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domingo, 24 de janeiro de 2010

Interview With Nassim Taleb

Um trio de traders - dentre eles, N. Taleb - entrou para o Hall Of Fame ao shortar o mercado naquele dia fatídico de outubro de 1987. Façanha análoga à de Livermore no Crash de 30 e de John Paulson em 2008. A entrevista em consideração (clique aqui) traz um pouco da biografia do notável personagem. Dado o conteúdo relativamente extenso para a atenção fugaz dos visitantes*, selecionei o seu trecho mais relevante (do meu ponto de vista):

"L.G.: But you know what the markets are doing.


N.N.T.: Same thing with the markets. I don't know what they're doing at any point in time except when they do a lot—because your brain cannot distinguish between small and big. We have so much evidence of that. Some events have massive consequences, and you should look at them. But if you look at the Dow and it moves a little, it's not even statistically significant, you cannot see it without some emotional reaction and some theorizing. So you want to theorize as little as possible. But today, I am interested in the market, because the euro had the biggest move in a long time. Today, I'm concerned. The euro moved a lot.

L.G.: Downward.

N.N.T.: Yeah, and I'm interested—so today it's information. When something is moving barely, it's not information. If you were to read the newspaper account of things, the discussion should be, because of the size of the move today, a billion times longer than the discussion you get on a regular day. It moved 3 cents. To $1.50-something. That is worth discussing when it happens once a year in the euro. If the stock market crashes, that's information. If it moves five points, it's not. So when you listen to radio, they're going to tell you in the same-length program whether it moved five points, or 23 percent. And the lengths of newspapers should be in proportion to the importance of the facts—and they're not.
..."

Ao contrário de Taleb, ainda não cheguei ao extremo de me alijar da leitura de jornais, revistas et alli. Nas rodas sociais precisamos parecer o mais normal possível. Mesmo entre supostos investidores, não convém falar, por exemplo, que a Bolsa de Pindorama é uma instituição voltada para fora do país. Melhor falar daquela bunduda do Big Brother ou do personagem de José Mayer na novela das oito.

Com relação à parte sublinhada do excerpt acima, talvez agora tenha ficado claro por que dezembro passado foi o mês em que foi produzido o menor número de postagens de 2009. Se o price action não produziu nada, digamos...noteworthy, provavelmente mais dias passarei longe do Blogger.com. Essa não é uma tendência de outros blogs e sites comerciais**, que são obrigados a produzir conteúdo independentemente do price action.

Taleb me passa a idéia de certa intolerância com a mediocridade. Note-se que antes de assumir a conhecida conotação pejorativa esse conceito tem significado meramente estatístico. Optei por me entreter com ela, mormente naqueles momentos em que fatos de suposta grande repercussão nos mercados são propagados à velocidade da luz (taxação de ADRs brasileiros, débâcle do Dubai World...). E passado um ou dois dias, preços retomam a tendência anterior. Por que isso acontece? Bem, não vou encompridar esse texto. Depois escrevo um pouco mais a respeito.

* Perceberam a ironia? :D
** "Podia comentar Merposa PN?"; "Fulano, comprei Merposa PN na sexta. Estopo agora ou espero quicar?"

4 comentários:

Marx disse...

Admiro o trabalho deste cara, no final do ano passado li "A Logica do Cisne Negro" e fiquei... nem sei como fiquei, ainda estou tentando "digeri-lo".
Antes de termina-lo dei inicio a leitura de "O Investidor Inteligente" e fiquei aturdido com um principio que permeiam as duas obras. Fato que se deu por se tratar de abordagens distintas sobre investimento/especulação.
Tanto N.Taleb quanto B.Graham defendem que somos incapazes de prever o futuro. Taleb afirma ainda que nem sequer temos consciencia dessa nossa limitação, e nas palavras de Graham "o futuro dos preços nunca é previsivel".
Possivelmente o entendimento e a implementação desse conceito esteja logo após a tal da "learning curve" que o Fact tanto fala e eu nunca encontro rsrs.
Desculpe o abuso de espaço e aquele abraço. =)

Fact Finder disse...

Marx, não li nenhum dos dois livros mais conhecidos de Taleb. Talvez pelo conteúdo - acho eu - mais filosófico que prático. Em uma outra entrevista ele comentou que duas características permeavam os crashes de bolsas. Um deles era a baixa volatilidade (de LONGO PRAZO, provavelmente). Ou seja, se esta ainda é alta a probabilidade de débâcle é baixa. Por isso cito e estudo constantemente os níveis de volatilidade dos preços em todos os timeframes.

Por outro lado eu não colocaria Graham nesse mesmo barco. Na década de 70 - época de seu falecimento, se não me engano - AT era um campo muito restrito e pouco desenvolvido.

A previsão de preços em um futuro distante é rocket science. No entanto, em prazo mais curto, não chega a tanto.

A learning curve tem me ensinado que os melhores resultados virão de posições não consensuais, que preciso fugir do senso comum mesmo que isso signifique um isolamento perturbador. Veja o comentário de julho do ano passado em que fui praticamente o único a dizer que o rally iria prosseguir. Da mesma maneira em que hoje sinto que estamos diante de um topo intermediário importante, mas a maioria acha que "os preços acabam voltando".
Buscar o dissenso é muito mais importante que prever o futuro. :)
[]s

Investidor Pessimista disse...

fact... como voce destacou o movimento do euro citado... eu achei que a entrevista era recente.
só depois fui ver a data de 2008
parece que ele esta comentando o mercado atual....

Fact Finder disse...

Mike, um amigo havia me enviado o link e nem eu havia conferido a data de publicação. Isso confirma o que a gente sabe: Entrevistas no estilo Jack Schwager de bons operadores geralmente são atemporais.
[]s