Costuma-se dizer que a manada está sempre errada. Trata-se de um cliché de mercado. No fundo essa afirmação é uma meia verdade. Ela está sempre errada nas grandes reversões. Todavia, está certa na maior parte do movimento que as antecederam. Nos pontos de inflexão o emocionalismo inebria o discernimento.
É possível desenvolver indicadores contrários ad hoc. Basta que se desenvolva uma forma de mensuração - igualmente espaçada no tempo - de eventos ligados a determinados comportamentos típicos de investidores/especuladores, principalmente individuais. Em postagens anteriores sugeri como isso pode ser feito por meio do Google Trends.
Quem não quiser ser tão alternativo pode usar uma das tradicionalmente usadas. Parte delas só é acessível, com lag time aceitável, mediante serviços pagos (Market Vane, p.ex.). Os P/C Ratios mais conhecidos são fornecidos pela CBOE e pela ISEE. A metodologia, no entanto, não é a mesma. Em tese a desta seria mais fidedigna, pois só leva em consideração long positions dos retail investors. Deixa de fora as operações do smart money (market makers + instituições). Mas pela minha experiência observo que é possível obter resultados confiáveis com a metodologia daquela primeira também.
Aplicação ao caso concreto: Atingidos os níveis de preços do topo anterior no S&P500 (1150), seria normal esperar que o nível de complacência, analogamente, fosse o mesmo. Seria apenas. O ebb-and-flow nos estados de ânimo dos players do mercado percorre uma dinâmica um pouco diferente. O ISEE PC Ratio ainda não chegou aos níveis daquele de meados de janeiro (vide chart acima). Com relação ao da CBOE, idem. Talvez isso ocorra com um ou outro contrarian indicator. Não com os PC Ratios...Permito-me dizer que não vi ainda um dia de capitulação real dos bears. Talvez isso ocorra agora na semana do primeiro triple witching (agora quadruple) do ano. Who knows?
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