DISCLAIMER


DISCLAIMER: 1. The risk of trading equities and/or derivatives can be substantial. 2. Any decision to purchase or sell as a result of the opinions expressed in this blog will be the full responsability of the person authorizing such transaction. 3. Past performance is not indicative of future results.

sábado, 30 de julho de 2011

Debt Ceiling: "Much Ado About Nothing"

O limite de endividamento dos Estados Unidos nasceu em 1917 com o Second Liberty Bond Act após a gastança desenfreada provocada pela Primeira Guerra Mundial. Desde então, quantas vezes o teto da dívida yankee foi aumentado? 10 vezes? Errou feio. 50 vezes? Vai subindo. 100 vezes? Quase lá...102 VEZES.

Os veículos de comunicação tem duas alternativas diante do impasse político vigente:

1. Dão relevo ao acontecimento "inédito". Estimulam a visita de leitores surpreendidos com manchetes apocalípticas. Traumatizam a opinião pública. Anunciantes ficam felizes com o pico de acessos ao seus conteúdos pagos. Analistas econômicos vinculados são convidados a comentar o assunto na CNBC, na BBC, na Globo News, etc. Ontem fiquei estupefato quando soube que irá ao ar, em 02/agosto, um programa chamado CRISE AMERICANA. Supostamente haverá live broadcast de correspondentes nos EUA. Enfim, uma ode à prostituição midiática. No entanto suspeito que o redator será forte postulante a algum prêmio jornalístico de Pindorama; OU 

2. Informam, p.ex., o número de vezes que o teto foi aumentado; que em meados da década de 90 o Tesouro americano por vários meses não conseguiu aprovação do Legislativo para aumentar o endividamento; quais as disponibilidades de curto prazo do Tesouro dos EUA (que já estão sendo usadas desde meados de maio/11 [vide chart abaixo]). Consequência dos atos do redator do jornal: O número de acessos cairá. Menos unidades de jornal serão vendidas nas bancas. Anunciantes ficarão insatisfeitos E, a continuar essa linha editorial, os seus responsáveis cedo ou tarde ganharão o bilhete azul. Logo,  parece-me que a alternativa 1 seja a mais adequada. 

Lembre-se: você nunca será punido por ser mais um imbecil em meio a muitos.
Post original editado e ampliado.
Outstanding debt = T-bills + Notes + Bonds (Source: Bloomberg)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Portfolio Return In July '11

CAUTION: Market orders are NOT suitable for thin tickers.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

New Label In Town: Stock Game

Será adicionado a partir desse mês o marcador Stock Game à modesta lista de marcadores do MFF. O objetivo é claro: divulgar no último dia de cada mês a rentabilidade (mensal) de uma carteira fictícia. O sítio não divulga a rentabilidade acumulada a partir de qualquer período escolhido (apenas do dia de criação da conta até o dia de hoje). Então, uma rentabilidade do tipo year-to-date não é divulgada automaticamente. Duas regras importantes: NÃO se permite a utilização de opções e de mercados futuros e qualquer posição NÃO pode responder por mais de 25% do total da carteira. O projeto original, em um passado distante, era adicionar um widget permanente em tempo real. No entanto,  nunca descobri um código html para isso. Não especificarei as operações do mês ou seu número, porque isso demandaria um tempo disponível que não possuo. No entanto, ressalto que meus anos de pesquisa e estudo me levaram à arte do market timing e não à do stock picking. Portanto, não suponham que as rentabilidades mostradas são frutos de aventuras em penny stocks.  As postagens do stock game devem prosseguir somente até dezembro/11. Uma eventual prorrogação não está totalmente descartada.

domingo, 24 de julho de 2011

"I Place Stops, Therefore I Am."

Grandes personagens da História tinham certa queda por especulações financeiras. Se Shakespeare tivesse sido um especulador teria dito a frase acima. "Estopes de perda" (stop losses) foi apenas mais um dos assuntos que nunca comentei por aqui. Fa-lo-ei exclusivamente apenas esta vez. Lembrete: o MFF não tem propósito didático. O que comentarei abaixo é apenas uma visão pessoal dos stop losses.

Pra começar, esse é uma das áreas de estudo mais espinhosas com a qual me deparo porque, na minha concepção, o acompanhamento real-time dos ticks é geralmente superior a qualquer estratégia de stop loss. No entanto, essa não é a alternativa mais adequada para o investidor médio, seja pela natural falta de tempo, pela existência de várias posições abertas ao mesmo tempo ou pela falta de preparo mental e disciplina.

Onde colocá-los? Em termos práticos, os estopes devem ser inicialmente colocados nos pontos além dos quais nossas premissas tornam-se estatisticamente inviáveisEssa é a única definição universal. Period. É muito comum que investidores até com alguma experiência atribuam culpa aos estopes quando, na verdade, o maior responsável seja a premissa inicial inconsistente. No popular: se o ponto de entrada é ruim dentro do timeframe de operação, seus stop losses serão constantemente acionados. Nesse momento, o freguês deve parar e examinar o que está fazendo. Quase certo que não tenham edge no mercado. Leia-se, perderão com ou sem estopes. Um conselho útil (e raro de ser visto): Evite posicionamento de estopes em regiões preferidas pelos retail investors. Saídas forçadas em sequência, junto com a turba, causar-lhe-ão marcas indeléveis do saldo na corretora. A evolução do posicionamento dos stops em meio ao trade management não é um problema menor, já que essa atividade envolve estados psicológicos altamente dinâmicos. Infelizmente o assunto é extenso para ser tratado em um blog.

Fundamentalistas (principalmente os ortodoxos) têm grande dificuldade em adotar estopes técnicos ou percentuais, principalmente porque partem da premissa de que suas análises estão certas e o market price, errado. Certamente foi pensando assim que em 2008 o renomado value investor Bill Miller - à frente do Legg Mason Value Trust - destruiu uma fantástica performance de 15 anos em Wall Street (aqui). Pragmatismo é uma das armas indisponíveis no arsenal dos ortodoxos.

Percorrendo o caminho natural da curva de aprendizado, chega-se a um ponto no qual os estopes devem mostrar sua utilidade. Um "causo" recente: em meados de julho um amigo de Nova Iorque - trader de track record consistente - entrou em uma operação vendida em derivativos de ouro. Estabeleceu um estope de perda e um de ganho ao mesmo tempo. E saiu para almoçar. Contou-me que enquanto pagava a conta, conferiu como andava a operação. Não havia ordens pendentes (!?) Haviam liquidado a posição com estope de perda (!?) [Em uma stop loss normal a ordem stop vai a mercado, por isso o slippage geralmente é maior. Uma ordem stop limit garante um slippage menor, mas corre o risco de não ser executada.] Qual teria sido a causa do intraday black swan? Hat tip to Mr. Helicopter Bernanke.

Resumo da ópera: dada a distribuição estatística de preços livremente negociados, é certo que, sem stop losses, o freguês devolverá rapidamente seus lucros (ou boa parte deles) em poucas perdas grandes e "inesperadas".  A questão não é "se" e sim "quando".

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Fact Finder 1 x 0 Reaction Analysts

Time to shake out the weak hands, huh?!  :)
A 5-6% selloff has shaken out retail investors!
Fact Finder holdings in a stock market GAME as of 07/20 intraday*
* O preço pago e a rentabilidade mostram que as posições foram montadas hoje no início da trading session.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Reaction Analysis" Du Jour: Precious Metals

Em meio a alguns dias de folga observo que começam a pipocar notícias alvissareiras dos reaction analysts de sempre a respeito dos rallies, mormente em ouro e prata. Poucos se interessavam em acumulá-los aos preços do final de junho. Em uma das análises, do final de junho, um think tank da analistas veteranos de Wall Street anunciou "buy stocks! short silver!". A mídia especializada remete diariamente o leitor comum a um jogo do tipo Catch-22. Ou seja, quanto mais apelativa e chamativa a análise (ou notícia) publicada, maiores as chances de que se trate apenas de "reaction analysis".

Costumo me manifestar em espaços virtuais quando sinto que minha opinião vai contra a maioria ignara e choca o bom senso, o que, aliás, é muito comum. Devo confessar que essa é uma das minhas diversões preferidas. A chance de que eu a mude por conta de análises alheias é menor que zero. Quem levar essa atividade a sério descobrirá (ou não) que não é possível aprimorar qualquer metodologia de trading de curto ou longo prazo se o freguês prefere atribuir responsabilidades a terceiros. Prejuízos baseados em ações e idéias próprias devem ser vistos com orgulho.


Retomando o assunto inicial: As análises de reação sugerem que posições compradas de curtíssimo prazo em metais preciosos já carregam um risco desconfortável. Time to shake out the weak hands, huh?!  :)

As always, you are much better off on the side of Fact Finder.

domingo, 10 de julho de 2011

"Learning To Trade" Annotated

O artigo mencionado anteriormente do Dr. Steenbarger procura sistematizar a expertise do aprendizado em 2 grandes áreas: (1) pesquisa e (2) reconhecimento de padrões. Ainda oferece uma perspectiva acerca da existência do aprendizado implícito (ou inconsciente). Como sói ocorrer em estudos acadêmicos, sistematizou-se a abordagem em módulos para melhor compreensão do objeto.

A primeira observação que convém ser feita é o fato de que (1) e (2) NÃO são experiências mutuamente excludentes. É possível aprimorar (1) com o auxílio de (2) e vice-versa. A empresa ícone da indústria baseada no tipo (1) chama-se Renaissance Technologies, a melhor gestora de fundos dos últimos 10-15 anos. Reza a lenda que o fundador Jim Simmons contrata expoentes de ciências exatas, preferencialmente sem qualquer exposição  prévia ao mundo das finanças.

Em Pindorama nos últimos anos explodiram o número de pequenas firmas especializadas em "pacotes quantitativos". Vez ou outra o GoogleAdsense pesca anúncios dessas empresas. Note-se que estamos abordando a área de algo trading. Como são basicamente "pacotes" (não monitorados por data mining) é altamente improvável que sua implementação traga algum retorno consistente. A linha de pesquisa mais popular por aqui está na área de mechanical systems, mormente baseados em médias móveis e indicadores de preços. [Quem não conhece o fórum do setup 1.3.5.6.7?] Como acredito ser estatisticamente inconsistente usar somente preços para prever preços, o overfitting citado por Steenbarger em Brasilândia frequentemente dá lugar ao underfitting. Leia-se, outras variáveis não relacionadas exclusivamente a preços são igualmente relevantes e desprezadas.
 
A segunda forma de desenvolvimento (2) - conhecida popularmente como análise técnica - é bem mais popular, a primeira escolha da maioria. O subjetivismo intrínseco dos padrões conhecidos torna insatisfatório o uso de scanning softwares. Padrões de candlesticks (piercing and engulfing patterns, dojis, etc.), por outro lado, são facilmente detectados por esses programas. Contudo, são ferramentas meramente acessórias. A Teoria Dow é uma espécie do gênero análise técnica. E centra-se em torno de poucas premissas que dificilmente poderiam ser chamadas de "técnicas". Esse é um anacronismo que a maioria dos estudantes sequer chega a perceber. Desistem muito antes disso. Vejam, por exemplo, que a maior parte dos movimentos de alta e baixa não possuem linhas de tendência definidas. No entanto, a primeira coisa que fazem os usuários dessa técnica é traçar LTs insignificantes. Poder-se-ia acreditar que por ser "técnica", estudantes de ciências exatas ou com background nessa área tenham vantagem em seu desenvolvimento. Errado.

Uma importante passagem do artigo do Dr. Steenbarger diz que a expertise adquirida por meio de (2) não pode ser aprimorada por meio de pesquisas mais aprofundadas, ao contrário do que ocorre com (1). É fundamental que o estudo teórico seja acompanhado de  prática intensa e mentoring. Aqui a comparação com a atividade de médico residente é muito apropriada. Se a primeira parte é acessível. Em Brasilândia, a segunda já não o é, dado o desconhecimento da existência de pessoas notoriamente habilitadas para tal tarefa.  Fiquei chocado esses dias, p.ex., quando um participante - de um fórum virtual - tido por mim como excelente contrarian indicator tornou-se intrutor (!?) após reiterados pedidos dos seus membros (!?). Blind leading the blind! O mentoring/coaching proporcionado por gente sem qualquer track record conhecido é a nova moda de comércio. Assim como nas casas de má reputação, paga-se por hora.
 
O aprendizado implícito, a meu ver, está intimamente ligado ao estágio da competência inconsciente. O autor identificou genialmente que alguns fatores como a imersão superficial ou a consciência da existência de regras por parte do treinando são fatores comprometedores ou mesmo impeditivos desse aprendizado inconsciente. Dr. Steenbarger atribuiu a imersão superficial à falta de tempo (part-time trading). Ao longo dos anos tenho observado que o chamado dollar-counting é outro fator impeditivo da imersão. Ou seja, não basta ter tempo e dedicação se o estudante conta quanto se perde ou ganha em cada tick. A tendência à "contagem de dinheiro" é proporcional à alavancagem utilizada e/ou ao comprometimento do patrimônio. Ou como nos recomendam os yankees, do not trade with scared money. Não é de admirar que o paper trading (simulador) seja fábrica de milionários e real trading, de frustrados. Por isso, o desprendimento (detachment) assim como o tempo dedicado é também condição necessária ao aprendizado implícito. Sobre desprendimento há uma estória da qual gostaria de compartilhar: Em 2001 tomando chopp com um amigo, grande operador de opções, soube que ele havia perdido uma soma considerável de dinheiro (R$40k, em valores atuais) quando a plataforma P-36 da Petrobrás afundou. Naquele momento ele estava incomunicável, dentro de um avião. Daí não conseguiu ser alcançado pelo funcionário da corretora que cuidava de suas operações. Até então não tinha percebido nenhum aborrecimento pela sua expressão facial, o que não aconteceu quando ele narrou a aporrinhação por que passou em seu condomínio ao constatar que haviam roubado na garagem sua bicicleta de R$400. Sem desprendimento vê-se o padrão recorrente de aspirantes a traders de cortar ganhos e cultivar perdas crescentes.

Acredito que a minha maior habilidade seja a de perceber sentimentos extremos de herding nos preços livremente negociados. Todo movimento de preços - em qualquer timeframe - traz implícito um sentimento subliminar. Mutatis mutandis essa habilidade permite antever o que irá acontecer em lojas de outlet de shopping centers, em engarrafamentos de trânsito, nas escalações do Cartola F.C. e outras situações onde o herding predomine. Como não existe qualquer literatura específica sobre o assunto, sou levado a crer que aqui o aprendizado implícito tenha tido grande peso. Bem, encompridei demais essa postagem, não? Até a próxima.

domingo, 3 de julho de 2011

Analysis Of "Reaction Analysis"

Em janeiro de 2010 postei comentário sobre Nissim Taleb mais por partilhar das suas ideias quanto ao idiotismo e alienação da mídia especializada em finanças que propriamente do seu conhecido conceito, extremamente subjetivo, de Black Swan.
O crescente uso de redes sociais, de page views como sinônimo de sucesso deteriorou tremendamente ao longo dos anos o conteúdo de vários sítios interessantes. Uma das muitas  maneiras de se fazer isso tem sido agregar um contador de visitas a artigos. Qual meu interesse em saber quantos visitantes viram artigo de fulano ou beltrano, propositalmente ou por acidente? Uma outra - objeto desta postagem - é mais sutil. Consiste em "analisar" ativos simplesmente porque fizeram um movimento chamativo, comumente um rally ou selloff curto. Dentro dessa prostituição geral catalisada pelas redes sociais, o propósito do autor é provavelmente comercial. A esse hábito moderno dei o singelo nome de "análise de reação" porque é apenas reflexo de um curto movimento de preços. E não raramente consiste em um consistente sinal contrário de, pelo menos, curto prazo.
As análises de reação mais populares essa semana foram as que abordaram o bond market crash. Por que será? (vide proxy do Treas. bond anexo). Até o final do mês passado eram as do equities crash. As mais engraçadas são aquelas que racionalizam movimentos futuros, coisas do tipo "10 reasons why..." Via de regra, os leitores gostam muito de raciocínios lineares, que estimulam o herding (comportamento de manada). Coerentes com a herança genética de seus ancestrais, sentem-se à vontade diante do familiar. Buscar grandes significados em movimentos insignificantes hoje é mandatório na Internet (vide comentário de N. Taleb em azul).
Note-se, por isso, que as redes sociais prestam-se a muitos serviços, menos ao da especulação promissora. Que analista "conectado" anunciou o rally nos futuros de prata que se iniciou em fevereiro/2011? Que analista - com milhares de seguidores no Twitter -comentou que a compra de Treas. bonds era trade de alta probabilidade em março/2011?  Não me entendam erradamente, meus caros...creio serem insubstituíveis para vendedores, consultores, pastores evangélicos, cantores, "comedores" et alli que encontraram no marketing digital caminhos até então inimagináveis. Só que no mundo da especulação, infelizmente, menos significa mais.