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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

What Is Cognitive Dissonance?

1o. episódio: Na primeira vez que sentei no banco do motorista de um carro de Auto-Escola o instrutor me olhou e perguntou: "Você dirige?" Disse que sim. Torceu a cara. Tempo depois me confessou que sempre fazia essa mesma pergunta porque preferia alunos sem qualquer experiência de direção. A explicação é intuitiva: uma vez adquiridos os vícios no modo de dirigir é muito difícil de se livrar deles. Faz sentido. Aliás, muito sentido. Pode ser que o  aluno com alguma experiência reprima seus vícios na presença do instrutor. Mas é quase certo que volte a praticá-los na ausência dele. Embora se apresentem razões para adotar ou evitar certos comportamento na direção de veículos automotores.

2o. episódio: No final de julho tomando um chopp com um amigo investidor de viés fundamentalista, sugeri que adquirisse o hábito de fazer lançamentos cobertos "fora-do-dinheiro" em um papel que respondia por grande parte de sua carteira. Tratava-se de uma empresa líder em seu segmento com grande parte de suas receitas espalhada pelo mundo. Naquele momento disse-lhe que seria conveniente adotar algum hedge contra quedas. O seu principal receio - pelo que me pareceu - era o de ser exercido e "deixar o dinheiro na mesa", como dizem os yankees. Até então, não sabia que o resultado trimestral seria liberado no próximo dia útil. Veio abaixo do esperado. E o papel levou no queixo, caindo sem parar. Fez um fundo em 01/10, junto com o broad market, mas continua até a presente data razoavelmente abaixo do ponto visto no momento de nossa conversa. Dias depois de nosso encontro perguntei se ele havia feito o lançamento coberto. Respondeu-me que não.

Conclusão: As pessoas (investidores, no caso) sempre seguirão as suas convicções (boas ou ruins). Na maior parte das vezes podem parecer solicitar uma opinião. Mas isso é falso. Apenas levarão em conta os argumentos do interlocutor que sejam coincidentes com a sua. Descartarão principalmente os argumentos que estejam em conflito com suas deliberações anteriores. Trata-se de um inconsciente mecanismo de defesa com o propósito de minimizar o desconforto de ter que conviver com duas ideias contraditórias (dissonância cognitiva). Por isso, uma das coisas que deixei de fazer há muito tempo é emitir opiniões sobre mercados de renda variável a amigos ou conhecidos. Abro apenas uma exceção, assim como aquele instrutor da Auto-Escola do primeiro episódio: o consulente não deve saber nada sobre mercados e nem possuir qualquer experiência prévia. Apenas nessa condição, levará em consideração o que, porventura, tenha a lhe dizer. A maioria dos investidores, mesmo com pequena experiência e sem resultados consistentes, se acha "acima da média". Voltarei a esse assunto específico em outra postagem.

3 comentários:

aguia disse...

a se ler simplesmente, apenas como mais um issue, mesmo que de palavras vindas de um pró (...ficiente, rs), à primeira vista isso tudo parece tão óbvio que a gente poderia pensar: "é mesmo, tem gente que é assim mesmo"...

BUT, eh, na verdade, um baita ALERTA!

isso daí é chapeu que serve pra toda cuca (bird's included).

()s

Fact Finder disse...

Karo Akilinium, a maior deficiência dos investidores que não mostram resultado é comportamental e não técnica. []s

aguia disse...

INDEEEEEEED, Sir!

porrrrrrrrrisso mesmo, caro Alex, penso que o mais importante, até mesmo do que um profundérrimo saber técnico, é o cara ter um Sistema operacional (momento de entrar e de sair, of course); e que o mesmo seja baseado - não só nos Indicadores que usa - BUT, e primordialmente em targets radicais, obedecidos sempre, "religiosamente"!

áxu, rs.