any decision to purchase or sell as a result of the opinions expressed in this blog will be the full responsability of the person authorizing such transaction. 3. Past performance is not indicative of future results.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Intuition or Into Wishing?

O título é um plágio meu de uma passagem de John Hayden, autor de The 21 Irrefutable Truths of Trading (um excelente exemplo para se desmistificar a noção de que livros bons são caros). O autor observou brilhantemente que uma coisa é ter a intuição e outra é fazê-la aparecer por meio de um wishful thinking, por exemplo.

Vou mais longe. E talvez minha tese gere polêmica. Na minha opinião é muito difícil que qualquer sentimento bullish ou bearish possa ser qualificado como intuição se o investidor não possuir a experiência e os estudos necessários, talvez algo próximo ao quarto estágio das competências: o da competência inconsciente.

O investidor ao avaliar seu "grau de intuição" deve exercer algum cuidado em não tomar como tal sentimentos baseados em convicções formadas a partir de dados objetivos (análises gráficas, fundamentalistas, etc.) Estágio esse, a meu ver, semelhante à competência consciente. Com a palavra, os psicólogos.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Unwinding the Yen Carry-Trade?

Depois de uma parada involuntária nas postagens, tentarei retomá-las na medida do possível. Expor minha visão acerca dos mercados é um hobby, um desafio pessoal. Tenho procurado divulgar idéias atemporais. Ou seja, aquelas que podem ser aplicadas em qualquer timeframe a qualquer época.

Venho pensando em comentar sobre o yen carry-trade há um tempinho. A moeda japonesa tem sido nos últimos anos um bom indicador da saúde da economia yankee. Em março comentei que julho do ano passado foi o divisor de águas para a Bovespa (vide Interview with Fact Finder). O chart anexo sugere uma "coincidência". Observem que o desfazimento do carry-trade teve início exatamente na mesma época em que as ações de segunda linha começaram a implodir na Bovespa. Dentro das elipses em rosa estão pontos de inflexão significativos.

sábado, 5 de abril de 2008

Dollarize or Real-ize?

Meu objetivo é manter um espaço aberto para falar de temas pouco abordados. E esse, em particular, vi apenas uma vez en passant. Uma das maiores polêmicas que se instalava quando acompanhava alguns fóruns nos quais predominavam o viés técnico era a seguinte:

"Dolarizo ou não meu gráfico? Qual é o correto?"

O termo "correto" carrega uma certa pecha cartesiana. Cartesianismo não tem espaço em análise gráfica (AG). Talvez tenha em análise fundamentalista ortodoxa. Então, esqueçam suas faculdades de engenharia, folks. Razoável supor que as obras state-of-the-art yankees, editadas atualmente, ainda não contemplem esse tipo de discussão (coisa do tipo...vale a pena rupiizar um ativo indiano, yuanizar um de Xangai?)

Minha experiência - e tudo que vos digo se baseia nela* - me mostrou inúmeras vezes que uma reversão inesperada em um chart em moeda local (Real, no caso) tinha amplo rationale em um chart em USD. Ou vocês pensam que os players gringos operam olhando ganhos em Reais? Então, passei a incorporar o hábito instintivo de examinar um e outro quase que instantaneamente. Os sinais mais convincentes vêm quando ambos emitem o mesmo sinal. Nada melhor, por exemplo, saber que institucionais locais e hedge funds gringos estão se preparando para agir da mesma maneira na mesma faixa de preços.

* Acredito que vários instrutores de AG nunca tiveram essa dúvida, já que nunca (ou quase nunca) compram e vendem.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A Piece of Advice

Investir/operar por conta própria nos mercados de livre negociação é uma das melhores maneiras de conhecer a si mesmo. Seus limites serão postos à prova. Certamente é uma das mais caras. O aprendizado "básico"* é doloroso (o meu - pelo menos - foi). Tempo e dinheiro serão consumidos. Se você levar isso a sério, milhares de horas de lazer serão sacrificadas. Lembro-me de Larry Williams dizer: "Nos meus primeiros anos minha esposa era viúva de grafista vivo." rs Mas com o tempo - contando com uma dose razoável de determinação e inteligência emocional - o investidor encontra sua "zona de conforto" (plenamente subjetiva) e as recompensas virão.

Um amigo leitor (vide comentários ao post abaixo) perguntou-me por que eu simplesmente não compro blue chips em selloffs ou/e executo "lançamentos cobertos" a intervalos regulares. Acho que fui claro: Isso é incompatível com meu objetivo de rentabilidade e com minha "zona de conforto".

Então esse é meu conselho: Know thyself! :)

* Não se enganem. O aprendizado em sentido amplo nunca termina.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Newsletters: To Read or Not To Read?

Há algo em comum nos informativos das corretoras, além de assassinarem a Língua Portuguesa: Suas carteiras recomendadas e de top picks do mês com sofreguidão conseguem superar o IBrX-50 em um mês. E consistentemente, quase nunca. O mais risível dessas análises é apontarem prováveis movimentos de curto prazo com base em fatos específicos das empresas e eventos macroeconômicos. Enquanto houver público e neófitos em profusão o show continuará...No horizonte de 1 mês o sentimento da manada (crowd sentiment) e o ebb-and-flow prevalecem por larga margem. Fundamentos nesse intervalo são (quase) irrelevantes.

Todavia, newsletters e relatórios não são totalmente inúteis. Muitos - geralmente dos mesmos autores - trazem múltiplos e históricos de empresas difíceis de serem obtidos de forma direta dos respectivos Departamentos de RIs. Então a questão passa a ser o que ler e o que pode (ou deva) ser ignorado.

Espero que não seja mal-compreendido nos meus comentários. Minha incorreção política tem por objetivo fornecer alguma base para que os leitores aguçem o senso crítico e corretoras sejam mais criteriosas em suas publicações. Afinal, não é preciso ser um Prof. Pasquale pra torcer o nariz ao trecho..."é possível que o período de grandes perdas no valor dos ativos tenha ficado para traz. (sic)"

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Some Dow Theory Basics

A Dow Theory como concebida no início do século passado tem poucos seguidores. Consiste na análise de confirmações (confirmations) e não-confimações (non-confirmations) entre o DJ Industrials e DJ Transportation. Naquele caso - sendo bem sucinto - topos e fundos são feitos in synch pelas 2 médias. Caso isso não ocorra tem-se configurada uma não-confirmação. O chart acima mostra o DTA, com força relativa maior que a do seu irmão Industrials. Um rompimento da linha rosa tracejada da média em comento (aprox. 5,5k) sem que o DJIA faça o mesmo (aprox. 14,2k) constituirá uma non-confirmation. Como vocês vêem, é uma possibilidade ainda remota no atual contexto.

Atualmente pouquíssimos são os Dow Theorists puros. Grande parte dos analistas adiciona novas médias à análise Dow tradicional ou/e a conjuga com estudos de ciclos. Segundo consenso do mercado, apenas 3 analistas encaixam-se nesse grupo seleto. Um deles é o renomado Richard Russell, autor das já lendárias Dow Theory Letters, cujo track record de 60 anos impõe algum respeito.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Some Focus on Enfoque

Esses dias* tenho observado algum furor por causa de um chart dolarizado de longo prazo do Ibovespa, de autoria da tradicional Enfoque (clique aqui). O "poster eletrônico", assim chamado, é uma compilação muito boa de fatos econômico-políticos de âmbito nacional e internacional ocorridos de 1963** até o dias atuais.

No entanto, a polêmica maior surge quando o usuário clica na opção "canal de alta". Se quem lê esse blog não o fez, recomendo que o faça agora. Induzidos pelos autores do poster, os leitores demonstram certa preocupação ao observar uma nefasta aproximação do price action em relação ao limite superior (LS) do "canal de alta".

Tenho duas observações sobre o assunto: uma de caráter estrito e outra, amplo. Então vamos lá:
  1. por que o mercado acredita que tendências de alta, via de regra, se desenvolvem em canais? No espaço de tempo delineado não percebo nenhum canal de alta confirmado. Repito o que digo há anos: 2 pontos não definem uma linha de tendência (apenas uma expectativa de);
  2. os dois pontos que servem de apoio à reta traçada tiveram origem em crises agudas (Crise da Ásia e um plano econômico brasileiro), segundo próprios comentários pop-up do poster. A configuração do cenário econômico mundial e nacional no atual estágio é pouco suscetível a crises agudas. Mínimo hoje é o risco de default. O portador do maior déficit mundial tem uma máquina de impressão de dólares à sua disposição.

Em suma, olho para o chart do Enfoque com interesse histórico e não com interesse técnico (ainda).

* Aproveitei o feriado capixaba desta segunda-feira para viajar. Daí o hiato nas postagens...;

** De 1963 a 1968, o índice adotado é o IBV/RJ.