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sábado, 11 de outubro de 2008

Penny Wise And Pound Foolish

Essa expressão tem permanecido na minha cabeça depois do débâcle nos balanços trimestrais de Sadia, Aracruz, Votorantim et alli. Diz respeito às pessoas que são extremamente escrupulosas para ganhar ou economizar pequenas quantias e desastradas quando quantias grandes estão em jogo.

A confusão me abateu ao deduzir como a administração de empresas tão competentes em seus core businesses possam ser tão mal assessoradas em se tratando de gerenciamento de suas disponibilidades financeiras e/ou protegendo ("hedging") suas margens operacionais. Recentemente o portal de uma conhecida publicação mensal divulgou a estória fantástica de como a empresa DASA (Diagnósticos da América S/A) se livrou de prejuízos milionários em operação de derivativos de moeda. Isso porque tinham "assessoria" de grandes (ex-)bancos de investimento - os mesmos que esse ano enriqueceram ainda mais seus CEOs e quebraram seus cotistas e minoritários nos EUA.

Existem vários mitos que ainda sobrevivem no mundo dos investimentos, principalmente na mídia. Ocorreram-me dois. Um deles é acreditar que as pessoas mais aptas a analisarem mercados de ações (equities), de moedas, de commodities, etc. são os economistas. O mainstream nunca vos falou o que estava para acontecer ano passado? Economistas ortodoxos analisam obviedades depois que se apresentam. Basta ver o Jornal Nacional. Outro mito é que altos executivos de banco - muitos acompanhados por acrônimos fascinantes (MBA, CFA, PhD, etc.) - estarão vendendo serviços bancários mais úteis aos seus clientes que às instituições que dirigem. Como é que high-ranking execs circundado por dezenas de profissionais gabaritados não conseguem avaliar o risco de determinadas operações?

Um amigo ao ler o artigo sobre o episódio da DASA me escreveu um email elogiando o staff da empresa por ter reconhecido o alto risco. Really?! Em uma operação envolvendo eventos probabilísticos o risco pode ser definido como o desembolso/lucro a ser feito/embolsado ponderado pela probabilidade de determinado evento ocorrer. A reportagem menciona que a preocupação imediata tinha sido um eventual alto desembolso. De que adianta saber do desembolso se não tivermos a outra variável em mãos? Não me peçam para apostar mais que uma merreca quando a probabilidade estiver a meu desfavor. Empresas preocupam-se demais com seu core business e deixam - quando precisam de orientação - suas finanças em mãos suspeitas porque afinal é "assim que todo mundo faz. E esses negócios são uma caixinha de surpresas." Bullshit! Quem me acompanha sabe que deixei subentendido o risco extremo de se manter posições compradas em commodities, no final de junho, e vendidas em USD no início de agosto .

Para se avaliar a probabilidade de determinado evento ocorrer nos mercados de livre negociação é necessário recorrer a profissionais que estudam o price action por meio de metodologias consistentes e não a economistas ou bancos (os comerciantes). Mercados de livre negociação são o melhor leading indicator da economia. Ou alguém se esqueceu de que os major markets yankees começaram a cair dos seus 52-wk highs a partir ano passado? Afinal de contas, charts never lie

7 comentários:

KB disse...

Traduzindo em português chulo que eu até usei em um antigo post:

"comer formiguinha e cagar elefante"

é grosseira, mas atinge a ferida.

aguia disse...

teve peixe grande também dançando alto neste badaladíssimo festival.

a turma do Zé Ermírio levou uma sabugada de 20 bilhas de gratis, coisa já 'bala'dadíssima.

é mole?

e eu sei lá, pô... perguntem pra êles k-çild's.

Samuel Ramos disse...

últimas notícias de Pindorama informam que a VCP também pisou no cocô antes de entrar no baile

o hedge (?) cambial, ou melhor, o hedge fund for fun custou 2 bilhetões, algo como o lucro líquido de 3 ou 4 anos viraram pluft num trimestre

mas, ei, como isso foi acontecer? afinal hoje em dia não se contrata ninguém que não seja dotô na matéria

Samuel Ramos disse...

forte sugestão para o CMN e a CVM, se fossem sérios:

investigar que tipo de operações foram feitas nesses casos e quem são as CONTRAPARTES

aposto que veríamos cousas engraçadas serem reveladas

Fact Finder disse...

"O grupo Votorantim admitiu nesta sexta-feira que vai arcar com um custo de R$ 2,2 bilhões para eliminar a exposição financeira da empresa às oscilações do câmbio."

Nunca vi tanta elegância somente para dizer que a empresa entubou uma trolha. Mais esqueletos sairão do armário mostrando toda a argúcia do empresariado nacional.

S., se a SEC não é séria o que podemos esperar das Instituições similares de Pindô?

Bob disse...

“Isto ainda não é o fim e nem mesmo o princípio do fim, mas é, talvez, o fim do princípio” (Winston Churchill).

aguia disse...

kinada BOB:

Pindorama vai girar sua bolseta na esquina da alegria esta semana.

hoje teremos o DCA do KB e esta semana promete ser uma gracinha.

recapitulemos a Sexta Feira: broxespa furou os 34 Kg na descida da ladeira, visitou os 33, voltou aos 34 , passou facil e pretende revisitar pelo menos os 43 ANTES de começar nova recaida.
ora, não fosse o tal circuito, teríamos configurado um perfeito bear trap na Sexta, quando o mercado, depois de cair pela ribanceira mais de 15 %, voltou subindo a ladeira até 4 no vermelho.
sim, fechou negativo - caiu muito e poderia ter caido mais - entretanto, repicou nos 33 Kg e mesmo recalcitrante e à base de choque elétrico, voltou ladeira acima no fim do dia.

áxu.