No mês dos mentirosos a BMF/Brochespa pregou uma peça no segmento (mais rentável) dos investidores. Criou taxas de manutenção sobre valores em custódia em vigor a partir de maio (clique aqui). Os novos valores de taxas de negociação já valem a partir da próxima segunda. Livram-se da tunga os menos abastados, com quantias em custódia menores que R$300k (os chamados "não-qualificados"). Os "investidores qualificados" (denominados accredited investors, nos EUA) que pouco giram suas carteiras são o alvo preferencial do "olho gordo". Apesar de haver uma tabela regressiva de percentuais em função de valores crescentes, os montantes absolutos podem ser bem expressivos. Usando o simulador disponibilizado gentilmente pela BMF/Broxespa (clique aqui) é possível perceber o efeito tanto para quantias crescentes de custódia, como para giros financeiros maiores.
A consequência lógica dessa medida é um aumento de receita das bolsas de Pindorama. Ao mesmo tempo há um incentivo (indireto) a um maior giro nas carteiras, o que é benéfico para corretoras também. Provavelmente as que atrelam isenção de taxa de custódia a uma operação/mês continuarão matando no peito essa "taxa". E pode haver uma nova competição aberta nesse segmento de "esmolas".
O diagnóstico feito até aqui baseia-se na matemática e no bom-senso. Mas o que poderia estar por trás dessa mudança de cobrança por serviços de custódia? [Isso não será falado em nenhum outro lugar.] As receitas das corretoras e das bolsas com corretagem caíram sensivelmente. E essa é uma primeira medida paliativa para tentar recuperar parte das perdas. "Fact, como você sabe disso?" Meus caros, o comportamento das pessoas é imutável. Daí tudo o que tradicionalmente ocorre em bear markets repetir-se-á. As quedas abruptas de volume (giro financeiro) são características de ciclos de baixa. Não sou pessimista. Sou apenas um estudioso do comportamento do rebanho.
Citei primeira medida porque outras virão. E, conforme comentado outras vezes, a tendência ainda é o desaparecimento de alguns homebrokers e/ou fusão de outros. As maiores corretoras conseguirão desenvolver novos produtos (não-gratuitos) para o seus HBs, criando novas fontes de receita. Outras optarão pela segmentação mais nítida de clientes. As que ficarem inertes não sobreviverão ao urso.
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