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domingo, 19 de junho de 2011

IFR2 Ou IFR5? MM5 Ou MM7?

Recebi esses dias email de uma corretora onde mantinha conta. O propósito era divulgar um serviço de backtesting recém-disponibilizado aos clientes, sem ônus adicional. Essa atividade de emulação tem se tornado bastante popular em Brasilândia recentemente. Vimos o mesmo ocorrer por aqui há quase 10 anos com os simuladores (paper trade). Há um grande gimmick por trás do chamado backtestingQuem não gostaria de implementar suas próprias estratégias automatizadas? Afinal essa parece ser uma solução mais razoável que simplesmente pagar por serviços "proprietários" periodicamente ou comprar pacotes do tipo "black-box". Há, claro, um aspecto negativo que a maioria não considera: O usuário não entenderá a lógica do ebb-and-flow de preços das várias classes de ativos. Ou seja, não me coloco contra trading systems, desde que o usuário possua uma base firme de conhecimento.

Vejamos um caso hipotético no qual Zé Esperto tenha obtido um resultado de 80% de acerto em um backtest de 4 anos com drawdown máximo de 3%. Imaginemos que na primeira entrada o papel X comece a escorregar pra baixo do preço de compra. O prejuízo potencial vai se avolumando. E em dias já supera os 3%! Yikes!! O que Zé Esperto - que não compreende o balé dos preços - fará com esse drawdown inesperado? Duas alternativas se apresentam:  "paga para ver" ou "estopa". Com relação à primeira ocorreu-me um relato do conhecido trader de commodities Larry Williams que tinha um amigo que amealhara alguns milhôes de dólares na década de 70 com uma estratégia específica. Continuou a praticá-la e perdeu quase toda sua fortuna. Irresignado, suicidou-se. Se seguir a segunda (leia-se, uso de estope loss imprevisto), é bem mais provável que continue a trilhar o caminho do backtesting, com outro tipo de estratégia. Mudará um periodozinho do(s) indicador(es) aqui e outro ali. Apostará que a anteriormente escolhida foi a culpada pelo insucesso. Errado. Em nenhum momento ele saberá por que determinado sistema funcionou ou deixou de funcionar. Assim como Charles Chaplin no filme Tempos Modernos, o seu entendimento não vai além do "aperto de porcas em uma linha de montagem". A estratégia mais popular -  conhecida como IFR2 em Pindorama - teria causado perdas significativas nos trades dos incautos, quase sempre em posições compradas, no crash de 2008. Um conhecido trader veterano, radicado nos E.U.A., há um mês escreveu para informar en passant que devolveu todo o lucro do ano no mercado futuro (choppy) de cobre. Esperou por uma tendência que nunca se desenvolveu. No entanto - embora não tenha se manifestado nesse sentido - sabe exatamente  que a perda não decorreu da estratégia utilizada e sim do seu equívoco na interpretação da estrutura de preços.
 

Apenas observem que ao longo da existência do MFF tenho identificado com antecedência (e consistência!) pontos de inflexão nos principais índices que não raro se revelam importantes tops e bottoms* intermediários. A habilidade de market timing só é possível se o observador compreende os diversos aspectos da estrutura de preços. O estudo (necessário, claro) não é suficiente. Esse aprendizado leva uns bons anos anos se houver sério compromisso. Menos tempo se o aprendiz possuir orientação adequada. Por outro lado, se buscado em esforços esporádicos, individuais e eventuais - o caminho escolhido pela maioria - essa arte NUNCA será assimilada. A escolha é do freguês.
* Postagens registradas sob o marcador "track Record do blog".

2 comentários:

Marx disse...

Tem um artigo relevante ao tema, escrito pelo Dr. Brett Steenbarger.
Nas palavras dele... "Acredito que a perspectiva do aprendizado implícito ajuda a explicar por que poucos traders alcançam o sucesso nesse ofício. Simplesmente, eles não podem durar mais que suas learning curves. Se, de fato, leva milhares de ‘tentativas’ para gerar esse conhecimento implícito, um grande numero de traders vão a falência antes de alcançar isso."
The Navigator Mode, or not.

Fact Finder disse...

Excelente artigo. Depois o leio com calma e faço minhas considerações. Quem sabe se por meio de uma postagem?
Steenbarger - embora seja um acadêmico strictu sensu - tem a rara habilidade de sistematizar as ideias de maneira objetiva e prática. E, ao contrário dos seus pares, não costuma empurrar falácias estatísticas pela goela dos seus leitores.
Valew. []s