Tenho reiteradamente comentado sobre o chamado "conflito de interesse". Minha experiência diz que poucos realmente se preocupam com isso. No momento por que passam os mercados bursáteis estou preferindo o velho adágio "read the charts, forget the news". Para a incredulidade dos experts, os modelos econométricos têm se mostrado inúteis no cenário atual. Bom exemplo é aquele que associa desvalorizações no câmbio a repiques nos índices de inflação. Ou seja, uma interpretação feita em borra de café tem se mostrado tão (in)eficiente quanto uma consagrada por um modelo criado por um brainiac.
Na era do amplo deleveraging e crise de confiança no fiat system, a tendência é que conflitos de interesse entre profissionais de mercado e clientes aumentem. Não confudam opiniões contaminadas por esse conflito com aquelas apresentadas na Globo News ou no Jornal Nacional, por exemplo. Nesses veículos os profissionais (geralmente economistas e consultores) aparecem somente para justificar por que determinado preço de ativo subiu ou caiu. O público leigo é intrinsecamente muito sensível a avaliações de gente de ternos estilizados e gravatas italianas aprumadas. Só para exemplificar, o AfterMarket alcançou o recorde de negócios em 16/12. Wow! A marca anterior havia sido registrada em 20/maio, logo depois da concessão do investment grade (IG). O giro intenso nesse contexto do price action denota otimismo, esperança e não capitulação. A realidade tem sido cruel com os teóricos da macroeconomia. Por outro lado, a análise da reação da manada é atemporal. Reações do Homem de Neanderthal diferem pouco da dos investidores leigos.
6 comentários:
Caro Fact Finder,
Se você tivesse lido o comentário no post "Por Que Os Juros Não São Reduzidos?" no Trading in Blog ao invés de acompanhar o "news flow", você perceberia que alguns já previam a mudança na tendência dos juros.
Não entendi, caro Mdb. Não fiz comentário sobre tx de juros na postagem.
Caro Fact Finder,
Estava me referindo ao seu comentário sobre os modelos econométricos. Realmente concordo com você sobre a qualidade dos modelos utilizados pela maioria dos analistas do mercado brasileiro. Só não concordo com a idéia "read the charts, forget the news" em nenhuma circustância. Sou mais a favor de "se não entendo, fico fora". Para se investir com segurança precisamos de modelos tanto para valuation quanto para gerenciamento de risco, não me refiro ao VaR mas saber fazer análise de sensibilidade é fundamental, por exemplo uma pergunta trivial que devemos fazer atualmente é como o preço de ação deve se comportar quando os juros são reduzidos para zero ? A análise para se chegar a resposta correta é complexa e chata nunca colocariam na Globo, talvez um dia no Discovery Finance...
Muitas vezes vemos má fé onde apenas existe ignorância.
veneravel FACT:
tempos muito bicudos para se acreditar seja no que for... não ando analisando nada, pois não dá para confiar nos indicadores tradicionais, descaradamente clonados nas intervenções segura-peão do market chapa-branca, aqui e na Geral.
apenas ando olhando atentamente os charts, principalmente os mais longos que contam a história real que muitas vêzes as estorinhas de um intraday fantasiam (veja o intra de DJ hoje) e vou tentar uma nova ferramenta que descobri na imensa parafernália Analítica:
o Ichimoku Kinjo Hyo (rsrsrs).
seu leitor Mdbllbr, não sei se percebeu, o remeteu ao blog TiB, outro espaço também seu - onde êle fez questionamentos de altíssimo nivel ao último post do KB - e aproveito sua última frase aqui "Muitas vezes vemos má fé onde apenas existe ignorância", para, respeitosamente, of course, acrescentar que - entretanto - no MF, penso eu, a ignorância, real ou proposital, quando no ventilador da midia, é sempre veneno LETAL (para patos e sardas principalmente).
parabens again e aparece pô que a multa já tá cabeluda.
prazer, Mdbllbr.
[ ]ão para ambos.
1. Md, concordo com o famoso "when in doubt stay out". Perfeito. Acho o mesmo, como tenho falado aqui.
A ocorrência de ignorancia é cada vez menor à medida que cresce a experiencia e importancia do cargo do interlocutor. Digamos que se trata de uma avaliação "ad hoc".
2. Amigo Akilino, valeu pela força, como sempre.
Fact
Em 16/12 no pregão normal as pessoas físicas foram net sellers em R$ 0,22 bilhão.
No pregão anterior foram net sellers em R$ 0,21 bilhão e no pregão seguinte em R$ 0,09 bilhão.
No mês as pessoas físicas foram vendedoras líquidas em R$ 1,99 bilhão.
KB
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