Há somente uma maneira de se perder capital nominal, stricto sensu: Compre por um preço maior e venda por um menor. Inverta o raciocínio no caso de operações vendidas. Por outro lado, há várias maneiras de se consumir capital "psicológico". Uma delas é criar correlações imaginárias entre dois ativos durante o timeframe de operação. Observe-se que estudos de correlações de dois universos amostrais são estatísticas. Cite-se, p.ex., a forte correlação inversa que o S&P cash estabeleceu com o dollar Index durante a implementação do QE2. Não se deve extrapolar a natureza desses tipo de estudos. Extremamente vulnerável a essa tentação está um nicho de investidores que já adquiriu alguns conhecimentos básicos sobre price action. Certos traders/especuladores jamais desistem da busca pelo Holy Grail, ainda que sejam habitués deste blog.
Durante o subprime crash vários analistas de Wall St. chamaram a atenção para expressiva correlação positiva entre o price action de equities e o do Baltic Dry Index (BDI) [vide chart]. A consequência dessa propaganda fora óbvia: criaram-se séquitos de BDI followers nos meses que se seguiram. Muitos sequer sabiam de sua existência antes disso. Em setembro/10 escrevi "Fact Finder Always Ahead Of The Headlines". À mesma época vários BDI followers lotaram blogs e fóruns chamando atenção para o major selloff por que passava o BDI. Para alguns argumentei (em vão) que guardassem pragmatismo em relação a esse tipo de observações. Muito provavelmente grande parte dos que partilharam dessa mesma visão correlacional ficaram de fora do QE2 rally. Viram e sofreram com um esperado crash - anunciado pelo BDI - que nunca apareceu durante o segundo semestre de 2010. O desgaste do capital "psicológico" por ser mero expectador de um major rally é significativo. Normalmente a frustração é tão grande que o retail investor sente-se forçado a adotar uma das seguintes ações: ou compra o primeiro sinal de fraqueza, ainda que mínimo; ou segue sendo estopado em inúmeras operações vendidas. Mudam apenas os personagens. A estória é sempre a mesma.
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