Esses dias recebi um email de um amigo leitor do blog. Dentre outros assuntos, comentou que percebe claramente minha filosofia em não comentar papéis específicos da Bovespa para que se sobressaiam as idéias gerais de análise. Verdade. De imediato, quis me diferenciar daqueles programas de auditório onde dezenas de internautas pedem opiniões sobre dezenas de papéis para escutar sempre os mesmos diagnósticos ("se chegar a...pode ir a..."). Quanto desperdício de tempo...Curioso como as análises do tipo "se-chegar-pode-ir" abundam nesses espaços virtuais. Sabem os "animadores de auditório" que preços estão em consolidação em 70-75% do tempo? Se me pagassem muito bem para animar esses espaços - conhecidos como fóruns de mercado - minha análise preferida seria algo do tipo "não vai a...e muito menos a..." Claro, seria demitido em pouco tempo. As pessoas gostam de emoção e empulhação.
Os que conseguem sobreviver ao mundo mágico dos chats e adquirem algum conhecimento ortodoxo em TA passam a achar que começarão a ter retornos consistentes decorando formações gráficas, esperando que o resultado seja igual ao do livro-texto. Oh boy...O objetivo essencial da análise do gênero técnica é perceber o comportamento da maioria dos players do mercado e suas alterações. E não traçar linhas de tendências, curvas, linhas de retração e identificar pontos de oferta e demanda. Esses são apenas ferramentas (em algumas raras ocasiões, inúteis). Se nem esses instrumentos forem capazes de servir de orientação, em tese, estaríamos diante de um mercado anômalo, do qual manter distância seria a atitude mais sensata.
(continua)
5 comentários:
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. . . vá ser lúcido assim na PQP!!!
Acho que o comentário em negrito está corretíssimo.
Grande FF
Muito boa a abordagem, concordo com muito e permita-me discordar em parte, com todo respeito.
Penso que não existe unanimidade no mercado. Mesmo nos tais DCA ou DCB, para os price actions sempre há contra-partes para efetivar os negócios.
Quanto às técnicas, estratégias e preferências então, têm para todos os gostos: fundamentalistas, grafistas, investidores, especuladores, ursos e touros, players e gamblers...(sem falar no mito de tubas e sardinhas).
Assim como há blogs, chats, fóruns e "fóruns"...
Todo espaço aberto ao público deveria ser democrático. Cada participante expressa suas crenças, dúvidas, medos, convicções. Aparece muito "chute", certamente, mas a personalidade de seus administradores é que dá o "clima" aos ambientes.
Uns impõem, outros cerceiam, alguns se omitem, independente do nível e temas propostos para debates, o cerne deve estar em permitir a troca de informações entre novatos e os mais experientes com moderação.
Não fosse isso, qual o sentido da interatividade? Neste caso, seria melhor apenas escrever um livro.
Eu já frequentei muitos fóruns, e hoje me restrinjo a apenas um - o MF (embora seja leitor assíduo de vários blogs independentes, como este, o TiB, o Blog do Crédito, TraderFeed, o Viés do Samuca, RGB do Roubini).
Seja qual for a preferência individual, é preciso filtrar e saber que existem aqueles que compartilham, os que se solidarizam e os que exploram.
O problema é que tem muita gente "vivendo apenas de quem vive de bolsa" (talvez nem operem mais seu próprio capital, mas como dão "dicas"!)... o mercado é muito maior e mais complexo do que isso!
Forte abraço ^v^
Meu caro SG, o espaços virtuais a que me refiro não são os públicos. O foco principal da postagem são aqueles vinculados a corretoras/consultorias, no qual a tarefa do "host" basicamente é prover entretenimento e manter as chamas da esperança dos participantes acesas.
[]s
Isto é realmente deplorável!
Além de "vender" esperança" os "analistas" têm por obrigação modificar a cada mês a carteira teórica "sugerida", para gerar atividade (e corretagens) de seus clientes. Interesses (nem tão) ocultos e "rabo-preso"!
Mesmo havendo parcerias, todo administrador de um espaço público deveria buscar sempre a máxima isenção em suas moderações.
A credibilidde não tem preço... e manter-se independente é uma virtude que poucos conseguem preservar.
Absssssssss ^v^
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