DISCLAIMER


DISCLAIMER: 1. The risk of trading equities and/or derivatives can be substantial. 2. Any decision to purchase or sell as a result of the opinions expressed in this blog will be the full responsability of the person authorizing such transaction. 3. Past performance is not indicative of future results.

sábado, 31 de janeiro de 2009

I Surrender, Mr. K!

Algumas grandes empresas yankees sabiamente voltaram atrás em suas decisões de recompra de ações (buybacks). A justificativa é que os staffs tomaram consciência de que a redução do float por pequena margem pouco influencia o price action (clique aqui). Pergunto-me sempre: Por que o mercado continua dando crédito a CEOs/CFOs cujas atitudes sempre envolvem algum grau de dissimulação? Como aficionado de estudos macroeconômicos, minha avaliação é simples: Staffs corporativos receiam destruir valor do acionista (eles, incluídos) ao recomprar suas ações. Estão sendo assombrados pelo fantasma de Mister K. Em invernos (tradicionais) de Kondratieff, equities is the place to stay away from.

Programa de recompra de ações em Pindorama vai naquela linha do Zeca Pagodinhop. "Nunca vi, nunca comi eu só ouço falar". Anuncia-se em letras garrafais que empresa A ou B recomprará X papéis dentro de determinado período de tempo. Vocês já viram o mesmo destaque dado às compras efetivas?...Nem eu. Tenho observado atentamente esse capítulo meio nebuloso das finanças corporativas pindorâmicas e cheguei à conclusão de que é mais um placebo de mercado que efetivamente uma decisão efetiva para criação de valor ao acionista, diferentemente do que ocorre em terras yankees. Por lá existem até portfolios de fundos formados por ações em processo de recompra. E o retorno é consistentemente superior ao do bechmark. Quem tiver estórias fantásticas sobre o assunto pode colaborar...

* Janeiro encerrou-se ontem. E a estratégia observada por mim no início do mês - tr. baixa - revelou-se a mais acertada, aproveitando a atual congestão bem definida do price action. No need to worry, se um dia for um desastre também colocarei essa nota aqui no rodapé. :)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Fed Window-Dressing LEIs?!


Esmiuçando o título acima: "Estaria a atividade do Fed escamoteando os leading economic indicators (LEIs)?!" Segundo Barry Ritzhold do Big Picture, sim. Do LEI fazem parte 10 componentes, dentre eles o agregado monetário M2, ajustado pela inflação . À exceção dele e dos spreads de taxas de juros, praticamente nenhum outro apresentou resultados positivos (!).


Nas palavras de Ritzhold, "the artificial boost to the LEIs has NOT translated into increased lending from the banks." Adorei ver essa observação, posto que está em linha com minhas suspeitas sobre o significado atual do TED Spread (clique aqui). Uma pequena mostra das dificuldades atuais em se aferir confiavelmente a atividade dos credit markets. Indicadores encontram-se escamoteados pela grande atividade do Fed em prover liquidez e varrer ativos podres. Tempos confusos...

No chart acima, vê-se que o Ted Spread continua em queda após um snap-back rally.

* A enquete encerrada mostrou a importância do ambiente da blogosfera. No entanto o mais surpreendente foi saber do papel irrisório que os mecanismos de busca possuem na divulgação de blogs abordando esse tipo de assunto. Agradeço aos participantes.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

What Is It? Is It A Bubble?! Ruuuunnn!! - II

Mais um followup de um primeiro capítulo (clique aqui). Ainda tem me impressionado a quantidade de analistas bullish em gold e bearish em Treasuries (Bill Gross da PIMCO, inclusive). Sim, a avaliação do big picture demanda um bocado de leitura...O mais engraçado é que realmente as pessoas acreditam que juntas e em grupos de auto-ajuda na Internet conseguirão avistar a tempo o estouro de uma bolha. Nenhuma das recentes bolhas em Crude Oil e commodities foi avistada a tempo pelo mercado. E se tivesse sido avistada por publicações de grande tiragem e audiência do tipo MSN Money continuaria inflando. Um "catch-22"...Fantástico!

Apesar de achar que as compras de Treasuries bills (prazo mais curto) carregam um maior risco, não me sentiria desconfortável - se administrasse um fundo de bonds - em comprar títulos de 30 anos após o término da consolidação que deve se seguir ao "gap de exaustão". Pode demorar alguns meses. Conforme comentei no primeiro capítulo, é improvável estatisticamente que gaps desse gênero coincidam com major reversals. Diferentemente daquele clima reinante na época em que o preço do Crude Oil atingiu US$150 em meados do ano passado, há vozes demais falando que a próxima bolha está nos Treasuries. Estouro de bolhas não combina com ceticismo.
* PS: O resultado parcial da enquete que diz serem outros blogs a referência básica do MFF me surpreende...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

It Does Not Bode Well For Bulls...


No monthly chart acima fiz duas coisas às quais não estou muito afeito: exibir o último candle ainda "aberto" e indicadores de momentum em timeframes de longo prazo. No primeiro caso, corre-se o risco de que por ocasião do fechamento o candle esteja totalmente modificado. Afinal, imaginem que um hammer já foi um bearish candle. No segundo, de que não exista track record suficiente para aferir a confiabilidade do indicador. Muitas vezes parâmetros que funcionam bem em timeframes menores deixam a desejar nos maiores.


Indicadores vêm sendo mal utilizados e compreendidos por muito tempo em Pindorama, como reiteradamente tenho comentado. E nada parece mudar esse hábito já sedimentado. Esperam que os preços sigam os indicadores e não que estes confirmem aqueles. Essa falsa concepção foi muito empregada nos fóruns que viam uma grande chance de rally quando o Ibovespa estava chegando aos 53k pontos. Na atual conjuntura, o price action mostra uma debilidade rara, não vista nos últimos 20 anos. S&P500 se aproxima dos lows de 2002 (circa 800), bastante sobrevendido. Nessa região esperar-se-ia um snapback rally, o que me parece cada vez mais improvável. Uma interpretação comum do indicador (parente do MACD) mostra aumento do momentum negativo e uma grande divergência negativa (mostrada em rosa), acumulada entre os topos de 2000 e 2007. De maneira geral, a essência fractal dos gráficos permite uma certa homogeneidade na interpretação de padrões de osciladores/indicadores...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

It Pays To Read "Markets By Fact Finder" - II

Hoje tomei conhecimento de um artigo escrito no último dia do ano passado por um dos conhecidos colaboradores do Trading Markets. A idéia do artigo não é nova e nem o entusiasmo do autor. Afinal, it's a win-win situation...O trecho de relevância está aí abaixo:

Algumas observações que fiz no blog ainda enquanto o price action dos mercados era positivo:
  • "O Santa-Claus rally ficou só no "ho-ho-ho" como suspeitava. E talvez o bom retrospecto positivo do January Effect também (vide artigo) seja outra fonte de frustração..." (2/jan);
  • "Mudando de assunto....falemos um pouco desse relief rally. Acreditar na vida longa dele seria o mesmo que acreditar que o dumb money ficou smart." (7/jan);
  • "Credit spreads (travas de baixa) em opções devem ser uma estratégia vencedora esse mês, a partir de hoje." (8/jan);

Mais para o final do mês comento por que a extrema fraqueza dos mercados de equities tem me impressionado...

PS. Decorridos vinte e três dias do ano de 2009, o sítio da CBLC continua exibindo o calendário de vencimento de opções do ano passado...depois o público se pergunta quais são as características de um mercado de capitais subdesenvolvido.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

John Mauldin & The Great Experiment

O conhecido analista John Mauldin edita uma publicação semanal de sua lavra e uma outra chamada Outside The Box, na qual divulga artigos de terceiros, às vezes sobre assuntos de associação pouco imediata aos mercados financeiros. Esse nome deriva da expressão yankee "thinking outside the box" que denota mais ou menos a idéia de "pensar diferente, não convencionalmente, etc."

A última edição de "fora-da-caixa" traz uma análise muito didática ao cotejar duas teorias macroeconômicas divergentes diante do cenário econômico atual. Os autores - Van Hoisington e Lacy Hunt - batizaram esse encontro de idéias, sem precentes na história econômica contemporânea, com o nome The Great Experiment. Idéia original...Jamais os economistas que as formularam (Milton Friedman vs. Irving Fisher et alli) puderam extrair conclusões a partir de dados coletados no mundo real. Não sou de recomendar leitura de artigos, mas - pra quem é aficcionado por macroeconomia, principalmente - essa é um deleite. Quem tem me seguido provavelmente sabe para qual teoria me inclino, não?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

sábado, 17 de janeiro de 2009

New Thoughts On TED Spread


Na última vez que comentei sobre o TED Spread (termômetro da fluidez de crédito no mercado interbancário) imaginei que fosse consolidar por algum tempo na área de 2% (clique aqui). Errei. Despencou rápido e na sexta-feira última fechou em 0,98%, fruto de uma grande queda da taxa Libor e de uma subida na taxa dos Notes de vencimento curto. Technicals de curto prazo apontam um snap-back rally iminente.


O HY Spread (não mostrado) - apesar de queda recente - continua em patamares nunca vistos, o que se traduz na continuada ausência de crédito para empresas com ratings de crédito abaixo do exemplar. A melhora sensível do TED Spread não tem se refletido em price action positivo do setor bancário, pelo contrário. Uma análise mais cuidadosa joga dúvidas sobre o significado atual desse indicador. Qual o risco do mercado interbancário se a maior parte da estrutura de capital dos grandes bancos foi nacionalizada (ou em vias de)? O que sobra depois que pelo menos metade dos recursos previstos no TARP (US$350bi), quantia superior, inclusive, ao market cap do setor, for destinada aos bancos? O Tesouro yankee ou bretão não socorreria imediatamente bancos estatais com mismatch de ativos e passivos? Por que não se o fez com pouca parcimônia em relação a ex-bancos privados? Embora seja uma idéia simples não vi alhures na Internet artigos sobre o assunto. Por essa razão, eu passaria a encarar com reservas variações da taxa Libor de agora em diante, principalmente depois do provável esquartejamento de BoA e Citigroup. Private banking, R.I.P.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A Message From A Reader - II

Tais áreas anômalas ocorrem a partir de regiões de baixa volatilidade. E dado o caráter fractal do price action, quanto maior o timeframe examinado, maior será a repercussão, percentualmente falando. Estamos em uma área de desequilíbrio de preços de longo prazo. Daí qualquer análise em timeframes menores tende a tornar-se menos eficaz que de hábito.

No meu modus operandi a filosofia topdown é fundamental. Não é de admirar. Isso é regra em abordagens de investimento de viés mais técnico, em contraposição ao bottom-up, de ampla aceitação entre os fundamentalistas. Já a compreensão da teoria macroeconômica ortodoxa pode ser traduzida no acompanhamento dos vários mercados, considerando que são praticamente complementares em termos de risco. Ou seja, a saída agressiva de um operador de determinado mercado aumenta consideravelmente as chances de que ocorra uma entrada igualmente agresssiva em outro. O estudo que faço das teorias econômicas mais heterodoxas (a dos ciclos, p. ex.) não pode ter sua utilidade descartada. Sou adepto da idéia de que o que interessa nunca recebe a atenção devida. Ocorreu-me um exemplo...outro dia verifiquei que praticamente todos os livros sobre teoria de ciclos não são mais publicados pelas editoras norteamericanas. Afinal, as teorias econômicas em voga preconizam que o aumento nos agregados monetários promovido pelos Bancos Centrais tende a anular períodos recessivos.

A compreensão do comportamento das massas, dos technicals dos vários mercados e dos ciclos econômicos me permite no curto prazo antever com alguma precisão o price action a partir de observações de longo prazo . No entanto esse é um feeling construído ao longo de algumas milhares de horas de estudo e de reais perdidos. Me permite fazer educated guesses sobre o (aparente) improvável. Afinal, é muito fácil, p. ex., dizer que preços cairão quando o momentum é crescentemente negativo. Daí erroneamente alguns possam acreditar que technical analysis presta-se a previsões de preços. A questão da previsibilidade tem mais a ver com aprendizado subjetivo (personalíssimo) que com qualquer teoria conhecida de TA.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A Message From A Reader - I

Esses dias recebi um email de um amigo leitor do blog. Dentre outros assuntos, comentou que percebe claramente minha filosofia em não comentar papéis específicos da Bovespa para que se sobressaiam as idéias gerais de análise. Verdade. De imediato, quis me diferenciar daqueles programas de auditório onde dezenas de internautas pedem opiniões sobre dezenas de papéis para escutar sempre os mesmos diagnósticos ("se chegar a...pode ir a..."). Quanto desperdício de tempo...Curioso como as análises do tipo "se-chegar-pode-ir" abundam nesses espaços virtuais. Sabem os "animadores de auditório" que preços estão em consolidação em 70-75% do tempo? Se me pagassem muito bem para animar esses espaços - conhecidos como fóruns de mercado - minha análise preferida seria algo do tipo "não vai a...e muito menos a..." Claro, seria demitido em pouco tempo. As pessoas gostam de emoção e empulhação.

Os que conseguem sobreviver ao mundo mágico dos chats e adquirem algum conhecimento ortodoxo em TA passam a achar que começarão a ter retornos consistentes decorando formações gráficas, esperando que o resultado seja igual ao do livro-texto. Oh boy...O objetivo essencial da análise do gênero técnica é perceber o comportamento da maioria dos players do mercado e suas alterações. E não traçar linhas de tendências, curvas, linhas de retração e identificar pontos de oferta e demanda. Esses são apenas ferramentas (em algumas raras ocasiões, inúteis). Se nem esses instrumentos forem capazes de servir de orientação, em tese, estaríamos diante de um mercado anômalo, do qual manter distância seria a atitude mais sensata.
(continua)

domingo, 11 de janeiro de 2009

Faber's 2009 Outlook

Aparições televisivas de Marc Faber têm de ser acompanhadas. Hoje a Bloomberg levou ao ar uma entrevista de 15 minutos (hat tip to Samuel).

Tenho preferência por analistas que deixam "conflitos de interesse" de lado ou operam fading the markets (contra a tendência). O Editor do Gloom, Boom and Doom Report é um deles. O ponto alto da entrevista dura apenas alguns segundos. Ocorre quando a entrevistadora pergunta o que ele acha do plano a ser anunciado por Obama. De imediato escutam-se risadas de Faber, em meio a uma tomada de câmera feita às suas costas. Com seu sotaque peculiar, diz que no curto prazo a ajuda deve funcionar. Mas estão criando condições para uma crise muito mais séria adiante porque nenhuma iniciativa para segurar asset prices funciona no longo prazo. A parte do diálogo que me parece ser o apogeu transcorre mais ou menos da seguinte maneira:

- Faber: "Nada. Não há muito o que fazer a não ser deixar as coisas acontecerem. Em um sistema capitalista se temos 100 empresas temos que deixar as mais aptas sobreviverem."

- Bloomberg: "Como assim? Você diria isso para as pessoas que estão desoladas em Detroit?"

- Faber: "Não. Diria que estão assim por causa das intervenções dos governos. Mantiveram os juros excessivamente baixos por muito tempo."

- Bloomberg: "Então o sistema capitalista é quase Darwiniano?"

- Faber: "Sim, é. Se as pessoas não estão preparadas para o downside do capitalismo deveriam ser socialistas."

Que sinceridade desconcertante...Vida longa ao Dr. Faber.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A Gooooood Question...

O amigo Lafayette Jota - conhecido forense do mundo bursátil - um dia formulou uma pergunta muito interessante. Algo mais ou menos do tipo:

"Fact, você tem por hábito analisar o Ibovespa dolarizado. Como fica sua análise quando há variações grandes no câmbio? O seu target imaginado se altera?"

Em uma postagem mais antiga comentei que tinha por hábito analisar preços em USD porque dessa análise surgiam pontos peculiares de oferta e demanda, não necessariamente visíveis em BRL. Dada a sensível inteligação de preços nas praças financeiras mundo afora, as oportunidades de arbitragem diminuíram sensivelmente. "Desníveis" de preços são corrigidos quase imediatamente.

Hoje vimos um dia pouco comum no qual price action e pair USD-BRL caminharam na mesma direção. Geralmente subidas no Ibovespa trazem valorizações do câmbio. Assumir qual mercado puxa o outro é uma tolice. Isso é totalmente irrelevante. No fechamento de hoje o iShares Emerging Markets perdeu 0,43%. O iShares Brazil ganhou 0,82%. O Ibov/USD Com. subiu 0,53%. Pequena diferença. Até aí nada demais...Mas a desvalorização do câmbio hoje em 1,88% precisou de um contrapeso no price action do Ibov que precisou subir 2,87%. Ou vice-versa. No final das contas, minha convicção é a de que é sempre preferível analisar mercados em "moeda forte". E - queiram ou não - o USD ainda é uma delas. Por derradeiro, vale observar que em certos dias a natureza do mercado é clara. No entanto na maioria das vezes, não o é. E pra mim hoje foi um destes dias...

It Is What It Is.

Hoje um leitor se desligou da assinatura das postagens do blog. Não sei de quem se trata. Apenas recebo a comunicação. Acho que aos poucos vou conseguindo meu intento: afastar os "Zé Casquinhas", aqueles que estão atrás de uma dicazinha de curto prazo. Aqui procuro ensinar a pescar. Quem quiser o peixe pescado siga adiante. O meu blog é basicamente um trading diary. Quem procura entretenimento pode sempre fazê-lo algures na Internet. De maneira análoga, tenho aqui nesse espaço rejeitado parcerias com corretoras.

Well, voltemos à vaca fria...Gentlemen, qual o programa mais divertido que Zorra Total ou Saturday Night Live? Bloomberg, claro! Nesse canal vemos entrevista de, assim chamados, analistas que descortinam obviedades com base no price action do dia. Ou seja, se estiver caindo veremos justificativas para a queda. E se estiver subindo, idem. Os telespectadores da Bloomberg são basicamente os mesmos leitores da Info Monkey. Acham que estarão mais bem informados se estiverem atualizados com as notícias du jour.

Bom, olhando o price action dos mercados, parece-me que no curto prazo encontrarão enorme dificuldade de seguir adiante em seu relief rally. Buying volume decresce nitidamente. Credit spreads (travas de baixa) em opções devem ser uma estratégia vencedora esse mês, a partir de hoje.

O Markets by Fact Finder é o que é. It is what it is. Charts never lie.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Madoff And The Relief Rally

Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Só que me deu uma vontade de fazer um comentário breve a respeito do Madoff Ponzi Scheme que "escandalizou" a comunidade financeira. Os leitores já deveriam estar acostumados com o alto nível de hipocrisia dessa comunidade.

Qual a diferença entre os fundos da Madoff Investment Securities e os ex-bancos de investimento do tipo Bear Stearns et alli?

Há muito mais semelhanças que diferenças. Ambos não poderiam cumprir com suas obrigações caso ocorresse um bank run. Ambos enriqueceram ainda mais seus acionistas e CEOs. E apenas o segundo possuía garantia limitada da FDIC (instituição garantidora de depósitos). Então por que Mr. Bernie Madoff deve ser processado por fraude enquanto os demais CEOs continuam jogando golfe?

Mudando de assunto....falemos um pouco desse relief rally. Acreditar na vida longa dele seria o mesmo que acreditar que o dumb money ficou smart. Boa parte dos retail investors já está dentro do barco e confiante, aspecto anteriormente já analisado. Não é preciso ir muito longe...Basta perceber o início das mensagens alvissareiras nos fóruns e a tendência crescente no número de acessos ao M. by F.F. Credite-se esse fato ao final das festas de final de ano também. Com alguma expertise é possível fazer desse limão uma limonada, algo na base do swing trading. Mas, por questão de princípios, prefiro seguir aquela frase...Do not buy into major declining moving averages (on the weekly).

sábado, 3 de janeiro de 2009

What Is It? Is It A Bubble?! Ruuuunnn!!


A uma das sequelas* deixadas nos cidadãos pela violência urbana os especialistas dão o nome de estresse pós-traumático. Tomemos o exemplo de um taxista, vítima recente de um "sequestro-relâmpago" perpretado por falsos passageiros. Apesar das diversas pessoas que entram e saem de seu veículo durante sua jornada diária, cada uma delas passa inevitavelmente a ser vista como uma potencial ameaça. A perturbação psíquica faz com que acontecimentos corriqueiros remetam-no à experiência de violência a que foi submetido. Os sintomas são semelhantes com os da mais conhecida Síndrome do Pãnico. No entanto, as patologias não se confundem.

De forma análoga, o price action visto nos mercados de equities no segundo semestre do ano passado criou uma nova leva de "estressados pós-traumáticos". Com a percepção alterada, um percentual significativo deles tenderá a achar que qualquer movimento mais volátil de preços denota a formação de uma bolha. Inexiste uma definição de bolha pelo NBER (bureau econômico yankee). Mas sabe-se naturalmente que o que se convencionou chamar de bolha leva alguns anos para fazer ploft.

A nova histeria é aquela observada nosTreasuries de 10 e 30 anos. Enquanto houver inúmeras vozes vaticinando a existência de tendências parabólicas, preços continuarão a subir. Em termos técnicos uma bolha é apenas um blowoff de preços visto em um timeframe de longo prazo. No daily chart mostrado percebe-se um exaustion gap - responsável por alguns artigos esparsos sobre o tema - sinalizando queda momentânea de preços. Segundo a literatura especializada, tais fenômenos gráficos dificilmente sinalizam major reversals. Ao technician descuidado pode passar despercercebido que em um timeframe mensal, o que ele acha que é um estouro de uma bolha, mais parece um major breakout (preços emergindo de consolidações para cima), dando continuidade à redução contínua de yields que se estende desde a década de 70. Eventualmente qualquer tendência de alta pode entrar em parabolic trend. Mas claramente não é o que vejo no momento.

* Está certo, Prof. Pasquale?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Projections For 2009 (!?)

Curioso que eu inicie a primeira postagem falando de projeções...Logo eu que não acredito nelas. Talvez tenha feito mau uso do vernáculo. Minha projeção é simples: O price action de 2009 será diferente daquele que a maioria dos analistas projeta. Seria então mais uma "antiprojeção" (de acordo com a reforma ortográfica?). A reforçar minha opinião, essa é uma das regras de Bob Farrell - ex-market technician da Merrill Lynch - em seu 10 "Market Rules To Remember" ("When all the experts and forecasts agree -- something else is going to happen").

Recentemente tomei conhecimento de um bom e sucinto artigo de Derek Polcyn da InvestWELLFinancial.com sobre seasonal effects nos mercados yankees, o que - claro - traz direta repercussão nos demais mercados. Aborda basicamente os efeitos sazonais mais observados nas últimas décadas em Wall Street. No fundo leio o artigo mais pelo mérito da compilação do autor que propriamente sinta que poderei tirar proveito de um desses efeitos no curto prazo. A explicação é simples...Não tenho visto nenhum deles recentemente se confirmar. O Santa-Claus rally ficou só no "ho-ho-ho" como suspeitava. E talvez o bom retrospecto positivo do January Effect também (vide artigo) seja outra fonte de frustração.

Minha justificativa se baseia na análise do mosaico apresentado. Vejo otimismo estranho entre os option players, tanto visto na CBOE quanto na ISE (equity only). Nesse níveis o último registro vem de meados do ano passado. Explicar por que acontece isso ou aquilo é tarefa favorita dos fundamentalistas ortodoxos (leia-se, aqueles que gostam de tomar cegamente como parâmetro os resultados corporativos dos últimos anos e projetá-los adiante). Mas não deixa de ser um entretenimento para mim. Acredito que mais uma vez o mercado esteja se ajustando - aí incluo os hedge fund pros também - para mais um seasonal effect historicamente positivo (above-average). Como se sabe...quando a maioria espera um desenlace ele não ocorre. No entanto, não confie em projeções. Nem na minha.

Happy New Year.