DISCLAIMER


DISCLAIMER: 1. The risk of trading equities and/or derivatives can be substantial. 2. Any decision to purchase or sell as a result of the opinions expressed in this blog will be the full responsability of the person authorizing such transaction. 3. Past performance is not indicative of future results.

sábado, 29 de março de 2008

Technical, Fundamental or Techmental?

Uma das polêmicas mais infrutíferas no mundo do mercados de livre negociação é aquela que se estabelece há décadas entre fundamentalists e technicians. Para fundamentalistas, o mercado é 80% racional e 20% emocional. Para grafistas, o mercado é 20% racional e 80% emocional. Para os ortodoxos de ambas correntes, o mercado nem hibridez possui. Aristóteles - que nunca foi trader - dizia ser o meio-termo a escolha de sabedoria...

Pensei escrever brevemente sobre esse assunto quando estava lendo os relatos de uma palestra de Joel Greenblatt, gestor do Gotham Capital, em um seminário organizado pela Sociedade de Analistas Financeiros de Nova Iorque. O conhecido gestor apresentou seus principais parâmetros para selecionar componentes de seu portfolio. Um de seus procedimentos é o de efetuar, a cada ano, um scanning em um universo de ações com base em seus indicadores fundamentalistas. Segundo Greenblatt, esse é o período no qual historicamente existe o melhor retorno. Após isso, a maior parte dos demais investidores em busca de valor e de momentum já estariam dentro do papel.*

O comentário de Greenblatt acendeu uma luz. Tenho observado já há um bom tempo que determinados ativos possuem períodos de performance estelares, geralmente 12 meses, e coincidentes com o ano-civil (provavelmente devido a questões tributárias). E depois passam por longos períodos de desempenho ruim ou simplesmente medíocre. O exemplo emblemático desse tipo de performance é Braskem PNA. Deu retorno altíssimo em 2003, primeiro ano do atual bull market, o maior da então carteira do Ibovespa. Desde então...

Imagino que selecionar ativos sub-avaliados (filtro fundamentalista), dotados de um mínimo de liqüidez, e com baixa volatilidade no médio ou longo prazo (filtro técnico) não seja má idéia. Bueno, os ortodoxos que me lêem devem estar balançando a cabeça em desaprovação. rs

* Note-se que essa é uma observação pessoal, já que as palavras não foram exatamente essas. Os mais interessados podem obter mais detalhes em "The Little Book That Beats the Market".

quinta-feira, 27 de março de 2008

Bottom Fishers vs. Top Callers

Talvez tenha sido injusto com os adeptos do bottom-fishing, que sempre procuram fundos nos ativos sem evidências no price action. Outro grupo pouco expressivo numericamente mas muito barulhento é o dos top callers, que apontam pontos de reversões "inexoráveis" de tendências primárias. De maneira geral, qualificam-se a si mesmos como analistas técnicos. Como é de se esperar, desaparecem do mercado em pouco tempo. Ou se isso não ocorre, tenham certeza de que o top caller não opera.

Uma das premissas da Dow Theory é a famosa "prices move in trends". Segundo John Murphy, desta depreende-se um corolário "a trend in motion is more likely to continue than to reverse". Portanto, apontar reversões é uma tarefa inglória, ainda pior se se tratar de uma tendência primária. Não é uma trabalho de outro mundo aprimorar um trading system baseado em reversões, como até comentei no post de ontem. Tenha-se em mente, no entanto, que os stop losses acionados serão muitos.

Desde outubro do ano passado, o Ibovespa encontra-se num trading range entre 58 e 66k, resultado do confronto de forças: a dos bears de Wall Street e a dos bulls nas commodities. Um breakout ou breakdown desse intervalo é algo digno de nota. Fora isso, não há muito o que dizer.* Observem - no entanto - que em um mercado de lado nem todos setores se comportam da mesma maneira. O momento requer atenção: movimentos fortes costumam emergir de consolidações.

* Daí nunca entendi o objetivo prático de análises diárias frenéticas feitas por corretoras. Seria entreter o público?

quarta-feira, 26 de março de 2008

Pairs Trading - parte III

É o terceiro post sobre a operação fictícia: +BRKM5-PETR4. O chart mostra que o price action prossegue no caminho esperado (vide segundo post).

No momento, um pullback ou uma consolidação no chart diário é o mais provável. Um sistema baseado em reversals tem mais fakeouts (falsos rompimentos) que os baseados em trends, mas - uma vez certos - fornecem sem dúvida um retorno superior. O balanço ótimo entre um e outro deriva de estudos e experiência. A busca é um processo ad hoc para cada investidor.

terça-feira, 25 de março de 2008

CVM: "La Garantía Soy Yo."

Santa coincidência, Batman! Justamente quando o mercado bate nos papéis "commoditizados", rumores surgem no mercado sobre novas descobertas de campos de gás, petróleo e de bilhetes premiados da Mega-sena. Em 22 de janeiro, no auge do pessimismo,
anunciaram a "descoberta" de um campo de gás. Fantástico!


E olhem que visão de negócios de uma corretora pequena da Bovespa que é a maior compradora de Petrobrás PN há 3 dias!

Apenas seria bom não contar sempre com a sorte. Uma hora o desfibrilador pode não funcionar mais...

* Update de 26/03: Segundo a Bloomberg, fontes da empresa negaram a descoberto do campo de petróleo. A boataria tem até origem (veja notícia). Bento Carneiro, o vampiro brasileiro, tinha razão...

segunda-feira, 24 de março de 2008

Reminiscences of Fact Finder

No ano o Ibov, até hoje, retornou -6,38%. O IBrX-50, -10,06%. Como boa parte dos portfolios de ações de bancos e corretoras tende a seguir este índice como benchmark, é razoável supor que 90% deles estejam no vermelho. Fiz uma contas rápidas - já que parte bem pequena do meu capital de giro (leia-se, destinado à renda variável) está retido como margem de operações em opções - e cheguei a uma rentabilidade na faixa entre 3,60 e 3,80%.

Muitos investidores que se deixam levar por estereótipos podem acreditar que sou obrigado a correr riscos acima da média para obter rentabilidades positivas enquanto o mercado em geral cai. Em nenhum momento do ano a rentabilidade de meu capital perdeu mais que 5%. No período o Ibovespa chegou a ceder mais de 17% Não fui vítima da queda de janeiro, tampouco beneficiário do rally subseqüente (infelizmente). Na virada do ano já estava meio pessimista com o mercado em Wall St. e deixei isso claro aos amigos mais chegados. No dia seguinte ao corte de 75 bps no Fed Funds em 22/01 percebia-se que o mercado estava dando sinais de pânico crescente. A um amigo que agora me lê de Berlim comentei que pela primeira vez desde que os cortes se iniciaram o price action do dia seguinte desafiara os lows do dia do corte. This is no good, folks. Ainda assim, fui surpreendido com outro "V-type bottom" nos emerging markets (e somente neles), o segundo em seqüência (!).

Assim como Paul Tudor Jones, prefiro reversals e pullbacks a trends, principalmente em se tratando de bull markets mais maduros nos quais as tendências não duram muito e passam a ser meio erráticas. Só que desta vez não tive nem alternativa. Explica-se: Não consegui pegar nenhum dos últimos 2 fundos (ago/07 e jan/08)! Essa é uma das vezes em que ser um leigo em technical analysis teria sido uma vantagem. rs

Em suma, a queda atual era a que eu esperava em janeiro, qualitativamente falando. E se minha premissa estiver correta não haverá outro "V-bottom" tão cedo...

domingo, 23 de março de 2008

The Poor News Trader

À medida que um bull market amadurece, crescem os números de pessoas físicas interessadas no assunto, de IPOs, de especialistas em "análise técnica", de sítios de notícias especializados em finanças, etc. Por falar em notícias, sempre me impressionou a quantidade de investidores que tem o pernicioso hábito de interpretá-las e assumir simploriamente o que o mercado ou certo ativo irá fazer. Um exemplo didático ocorreu em meados de 2005.

Lembram-se do mensalão? Esse período é bem retratado no chart acima. O dia registrado na elipse foi aquele no qual Roberto Jefferson denunciou o esquema (vide cronograma no link). A partir daí e durante meses a fio, a mídia inundou programas de TV, jornais e revistas com escândalos, acusações, chantagens explícitas e implícitas dos personagens escroques de sempre. Pra rentabilidade do meu capital foi particularmente um período bem positivo, enquanto o Ibovespa não saiu do lugar. Bought at support, sold at resistance! Simple as that.

No final de julho/05 o Ibovespa rompeu o trading range (seta azul), justamente no auge do noticiário negativo. A maioria não comprou. E impávida assistiu a um rally feroz. Um grande amigo meu me falou: "Não comprei a tempo. Não levei fé no rompimento. Vivendo e aprendendo..." Vocês já leram algures o quote: "Markets can turn on a dime. Most traders cannot"?

Caso eu acreditasse em notícias, não apostaria na formação de um topo de curto prazo do Crude em US$110 recentemente. Tivesse esperado a confirmação da descoberta do Tupi em novembro do ano passado, teria entubado um prejuízo significativo ainda em outubro em uma operação vendida. Leiam notícias para ter assunto nas rodas de chopp, não para comprar ou vender. Charts never lie.

quinta-feira, 20 de março de 2008

After the Storm Comes The Lull?

O price action de hoje nos emerging markets (EMs) - acredito - confirmou a capitulação dos vendedores ocorrida ontem. Os demais mercados (Wall St., commodities) estão in sync com o que podemos esperar de uma certa calmaria. Portanto, no curtíssimo prazo (dias, talvez) o risco me parece baixo.

CRB Index teve nova queda. Mas parece estar perdendo momentum. Olhando mais de longe, me parece que está em curso um
blowoff nas commodities no timeframe mensal. Minhas chances de acerto nesse diagnóstico crescem em precisão se eu tiver acesso à evolução dos contratos em aberto (open interest) e aguardar o final do mês.

DJ Industrials prossegue em um trading range de 1k pts. com oferta imediata e notória próxima dos 12,8k. Os dias de alta dessa semana têm sido feitos com volumes de acumulação, o que é positivo. Remember: This is supposed to be a bear rally.

Retorno no final de semana. Merry Easter!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Interview with Fact Finder**

- Bom dia, Fact. Vamos começar falando sobre os mercados de Wall St. Dava pra perceber que a situação iria se agravar?
- Markets dão sempre vários sinais. Mas são sutis e não são acessíveis ao leigo. Quando este percebe já é tarde demais.
- Como assim?
- Houve um nítido divisor de água nos mercados em julho do ano passado, quando o smart money começou a fluir das small caps, bem representadas no Russell 2000, p. ex. Índices de varejo também começaram a ser implodidos.
- Mas aqui não ocorreu isso, né?
- Não ocorreu, my ass. Veja quanto as ações de segunda linha já caíram de seus all-time highs a partir de julho. O dinheiro gringo é coerente. Começou a reproduzir por aqui o mesmo comportamento adotado nos principais mercados financeiros mundiais. Infelizmente a performance de Vale e Petr serviram de cortina de fumaça ao que estava acontecendo.
- O que você recomenda ao investidor?
- Não acreditar em recomendação.
- Qual sua posição atual?
- Sentado. Brincadeira...Tenho nesse momento uma trava de baixa na série D de Petr (-D82+D84), montada em 12/03. Quem quiser recebe minhas notas de corretagem, basta me solicitar por email.*
- Mas em 12/03 o barril não ainda estava subindo com força?
- O raciocínio linear nem sempre funciona. E os players de empresas do setor não sabiam disso?
- Obrigado pela entrevista.

* Gentlemen, posso desfazê-la a qualquer momento sem me sentir obrigado a comunicar o fato aqui;
** Acho que fui muito convincente...a entrevista é fictícia. Mas só nesse formato ping-pong consigo fazer comentários curtos. A propósito, a operação não é fictícia. E a disponibilidade das NCs por email continua valendo.

terça-feira, 18 de março de 2008

Banks Out of the Woods?!

Dias antes do Bear(ish) Stearns* quebrar, a Standard and Poor's avisou que já tinha calculado todos os writeoffs dos créditos subprime e via que estavam perto do fim. É no mínimo pueril procurar dar um mero tratamento contábil à falta de confiança no sistema bancário.

Esqueceram-se de mostrar o relatório da S&P ao Board dos bancos yankees. O Bank Index (chart acima) prossegue em terreno bearish. Mesmo com a alta de mais de 7% de hoje, o Parabólico SAR (pontilhados azuis) ainda não deu sinal de compra. E o melhor dos rallies não deve ver o price action superar consistentemente os 90 tão cedo.

* Nunca entendi como alguém podia ter fé nos papéis de uma casa bancária com esse nome...

segunda-feira, 17 de março de 2008

Principle of Polarity - Another Follow-up!

2 meses apresentei o Princípio da Polaridade (clique aqui antes de prosseguir) aplicado à Telesp PN, além de alguns comentários, bem particulares, relativos ao breakdown (rompimento pra baixo) da lin. de tendência de alta (azul). Ressalte-se que a LTA dos 2 charts (o de fevereiro e o atual) é exatamente a mesma. Comparem.
Apesar do breakdown parecer óbvio, não o é. Depende do traçado adotado. E tampouco é simples afirmar de antemão que num eventual retorno (throwback) o fechamento no chart semanal não se dá acima da LTA (vide elipse). Afinal, technical analysis é ferramenta de acompanhamento e não de previsão. Então, como é possível? Experiência. Não se iludam, folks. Não existe mágica. Nas palavras de Alan Farley, "a well-trained eye is more effective than a stack of indicators".

Pairs Trading - The Follow-Up

Aproveitando uma resposta do Prof. Lafayette ao post "How about some pairs trading?" e talvez um certo mal-entendido pairando no ar, resolvi voltar ao assunto. A análise diz respeito somente ao spread existente entre BRKM5 (long) e PETR4 (short). Qualquer interpretação lato sensu além disso corre por conta do leitor. rs E a grande vantagem do trading de pares é que, via de regra, não está vinculado à direção que o mercado geral irá tomar. Desde quinta-feira, mostrou-se acertado, pois o spread até agora caminhou a favor. Convém deixar claro que não se trata de uma sugestão de operação. Meu objetivo é deixar registrado que, mesmo em condições adversas, é possível tirar dinheiro do mercado sem se submeter a riscos intensos.

Some of My Favorite Quotes

Frases de profissionais consagrados em seu campo de atuação têm um grande poder de convencimento. Segue abaixo uma pequena seleção feita rapidamente*. Algumas não esqueço nem quando estou dormindo**...Divirtam-se:

  • "Win or lose, everybody gets what they want out of the market. Some people seem like to lose, so they win by losing." (Ed Seykota, commodities trader)
  • "Everyone has the brainpower to make money in stocks. Not everyone has the stomach. If you are susceptible to selling everything in a panic, you ought to avoid stocks and stock mutual funds altogether." (Peter Lynch)
  • "Anyone can be a trend-follower. The big money is made in reversals." (Jon Markman)
  • "Why risk everything on a trade? Why not make your life a pursuit of happiness rather than pain? I decided that I had to learn discipline and money management." (Paul Tudor Jones)
  • "The really valuable thing is intuition. There are no logical paths to these laws, only intuition resting on sympathetic understanding of experience can reach them." (Albert Einstein)
  • "I think one of my strenghts is that I view anything that has happened up to the present point in time as history. I really don't care about the mistake I made three seconds ago in the market." (Paul Tudor Jones)
* Preferi deixar alguns quotes de Buffett e Livermore de fora por serem bastante conhecidos;
** Desculpem-me pela versão original em inglês. Foram retirados in natura de suas fontes.

domingo, 16 de março de 2008

Curse of the Fed Chairman

A história tem nos mostrado que os mercados gostam de testar a habilidade dos profissionais que sentam na cadeira de Presidente do Federal Reserve Bank. Paul Volcker, designado para o cargo no governo Jimmy Carter em agosto de 1979, enfrentou um cenário de estagflação e aumentou sensivelmente o Fed Funds Rate. O resultado foi a maior taxa de desemprego nos E.U.A. desde a Grande Depressão. Muitos defendem que tenha sido o único Presidente do Fed que levou sua tarefa a sério. Em 1987, assumiu Alan Greenspan, the Bubble Blower. E pegou pela proa, logo dois meses depois de sua posse, a Segunda-Feira Negra (Black Monday), dia em que os mercados mundiais derreteram e o Dow Jones Industrials cedeu mais de 22%.
Uma das premissas da Teoria Dow, conforme é sabido, é a de que History Repeats Itself.* A meu ver, um plain-vanilla bear market (leia-se, um mercado de baixa comunzinho) não seria algum acontecimento que manteria essa tradição...

* Outras teorias versando sobre ciclos econômicos se desenvolveram com base nessa premissa. Talvez o mais polêmico seja o Ciclo de Kondratieff.

sábado, 15 de março de 2008

Bottom-Fishing and other Hobbies

A maior figuraça do mundo dos investimentos foi sem dúvida Jesse Livermore, um ícone em Wall Street. Está para os traders, assim como Jimi Hendrix para os guitarristas e "Bobby" Fischer para os enxadristas. Em seu How to Trade in Stocks escreveu:
"Speculators in stock markets have lost money. But I believe it is a safe statement that the money lost by speculation alone is small compared with the gigantic sums lost by so called investors who have let their investments ride. From my viewpoint, the investors are the big gamblers. They make a bet, stay with it, and if it goes wrong, they lose it all. The speculator might buy at the same time. But if he is an intelligent speculator, he will recognize—if he keeps records— the danger signal warning him all is not well. He will...await a more favorable opportunity to reenter the market..."

No best-seller dos anos 80 How to Make Money in Stocks Bill O'Neill disse:
"The staggering majority of individual investors, whether new or experienced, feel delightful comfort in buying stocks that are down substantially from their peaks..."

Em um blog na Internet achei outro trecho curioso:
"Similarly, don’t buy a stock just because it looks cheap on the basis of fundamental analysis. Wait for THE MARKET to recognize that it’s cheap. Let other people take the risk of buying too early. Jesse Livermore always said that the most profitable trades resulted when he entered a trade soon AFTER the market had confirmed his belief that prices were going to move in a particular direction."

Aos amigos que me enviam emails e dizem que papel X está barato, geralmente respondo algo do tipo: "Também acho. Vá lá e compre." rs Alguns retrucam que não faz diferença se compram a 20 ou 22 se pode chegar a 200. Concordo, mas isso ocorrerá em quanto tempo? Quantos continuam com fé inabalável na então maravilhosa Natura (NATU3) desde seu IPO? UOL estava barato a 10, não? E agora a 7,80 deve ser uma pechincha irrecusável...Imagine então a 7,50 ou 7,00. Então vá lá e compre. rs

Não quero dizer que não há ativos teoricamente baratos na Bovespa (Duratex, p. ex.) e nem que essa informação não seja relevante. Prefiro, sim, entender por qual razão um ativo está subindo, ao contrário dos technicians ortodoxos. No entanto, espero que outros assumam o risco de comprar - os verdadeiros especuladores, segundo Livermore*. Bottoming é condição antecedente de reversals.

* O Boy Plunger tirou sua própria vida depois que perdeu uma fortuna pela enésima vez. Os seus estudiosos dizem que ele de vez em quando não obedecia suas próprias regras...

sexta-feira, 14 de março de 2008

Nota de Desagravo

Ops. Cometi um erro ao dizer que, mais uma vez, Ben "Chopper" Bernanke havia jogado de cima 200 bi de greenbacks justamente no período crítico de expiração dos contratos. A semana de vencimento yankee é a próxima. É o primeiro dos 4 quadruple witchings do ano (dia em que expiram 4 tipos de contratos derivativos). Portanto, espera-se volatilidade acima da média ou quase nenhuma.

quinta-feira, 13 de março de 2008

How About Some Pairs Trading?**

Pairs trading (trading de pares) é aquele efetuado tomando-se por base o price action de um ativo em relação a outro. No chart acima - que já venho acompanhando há cerca de 2 semanas - de brkm5/petr4 vê-se uma formação de fundo que talvez evolua para uma reversão. Uma possível operação a ser montada, portanto, seria +brkm5 (long) -petr4 (short), com base no price pattern.* A vantagem do trading de pares é que o resultado independe da direção do mercado geral. A desvantagem é a perda de certo "poder de fogo" em garantias exigidas pela CBLC.
* Não cabe aqui fazer considerações extensas sobre detalhes operacionais. U.S. players may take advantage of the pair BAK/PBR;
** Perdoem-me pelo traçado meio desleixado. Foi feito na correria...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Forums as Contrary Indicators

Ao longo de meus anos como investidor/trader participei de alguns fóruns de investimentos (notadamente de mercados acionários). Poucas mas boas amizades virtuais sobreviveram ao longo do tempo. Hoje, devido à sua própria escassez, participo de um ou dois, mais na condição de leitor que na de interlocutor, infelizmente.

Uma constatação salta aos olhos depois de algumas milhares de horas freqüentando esses espaços:

Quanto mais orientados ao curto prazo o objetivo de seus participantes mais eficiente a utilização do fórum como indicador contrário.

Lembro-me do dia em que - com os mercados fechados - os GI Joes capturaram Saddam Hussein num buraco de rato no Iraque. Os Futures yankees pulando pra cima no pre-market. O então carro-chefe do Ibovespa - Telemar PN - escrupulosamente acompanhado...Mensagens de euforia dos forenses que queriam tirar o dinheiro fácil nas opções pipocando a torto e a direito. Queriam comprar no gap up, etc. e tal. Fui voz única a dizer que não comprassem pois a chance de cair era alta. Os technicals estavam ruins. Resumindo o ocorrido: os preços de abertura dos pregões aqui e em Wall St. foram os máximos do dia. Os fechamentos, próximos das mínimas do range de preços. Foi a última vez que me atrevi a dar opinião. É uma tarefa antipática ir contra a maioria.

Afinal, por que esses espaços funcionam ao contrário com certa eficiência? Quanto menor o timeframe operado maiores as exigências de experiência, estudo e aptidão dos players. Acreditam ser fácil bater os mercados. Se sequer os bancos conseguem ser consistentes nas operações de tesouraria...Deveriam começar a investir em períodos mais longos e só então, após alguns anos, passar progressivamente a timeframes mais curtos caso assim desejassem. No entanto, folks, humildade é uma qualidade rara nos neófitos. And adding fuel to the fire, contam com um empurrãozinho das corretoras no serviço de deseducação financeira (compre-aqui-venda-ali, "carteira recomendada" para março e outras idiotices). E la nave va.

* Sobre o price action de hoje em WS, parece que ouvi o mercado dizer a Tio Ben: "No funny money, honey."

terça-feira, 11 de março de 2008

Ben "Helicopter" Bernanke Strikes Again**

Uncle Ben atacou impiedosamente (de novo)! Jogou do helicóptero mais 200 bi de fiat money* para 20 firmas de investimento. E novamente o faz em semana de vencimento de derivativos, aqui e em Wall Street. Acho no mínimo curioso que a opinião pública yankee ache um escândalo um governador de Estado contratar uma menina de "vida fácil" com dinheiro próprio. Mas considere run-of-the-mill um Presidente do Federal Reserve enfiar liqüidez na cara dos short sellers no período mais crítico e sem KY. Deve ter tomado umas aulas com os controladores da Telemar...Qualquer dia teremos um Bengate a emplacar as manchetes do NY Times.

Bom, voltemos à vaca fria...acredito realmente que o rebound de hoje ocorreria essa semana - como falei ontem - mesmo sem a ajuda de Ben "Chopper". Acontece que em semana de vencimento qualquer price action positivo fica potencializado pela zeração de vendidos (short covering). De imediato não é possível saber qual parcela corresponde a uma compra genuína e àquela que corrresponde apenas a zeração de posições short. Qualquer que seja o raio-X não atrapalha o meu diagnóstico de que nem com uma mãozinha externa houve volume significativo em petr3/4 e em seu ADR (ticker pbr).

* Dinheiro emitido sem lastro físico. E vale só porque o governo assim diz.
** Vide post Nota de desagravo de 14/03.

On the Lookout for the Fakeout!

A expectativa imediata é um reteste do low de janeiro no Industrials. Se isso ocorrer amanhã, uma violação intraday desse ponto (aprox. 11,6k) - provocada pelo stop-gunning (acionamento voluntário dos stops) - não pode ser descartada. Mas dados os níveis de sobrevenda e de volatilidade dos mercados yankees, acredito que esse patamar de preços confirme suporte no curto prazo.

segunda-feira, 10 de março de 2008

The Linear Mind

A motivação do post de hoje teve origem em um episódio ocorrido há umas horas. Um amigo pelo telefone me perguntou: "Como fechou Petrobrás?" Respondi: "Caiu quase 1,9%." Eis que retrucou: "Nossa. E o barril subiu. Imagine se tivesse caído!" Formidável como nosso cérebro tem essa necessidade de criar um ambiente lógico, linear. Talvez por isso a categoria profissional mais presente nos mercado acionário seja a de engenheiros (e eu, um deles). Mas com o passar do tempo, descobrem que 50% das vezes a decisão mais lógica foi a errada. E o bom profissional, uma vez prodígio na faculdade, orgulhoso de sua mente linear, sente-se impotente diante diante de um mercado que está além de suas forças. Os mais orgulhosos mudam o foco e juram que só comprarão ações para o longo prazo (até hoje nunca me disseram se isso são 1, 5 ou 10 anos). Vejamos outros casos de raciocínio linear: "Ué, o balanço de Vale foi espetacular. Por que caiu?" Newsletters de bancos e corretoras estão repletas de extrapolações lineares. Os exemplos abundam. Mas nesses dias há um que se destaca: "O Ibovespa está forte. Imagine quando Wall Street encontrar o fundo e começar a subir!" Oh, boy...

A lógica correta é a do mercado, concordem ou não. E uma minoria irá compreendê-la. 80% dos players criam condições para que 20% ganhem. No curto prazo os mercados são zero-sum games. Desconfie sempre de conclusões óbvias.* Provavelmente estão erradas.

* Os players lineares são os maiores responsáveis pelos fakeouts (falsos rompimentos) nos charts.

sábado, 8 de março de 2008

Why Create a Blog?*


O Markets by Fact Finder vai se aproximando das 1.000 visitas. E nunca disse o que me levou criar um blog. Tenho operado por conta própria por quase 10 anos. E minha entrada no mercado bursátil - não por acaso - coincidiu com a criação dos primeiros homebrokers brasileiros.


A opção por um viés mais técnico veio meio por acaso quando comecei a ler sobre o assunto na Internet. A bibliografia sobre technical analysis tem um apelo mais imediatista para o investidor. E talvez isso tenha exercido uma maior influência na minha escolha. Na extensa prateleira de livros sobre TA não há nenhum em português. Não é preconceito...Essa linha não chama a atenção das editoras a ponto de se interessarem em traduzir obras. E quando decidem traduzir uma, já virou até livro cult no país de origem. Para exemplificar, Trading for a Living de Alexander Elder foi publicado em 1993 e só recentemente traduzido para o português. Na área fundamentalista, a situação não é diferente. E conta com esforços heróicos individuais (vide traduções na página do Ser e Ação e Reação, por exemplo).

Os motores em potencial da propulsão da análise gráfica no Brasil (bancos, corretoras, etc.) estão mais interessados no bottom-line imediato. Transformaram os fóruns e chats em espaços voltados para os gamemaníacos ("compro-onde-vendo-onde?"). Por fora correm os consultores financeiros, basicamente teóricos do mercado, e os instrutores de "cursos de análise gráfica", que em alguns casos transformam-nos em seu meio de subsistência. O resultado é um amálgama de pessoas e instituições no cenário nacional que deturpam a compreensão e a essência dessa filosofia de investimento.


Outro problema no aprendizado é a expectativa irreal por parte dos estudantes de que irão conseguir bater com consistência o Ibovespa - ou qualquer outro índice geral - assim que terminam seus cursos de final de semana ou lêem seu primeiro livro sobre o assunto. Acredito que sem um mentor mais experiente isso seja muito difícil em menos de 2 ou 3 anos. Diante da frustração, o culpado passa a ser esse "negócio de gráfico que não funciona".

Na curta existência do blog, registrei as sugestões de ocorrência do bottom dos mercados em janeiro (clique aqui) e do recente topo (vide lançamento coberto). Blogs never lie. rs

* O emprego de títulos em inglês tem como propósito facilitar o acesso e aumentar a visibilidade do blog aos nativos dessa língua;

quinta-feira, 6 de março de 2008

Courtesy to Our U.S. Readers

Readers mostly from the U.S. have been visiting this blog. Swell! I have figured that U.S. investors/traders are better off than ever thanks to bear-market ETFs traded on the AMEX. No margin accounts. No margin calls. That's great.

Let's take Ultra Short Real Estate (chart above) as an example. Up 12% year to date. And today's breakout looks very promising. Needless to say, U.S. markets are going from bad to worse.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Cult of Personality


Assim como eu e você, o price action dos ativos também tem suas preferências e idiossincrasias, resultado da interação dos mesmos players. Um trading system com boa performance em General Motors (GM) em determinado horizonte de tempo pode ser um desastre se aplicado ao Google (GOOG), digamos.

Duratex PN foi um dos papéis comentados esses dias. Encontra-se nitidamente confinado entre a MM50 e a LTA de curto prazo (azul), como esperado. Para ver análise,
clique aqui. A mesma MM50 pode não ser significativa para o price action de outro papéis.

CSN ON prossegue confirmando o processo de blow-off descrito
(vide análise) e tão cedo não verá seu topo histórico ameaçado. Lembremo-nos de mais uma das premissas da Teoria Dow: History repeats itself.

terça-feira, 4 de março de 2008

CEOs Care for Price Action. Should you?

Ontem à noite o Departamento de RI da Gerdau soltou um email aos acionistas avisando que viria uma oferta primária significativa pela proa (R$2,8bi e 1,2bi para a Gerdau e Metalúrgica, respectivamente). Alguns souberam antes, como sempre. Um cliente de uma corretora vendeu um caminhão de Gerdau PN até as 19:30h, levando o preço da ação até os 2% permitidos, abaixo do fechamento no período normal.

Sempre que esses fatos relevantes vem à público, ponho meu thinking cap e avalio o que levou os Conselhos de Administração a escolherem esse ou aquele momento para tomarem suas decisões: aquisições, fusões, programas de recompra (buybacks), etc. Vejam que não avalio a conveniência do ato de gestão, apenas o timing. No caso da empresa do clã Johanpetter, tenho observado - ao longo dos últimos 3 anos pelo menos - a adoção do método "Sell into strength!"

Tomemos o price action de Gerdau PN, por exemplo. 54 reais tinha sido o teto do papel desde outubro do ano passado. O rally do mercado iniciado na segunda metade de janeiro levou quase em linha reta o preço para acima desse patamar. Analisando o chart semanal, chega-se à conclusão de que uma compra no momento do rompimento pra cima (breakout) é contra-indicada. Mas o que os neófitos fazem? Sempre compram breakouts sem muitas considerações, claro. Só lembrando: Falsos rompimentos (fakeouts) costumam potencializar movimentos em sentido contrário, folks.

Percebo que essa é a mesma visão do board da Gerdau. Existe uma idéia disseminada no mercado de que gestores de empresas tratam com desdém o price action de seus papéis e atuam segundo seus planos de negócios, apenas. Não parece o caso dos administradores da Gerdau. Um dia desses ainda vou ver um livro nas prateleiras das livrarias com o título "Trade Like the Johanpetters."

segunda-feira, 3 de março de 2008

Double bottom? Who cares?!

Vez ou outra recebo em meu email propagandas de cursos sobre análise gráfica* (aliás, por incrível que pareça, nunca fiz um). Sempre que possível examino seus conteúdos programáticos. Todos, sem exceção, abordam os patterns de reversão clássicos (fundos e topos duplos e triplos, cunhas, OCOs, etc.) de modo estanque. Ou seja, imagino que o estudante seja levado a acreditar que os movimentos de reversão ocorrem por capítulos também. Ênfase excessiva em tecnicismos tende a embotar a percepção dos praticantes pouco experientes, causando a "paralisia pela análise" (paralysis by analysis, como dizem os yankees)

Outro perigo desse embotamento é o de fazê-los esquecer as premissas basilares da Dow Theory. A mais famosa: "prices move in trends". E no que consiste uma tendência de alta? A ocorrência de topo e fundo mais altos (higher highs/higher lows) no timeframe examinado. No chart acima - CSN ON em 60 min - vê-se claramente a ocorrência de um fundo (HL) e um topo mais altos (HH), caracterizando uma tendência de alta. Um possível fundo duplo (setas verdes) evoluiu para um padrão não identificável. Mas e daí? O fundamental é compreender o ebb-and-flow dos preços.

* Nem toda análise técnica é gráfica.

domingo, 2 de março de 2008

DJIA Rearing Its Ugly Head

"It must not be supposed, however, that technical analysis in the hands of an investor is a crystal ball. This is where most students of TA become frustraded and discouraged and are apt to conclude that TA is of no value: it is because they treat it as a means of knowing the future. This is a grave error and one to be avoided at all costs...More than anything else, TA is a risk management tool, to use the modern vernacular." (Clif Droke, conhecido analista yankee)
Quem acompanhou as 2 análises abaixo talvez não tenha ficado surpreso com o price action de quinta e sexta nos mercados americanos...*
* Confesso que esperava, no fundo, ver o DJIA superar os 12,8k na semana que passou. No entanto, aceito prontamente o que o mercado faz. TA is a wind sock, not a crystal ball.

sábado, 1 de março de 2008

An Ebbing Tide Lowers All Boats

Stock Trading Wizard de Toni Oz foi um dos primeiros livros s/ análise técnica que comprei. Deve ter sido lá em 1999. Sempre que lemos um livro sobre investimento, a teoria mostra-se muito mais simples que a prática. Em um mercado acionário terrível que se iniciava, não assimilava por que aqueles chart patterns maravilhosos não se repetiam na prática. Época de perdas pesadas...O erro crasso foi não perceber a tendência maior em que se desenvolviam os padrões.

Estima-se que cerca de 75% do movimento de uma ação em específico seja atribuído ao do mercado em geral. Uma menor parcela, ao desempenho do setor em que se insere. E uma menor ainda, a fatos específicos relacionados à respectiva empresa. I have learned it the hard way.

A Internet abriu uma janela de oportunidades aos technicians nesse sentido. Hoje com um click de um mouse é possível avaliar índices de bolsa e preços de ativos de qualquer lugar do mundo; estimar desempenhos entre papéis para separar os de melhor força relativa, etc. Serviços que custavam algumas centenas de dólares há 20 anos hoje saem por cifras em torno de dois dígitos.

Essa conversa toda para ilustrar por que um fundo duplo em CSN ON (60 min) pode ser facilmente descaracterizado e evoluir calmamente para qualquer outro: um retângulo, por exemplo (linhas em Dow Theory parlance). Conforme nos lembra Mark Douglas, "prices are in perpetual motion with no defined beginning or ending". Em correções sofrem menos os papéis inseridos em setores mais fortes. O que está "caro" ou "barato" pode continuar assim por mais tempo que se imagina ser possível...