Uma das expressões mais mal compreendidas nos mercados é a famosa "A História se Repete". Se tomada em sentido estrito é uma falácia. Prefiro dizer que a reação da manada ao price action é a mesma e sempre será. Mas a simples repetição de fatos não ocorre.
Pra não ir muito longe recordo-me dos setores mais resilientes no Ibovespa durante o estouro da bolha da Nasdaq. Papéis do setor de celulose nos anos de 2000-2001 andavam praticamente na direção inversa a dos demais. Enquanto alguns setores foram massacrados, o de celulose forneceu os ganhos bem altos na época (mormente, papéis de Aracruz e Votorantim). Desde então, problemas crônicos assolaram o mercado dessa commodity. E aliado a uma infeliz conjuntura, com USD em um major bear market, ambos papéis entraram no ostracismo.
Conforme comentei anteriormente...comparar o bear market de 2000-2002 com o atual é inaceitável, sob qualquer aspecto. O price action daquela época, p. ex., nem de perto lembra o atual, que não fornece nenhum follow-thru ("continuação") de rallies até o momento nem em ambiente de extrema sobrevenda. No período citado acima era possível - com alguma expertise - aproveitar rallies a partir de regiões oversold que duravam dois, três dias. Às vezes, mais. Operações eficientes naquela época se mostram pouco proveitosas nesse momento. Mais um motivo para o aprimoramento constante, não? Uma coisa não mudou, no entanto. A estupefação diante do price action é a mesma, já que os mesmos players - trazendo à tona as últimas lembranças no arquivo mental - percebem um ambiente novamente desconhecido. E as lições aprendidas nesse bear market dificilmente serão de proveito em um próximo.
A única lição a ser aprendida em qualquer bear market é uma: play defense. Nesses períodos a prioridade é só uma: preservar o capital.
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