DISCLAIMER


DISCLAIMER: 1. The risk of trading equities and/or derivatives can be substantial. 2. Any decision to purchase or sell as a result of the opinions expressed in this blog will be the full responsability of the person authorizing such transaction. 3. Past performance is not indicative of future results.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Close Look On TED Spread On The Hourly - II


Como esperado, o TED Spread rompeu o range em que se encontrava e tomou a pior direção para o mercado em Wall Street. Possíveis targets para esse movimento estão assinalados acima.

Outro dia li um comentário de um analista yankee afirmando que o mercado havia exagerado na resposta ao "aperto" de crédito. Será!? Desde quando players respondem de maneira razoável a sentimentos extremos? A situação atual do mercado de crédito não encontra paralelos na história recente. Não se trata de uma bolha setorial (vide bolha da Nasdaq), de default de um país (vide Argentina, Rússia, etc.) ou de um colapso de um mega hedge fund (vide LTCM). Quanto valerão os fluxos de caixa descontados se a empresa pela qual você se apaixonou - isso é muito comum! - passar a contar com um prêmio contínuo no custo do capital (e ainda desconhecido)?

Close Look On TED Spread On The Hourly


Pois bem...Tive a idéia de mostrar o TED Spread mencionado na última postagem em um timeframe bem menor. Pode parecer que uma entidade etérea como spreads entre taxas de juros não obedeça exatamente aos preceitos da technical analysis. Alguns devem estar com essa dúvida. A elipse mostra o desvio-padrão de 10 períodos em níveis bastante deprimidos. Conclusão óbvia é que esse indicador ensaiará brevemente um rally ou um selloff com repercussões interessantes no chart diário. Isso se dará com uma diminuição da taxa Libor ou aumento do yields do Treasuries de 3 meses (ou ambos). Observe-se que por razões que desconheço a plotagem acima é feita pela diferença do yield de 3 meses menos a Libor. Daí os números negativos.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

The TED Spread Evolution



O TED Spread andava meio esquecido. Ressurgiu em grande estilo esse ano na lista de indicadores mais acompanhados. A faixa de normalidade histórica pode ser vista na região delimitada pelas linhas rosas (faixa 10 a 50 basis points). Um aumento anormal da aversão ao risco de crédito - linha verde - coincidiu com o topo dos US markets (aprox. em julho/07). Na seqüência vieram os topos dos emerging markets (EMs). A fase mais crítica dos mercados de acionários foi vista quando o spread explodiu, rompendo a linha verde inclinada. A manutenção insistente dos níveis atuais é surpreendente. Segundo a Wikipedia, mantém-se a apenas poucos basis points do então recorde obtido durante o Crash de 87 (300 bps). Nenhum rally em equities terá fôlego sem uma retomada do funcionamento normal dos mercados de crédito. Quem estiver familiarizado com os princípios da análise técnica sabe que o spread não terá facilidade em retomar à faixa normal de valores históricos.

When More Is Less

Nos mercados financeiros há uma coisa que sempre permeia os comentários de analistas, corretores, consultores, CEOs de empresas et alli. chamada conflito de interesse. Este surge quando a melhor orientação dada aos clientes vai contra os interesses da firma e, por conseguinte, contra o "bolso" do profissional. Em outras oportunidades sugeri maneiras fáceis de inibi-la. Difícil é implementar. Mas, claro, não há interesse posto que o mercado financeiro é o habitat natural dos maiores e mais classudos estelionatários do planeta (vide Wall Street).

O investidor de Pindorama pode ter uma exata noção do que falo ao assistir às entrevistas veiculadas por um conhecido canal de finanças, disponível em rede de TV por assinatura. A profusão de informações sem sentido e falaciosas é absurda. Em um dia um fato específico responde por altas. Nos dia seguinte, por baixas. E aqui ainda criticamos o finado Mad Money do Jim Cramer?! Jim falava abertamente "compre" ou "venda" aos traders, denotando o risco inerente das operações. Aqui os entrevistados abusam de mensagens subliminares cumprindo fielmente o roteiro prescrito pelos empregadores. "No longo prazo qualquer setor está muito barato." E daí? Até hoje nem eu nem Luiz Fernando Veríssimo sabemos onde ele fica. Hoje aprende-se mais sobre mercado bursátil na novela das 8 que lendo esse monte de lixo du jour travestido de notícia.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Mr. Greenspan Lost The War

[Antes de continuar convém rememorar a postagem Kondratieff On Elm Street]. Passou despercebida a frase do ex-Chairman do Federal Reserve publicada na edição de 24/10 de O GLOBO (cliquem na imagem para ampliá-la). Conta a lenda que um analista canadense, reconhecidamente o maior especialista em K-Waves, em conversa informal com Mr. Greenspan na década de 60 escutou dele: "Se for o Presidente do FED sei que tenho condições de derrotar o inverno [de Kondratieff]." Tomada isoladamente, fora de um contexto, a frase publicada na edição do jornal não faz sentido e soa sobrenatural. Para os entusiastas de teorias macroeconômicas heterodoxas faz todo o sentido: Mr. Greenspan acusou a derrota.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Comparison Between Bear Markets


O price action em vários mercados apresenta variações que já não encontram paralelo no história recente. Isso mostra um ajuste tão violento que prefiro chamá-las "tentativas de repricificação", resultante de brutal desalavancagem. O downside momentum desse bear market em Wall St. é aprox. duas vezes mais potente que o anterior (período 2000-02) se considerarmos igual distância em pontos dos topos ao fundo. Diminuição de momentum é uma das condições necessárias (mas não suficientes) para reversões. Em termos estatísticos 80% das reversões apresentam divergências.


Na minha visão contrarian tenho me sentido cada vez mais bearish apesar de muitos acharem que o pior já passou. Reforço minha posição ao ver ainda uma impressionante complacência baseada em análises de dados recentes. Vi uma, p. ex., argumentando que os bear markets acabam em outubro (vide Crash/87 e Bolha da Nasdaq) e 'Wall St. estaria pronta para o year-end rally. Padrões assimilados pela manada não costumam se repetir.

No mercado de Pindorama os bons balanços trimestrais ainda persistem. Note-se que decorrem de atividades operacionais anteriores ao credit freeze. Persiste a péssima mania deseducativa da mídia em associar price action ao momento econômico em tempo real.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Value At Risk vs. Black Swans

Uma conhecida empresa produtora de celulose carrega uma posição em derivativos cambiais da ordem de US$6bi, conforme noticia um portal de uma conhecida publicação de negócios. Diante desse cenário, o resultado, na melhor das hipóteses, será um pedido de concordata. Mesmo com o alongamento do prazo de pagamento dos passivos gerados pelos contratos, o fardo é muito alto para a geração de caixa da empresa.

Esse blog não é portal de notícias. Interessa-me mais perquirir a respeito das origens de um desastre e quem sabe outras empresas não continuem cometendo as mesmas tolices. Nos cursos de MBA de Dona Marocas ensina-se aquele tradicional modelo/sistema de gerenciamento de risco: Value At Risk (VaR). Fornece ao gestor a probabilidade de ocorrência de determinado evento (perdas, no caso) por um determinado período. Claro que a quantidade de dados passados (amostragem) é fundamental. O modelo conhecido exclui mercados anormais e trading (leia-se, traders atuando contra o modelo). Ora, não é o que estamos presenciando desde julho? Nassin Taleb, autor de Fooled By Randomness e de The Black Swan, é o crítico mais famoso do modelo. Classifica-o de charlatanismo, pois eventos raros (Black Swans) não podem ter sua probabilidade estimada.

Sobre o assunto prefiro ficar no meio-termo, junto com Aristóteles. Um amigo - diante das minhas fundamentações feitas nas postagens - alcunhou o Credit Crunch de Gray Swan, definição criativa com a qual concordo plenamente. Fosse um legítimo Cisne Negro jamais poderia eu ter apontado a iminência de reversões claras em alguns mercados, antes que se tornassem óbvias para todos. O mais impressionante é que empresas de capital aberto com faturamentos anuais na casa de milhões de reais não possuíam assessoria financeira ou pessoal especializado com qualificação suficiente que mostrasse a precariedade de seus sistemas de gerenciamento de risco para o momento.

Os charts de equities que vejo hoje em dia fazem lembrar os charts históricos de commodities agrícolas (soja, algodão, milho, etc.), tipicamente exibidores de blow-offs dramáticos. Alguns preços de commodities não voltaram nem próximos a seus topos históricos feitos há mais de 30 anos (soja, p. ex.) Minha conclusão é óbvia. A julgar do price action incomum, sou levado a crer que o processo de deleveraging ("desalavancagem") é um dos fatores, senão o principal, da débâcle atual dos mercados acionários e levará preços a patamares inimagináveis. Para terminar: preços só sobem ou caem. Quem sente algo é você.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

USD Index: Mother Of All Bear Traps

Em um mercado altamente alavancado como o Forex, esperem reversões dramáticas. Apesar dos bailouts recentes pressionando sobremaneira a dívida pública e colocando mais pressão no greenback no longo prazo, continua a se apreciar rapidamente. Não racionalize o mercado. Trade what you see not what you expect. No curto, viu-se uma potente reversão chocando players que estavam short no USD.

Lendo o que havia escrito acho que deveria fazer uma complementação. Vejo experts (respeitáveis por sinal) dizerem que esse rally não tem vida longa justamente pelo endividamento yankee cada vez mais pesado. E alguns estimam o teto desse rally em moving averages, bands, etc. Contudo, meus caros, razoabilidade é conceito desconhecido pelo mercado. Quem me lê sabe que não faço previsões. Aponto apenas pontos de inflexão (turning points) quando tenho evidências para tal. Dado o momentum forte é baixa a chance de que o bacalhau da Ceia de Natal fique mais barato que isso aí. :)

History Repeats Itself (With A Caveat)

Uma das expressões mais mal compreendidas nos mercados é a famosa "A História se Repete". Se tomada em sentido estrito é uma falácia. Prefiro dizer que a reação da manada ao price action é a mesma e sempre será. Mas a simples repetição de fatos não ocorre.

Pra não ir muito longe recordo-me dos setores mais resilientes no Ibovespa durante o estouro da bolha da Nasdaq. Papéis do setor de celulose nos anos de 2000-2001 andavam praticamente na direção inversa a dos demais. Enquanto alguns setores foram massacrados, o de celulose forneceu os ganhos bem altos na época (mormente, papéis de Aracruz e Votorantim). Desde então, problemas crônicos assolaram o mercado dessa commodity. E aliado a uma infeliz conjuntura, com USD em um major bear market, ambos papéis entraram no ostracismo.

Conforme comentei anteriormente...comparar o bear market de 2000-2002 com o atual é inaceitável, sob qualquer aspecto. O price action daquela época, p. ex., nem de perto lembra o atual, que não fornece nenhum follow-thru ("continuação") de rallies até o momento nem em ambiente de extrema sobrevenda. No período citado acima era possível - com alguma expertise - aproveitar rallies a partir de regiões oversold que duravam dois, três dias. Às vezes, mais. Operações eficientes naquela época se mostram pouco proveitosas nesse momento. Mais um motivo para o aprimoramento constante, não? Uma coisa não mudou, no entanto. A estupefação diante do price action é a mesma, já que os mesmos players - trazendo à tona as últimas lembranças no arquivo mental - percebem um ambiente novamente desconhecido. E as lições aprendidas nesse bear market dificilmente serão de proveito em um próximo.

A única lição a ser aprendida em qualquer bear market é uma: play defense. Nesses períodos a prioridade é só uma: preservar o capital.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Flintstones vs. Jetsons - II

Antes de prosseguir a leitura convém entender o contexto da postagem anterior: Flintstones vs. Jetsons.

Pois bem...examinando os technicals poderia haver uma operação bem mais segura que simplesmente entrar em posições compradas em Petr PN, p. ex., nesse instante. A operação chama-se straddle, que consiste na compra de uma call (opç. compra) e uma put (opç. venda) com o mesmo preço de exercício (strike) e vencimento. Dentro de pouco tempo o mercado irá andar em uma direção. O operador não precisa adivinhar qual, já que ganhará em qualquer situação. A posição perdedora em uma das pontas será amplamente compensada pela vencedora na outra. A operação seria perdedora apenas se os preços do ativo-base (underlying) não se movimentassem durante o timeframe pretendido. Hipótese na qual ambas (call e put) perderiam prêmio, por causa da diminuição da volatilidade implícita e/ou da ação do theta (efeito do tempo). Claro que em Pindorama essa operação é uma ficção, posto que opções de venda não possuem liqüidez.
Bem...e la nave va.

sábado, 18 de outubro de 2008

BDI Hitting Main Street!


Essa postagem é um followup de "Vale CEO Or Texas Hold'em Player?" A notícia acima recém-divulgada em uma newsletter semanal é de particular interesse para os leitores que acreditam ser o price action uma aberração da realidade, manipulação de big shots perversos, resultado da influência de jogadores compulsivos ou idiossincrasias do gênero. Daí, só por acaso, refletirão a economia real um tempo depois.


Por isso, leitura de notícias é um hábito que em muito contribuirá para vosso desempenho em rodas de boteco. Mas não acredito que seja de muita serventia nos mercados de risco. De que adianta ser informado do preço dos fretes de graneleiros a essa altura quando já estão na bacia das almas?

Sobre o mesmo assunto vale a pena ler também Crash no Mercado de Ações? Você Não Viu Isso!

OBS: A título de curiosidade...navios chamados "capesize" são originalmente aqueles com calados grandes demais para atravessarem o Canal de Suez. Daí serem obrigados a navegar pelos cabos ("capes").

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Another Typical Week Of Expiration

*Update do fechamento de 17/10: Quem diante da volatilidade extrema dos últimos dias arriscaria dizer o que eu disse ontem (em amarelo)? Senão vejamos: no fechamento => DJIA -1,41%, SPX - 0,62%, NASDAQ -0,37%, após grandes ranges de preços durante o dia. Quem tem a probabilidade de seu lado assume uma posição e sabe por quê. Quem não sabe perde R$2bi, R$760mi, R$350mi em derivativos de câmbio, culpa o Black Swan e empurra a conta pros acionistas.

Recentemente vi um comentário de um leitor em um blog reclamando da manipulação dos preços em semanas de vencimento. As pessoas são induzidas a tentar entender por que preços sobem ou descem. Para tudo deve haver uma explicação. Fundamentalistas ortodoxos são os maiores fãs de notícias. Estas tendem a dar aquele verniz de racionalidade de que tanto gostam.

Semanas de vencimento são atípicas porque nos dias que antecedem a expiração de contratos o mecanismo compensador do mercado torna-se mais potente. Este busca restabelecer o equilíbrio do conjunto das apostas de modo que o preço de exercício do underlying seja aquele que frustre a maior parte dos players. Outro dia fiz uma comparação com um sistema termodinâmico que sempre procura o estado de maior entropia.

Por isso a volatilidade da semana em curso em Wall St. foi típica. Nos movimentos de vai-e-vem a ação dos próprios players tenta encontrar o ponto de equilíbrio, geralmente a faixa de preços onde existe a maior concentração de contratos em aberto de puts (opções de venda) e calls (opções de compra). Fantástico mecanismo democratizador de ganhos e perdas. Nessa mesma linha de argumentação ficaria surpreso se as principais médias yankees fechassem com oscilações grandes amanhã.* O resultado frustrará a maior parte das sardinhas que se acotovelaram no aftermarket, considerando a última hora bullish do pregão de ontem (quinta-feira) e um hammer no diário como um sinal forte de compra.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Risk-Aversion Chart


O chart acima mostra o proxy do SP500 indexado a um fundo de Treasuries com vencimento acima de 20 anos. Uma tendência de alta se traduz na idéia de que o mercado está propenso ao risco, privilegiando posições compradas em mercados de renda variável. Digno de nota é o vazamento da uptrend roxa no segundo semestre do ano passado. O topo do chart (elipse amarela) ocorreu em julho, época em que apontei em um post o início da "underperformance" das ações de segunda linha na Broxespa, claro sinal bearish. Nessa época o assunto subprime ainda não estava na moda por aqui. Como prego reiteradamente, mercados quase sempre dão sinais antecedentes. De relevante recentemente apenas o breakdown severo de nível crítico de oferta. Acredito que o reparo desse estrago - que pode piorar, claro - já esteja na escala de anos.


* Nota: Uma queda hoje de mais de 10% no Ibov depois de uma segunda com forte rally não deveria ser algo inesperado para quem acompanha o blog. A second wave of sellers on the move!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Whole Lotta Resistances in DJIA

Charts valem mais que mil palavras, senhores. O Crash das duas últimas semanas fez o price action romper regiões de forte oferta no DJIA. Esperem que qualquer pullback estacione em uma das áreas imediatas acima.

* Disclaimer: Como sempre lembro que weekly charts devem ser analisados com mais consistência após o fechamento da última barra (leia-se, após o fechamentos às sextas-feiras).

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Haste Makes Waste?

A nota acima retirada do blog da Míriam Leitão me deixou confuso. A primeira frase simplesmente não faz sentido. O gerente de risco da Sadia - se alertou para o alto risco da operação - deve ter reconhecido que existia chance grande do USD subir, certo? Infelizmente os jornalistas da era da Internet estão mais empenhados em produzir quantidade de informação que qualidade, revisá-la ou torná-la inteligível. Por sinal o primeiro parágrafo da postagem é um primor. Só deve fazer sentido para a própria Míriam.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A "V"- Type Bottom In A Bear Market?!

Essa é a pergunta cuja resposta tenho curiosidade de saber. No primeiro semestre comentei sobre a ocorrência freqüente (rara) de reversões em "V" durante todo o bull market dos EMs. Não é possível saber que estamos diante de uma antes do pullback estar em estágio avançado. Vê-las em um bear market ainda jovem seria uma raridade maior ainda. Não posso também deixar de comentar também topos recentes em "V" em vários ativos (Crude Oil, p.ex.), sinal de mercados fracos.

Uma informação que talvez não seja de conhecimento do Professor Schiller, economista conceituado e bottom-fisher nas horas vagas: a semana é de vencimento. Logo, convém não confundir algum short squeeze com pressão compradora. A essa altura, resta saber como está o ímpeto da segunda leva de bears. A probabilidade de que surjam cresce de maneira exponencial à medida que o price action se aproxima de importantes regiões de oferta, rompidas brutalmente semana passada. Quase certo que parte daqueles ainda com a batata quente na mão irá querer repassá-la.

sábado, 11 de outubro de 2008

Penny Wise And Pound Foolish

Essa expressão tem permanecido na minha cabeça depois do débâcle nos balanços trimestrais de Sadia, Aracruz, Votorantim et alli. Diz respeito às pessoas que são extremamente escrupulosas para ganhar ou economizar pequenas quantias e desastradas quando quantias grandes estão em jogo.

A confusão me abateu ao deduzir como a administração de empresas tão competentes em seus core businesses possam ser tão mal assessoradas em se tratando de gerenciamento de suas disponibilidades financeiras e/ou protegendo ("hedging") suas margens operacionais. Recentemente o portal de uma conhecida publicação mensal divulgou a estória fantástica de como a empresa DASA (Diagnósticos da América S/A) se livrou de prejuízos milionários em operação de derivativos de moeda. Isso porque tinham "assessoria" de grandes (ex-)bancos de investimento - os mesmos que esse ano enriqueceram ainda mais seus CEOs e quebraram seus cotistas e minoritários nos EUA.

Existem vários mitos que ainda sobrevivem no mundo dos investimentos, principalmente na mídia. Ocorreram-me dois. Um deles é acreditar que as pessoas mais aptas a analisarem mercados de ações (equities), de moedas, de commodities, etc. são os economistas. O mainstream nunca vos falou o que estava para acontecer ano passado? Economistas ortodoxos analisam obviedades depois que se apresentam. Basta ver o Jornal Nacional. Outro mito é que altos executivos de banco - muitos acompanhados por acrônimos fascinantes (MBA, CFA, PhD, etc.) - estarão vendendo serviços bancários mais úteis aos seus clientes que às instituições que dirigem. Como é que high-ranking execs circundado por dezenas de profissionais gabaritados não conseguem avaliar o risco de determinadas operações?

Um amigo ao ler o artigo sobre o episódio da DASA me escreveu um email elogiando o staff da empresa por ter reconhecido o alto risco. Really?! Em uma operação envolvendo eventos probabilísticos o risco pode ser definido como o desembolso/lucro a ser feito/embolsado ponderado pela probabilidade de determinado evento ocorrer. A reportagem menciona que a preocupação imediata tinha sido um eventual alto desembolso. De que adianta saber do desembolso se não tivermos a outra variável em mãos? Não me peçam para apostar mais que uma merreca quando a probabilidade estiver a meu desfavor. Empresas preocupam-se demais com seu core business e deixam - quando precisam de orientação - suas finanças em mãos suspeitas porque afinal é "assim que todo mundo faz. E esses negócios são uma caixinha de surpresas." Bullshit! Quem me acompanha sabe que deixei subentendido o risco extremo de se manter posições compradas em commodities, no final de junho, e vendidas em USD no início de agosto .

Para se avaliar a probabilidade de determinado evento ocorrer nos mercados de livre negociação é necessário recorrer a profissionais que estudam o price action por meio de metodologias consistentes e não a economistas ou bancos (os comerciantes). Mercados de livre negociação são o melhor leading indicator da economia. Ou alguém se esqueceu de que os major markets yankees começaram a cair dos seus 52-wk highs a partir ano passado? Afinal de contas, charts never lie

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Débâcle In Point & Figure Charting

Os chamados gráficos de ponto & figura (PF) eram bastante utilizados, principalmente pela facilidade de plotagem. Com o desenvolvimento de sistemas informatizados na década de 50 foram caindo em desuso. A sua grande virtude é eliminar o fator "tempo" das plotagens. Só há marcação se o ativo em estudo variar acima de um intervalo de preço definido pelo technician. Não vou anexar charts com novos conceitos, provavelmente não dominado por muitos leitores. Não teria sentido. Disso tudo pra dizer o seguinte, folks: os targets de queda definidos, segundo padrões típicos de P&F charts, são desanimadores para quem espera entrar em posições compradas com vistas a prazos mais longos (com risco reduzido). Investimentos envolvem decisões pessoais. Mas mantenham essa informação no bolso de vocês.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Cash Is King


A notícia acima é fresquinha. Diante da anarquia que tomou conta da precificação dos assets mundo afora, a STN sensatamente suspendeu a negociação de títulos. Não se sabe quando será retomada. A universalmente conhecida Lei de Murphy preconiza que os investidores do Tesouro (In)Direto poderão ter problemas em converter suas aplicações em cash, quando mais quiserem fazê-lo.


Anteontem vi uma entrevista do estrategista para a América Latina do Barclays Capital. Usou a expressão "Liqüidez não tem preço", o que dá no mesmo. Daí talvez agora faça sentido - pra quem gosta de encontrar racionalidade em tudo - a fome por dólares, que acreditem ou não, ainda é referência de liqüidez. Ontem e hoje estamos vendo confirmação de forte breakout no yen, confirmando um desfazimento consistente do carry-trade com o USD. Estejam preparados para ver o pair yen-usd em valores não vistos nos últimos 20 anos em algumas semanas. Essa análise merece um post à parte. Stay tuned. Charts never lie.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

What You Should Expect...

Conforme comentei em outras oportunidades, o processo decisório por meio de charts analysis não é uma atividade preto-no-branco. Na maior parte do tempo, em qualquer timeframe examinado, chart são ambíguos. Então, em lugar de algo "preto" ou "branco" esperem muitos "tons de cinza". E o que fazer quando os technicals estiverem alinhados? Nessas poucas vezes, amigo. Não pense duas vezes. Pule com os dois pés dentro do barco. Lembro a última vez em que isso ocorreu e não pude participar da festa...numa tarde opções ATM de Petrobras PN subiram mais de 100%. Não participar de um rally previsível é doloroso.

Em processos de reversão devemos esperar uma redução progressiva da volatilidade aliado a um price action benigno. Ocorre que aquela - apesar dos níveis estratosféricos - não se reduz. Leigos têm opinião contrária. Imaginam que dias de abertura forte nos mercados - depois de circuit breakers* acionados no dia anterior - são sinais de compra, quando na verdade são excelentes oportunidades de venda. Bottoms são fenômenos extremamente complexos porque envolve um "vai-e-vem" intenso (ebb-and-flow) na psicologia da massa.

A débâcle atual dos mercados - se avaliada pelos níveis de volatilidade - já é bem mais potente que o estouro da Bolha Dot Com na Nasdaq. Se imaginarmos que atingimos esse estágio em uma leg down apenas percebe-se que o potencial destrutivo do bear market que vemos é imenso**. Na época havia a percepção de uma bolha setorizada, hoje os mercados parecem ter perdido noção de precificação. Os preços correntes dos assets pelo mundo embutem uma combinação cancerígena de alavancagem e excesso de Ms (meios de pagamento), resultante de uma política monetária permissiva dos bancos centrais.

* A propósito, de que adianta circuit breaker se os negócios com ADRs na NYSE e a atividade lá continua normalmente? Só em Pindorama mesmo...
** Se quiserem comento sobre o assunto em outra oportunidade.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

No Creo En Brujas Pero... - II

...que las hay las hay. Um followup da postagem anterior.

sábado, 4 de outubro de 2008

An Update On the Classic Dow Theory


A Dow Theory - conforme preconizada por Charles Dow e sistematizada por Hamilton e Rhea - hoje encontra poucos adeptos conhecidos. Resume-se na premissa de que DJIA e DJT devem estar em sincronia. Quando isso não ocorre surge a "não-confirmação" (nonconfirmation) A crítica mais conhecida é aquela que diz ser a DJ Transportation Average anacrônica para os tempos atuais. No entanto, temos um bear market confirmado pela Teoria desde o final do ano passado.

Alguns analistas criaram algumas variações da teoria "original", inserindo outras médias. Um detalhe importante desta é que a chamada nonconfirmation não é um sinal inverso. Ou seja, não invalida o sinal anterior. Depois de um bom tempo analisei o comportamento do DJIA e do DJT a partir de uma postagem no Trading In Blog semana passada. Fato curioso está prestes a ocorrer: a continuação do selloff no DJT deixará novamente ambas médias em sincronia (in sync), algo que não ocorria desde o final do ano passado. Um bull market está muito longe de ser sinalizado pela DT: só em um rompimento das linhas amarelas por ambas médias (não necessariamente simultâneo).

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mind Traps

Os mercados de equities mundo afora exibiram em setembro um padrão não visto nos últimos anos. Não falo de grandes selloffs, mas de tendências intraday, que são abruptamente interrompidas no dia seguinte, um sinal de grande desorientação dos players. Isso tem causado raríssimo aumento na volatilidade histórica (VH), não observável de 2002 para cá, em meio a uma "sensação" de pequeno fundo.

Esse aumento de VH sugere aos mais prudentes que o melhor lugar para posicionamento é do lado de fora. Imagino que vários amantes do intraday, neófitos em AT, estejam acumulando perdas pesadas - imbuídos do "sentimento de vingança" - em um mercado de lado ao imaginarem o follow-thru no dia seguinte (que não vem). Fechamentos fortes em uma das direções são brutalmente negados no dia seguinte. Operações são estopadas. E preços lentamente voltam aos níveis da abertura no final do dia, gerando um sentimento de raiva. Muitos não suportarão a frustração desses dias. Abandonarão a prática e passarão para a filosofia do fundamentalismo ortodoxo.

Agora...o que me levou a chamar a postagem "Mind Traps"? Se eu comecei a observar esse comportamento repetitivo no price action, a minoria atenta também está. Logo, é bem provável que esteja com os dias contados. E tenhamos follow-thru em qualquer uma das direçôes por alguns dias. Convém, portanto, evitar aquele sentimento de complacência, típico dos iniciantes.