DISCLAIMER


DISCLAIMER: 1. The risk of trading equities and/or derivatives can be substantial. 2. Any decision to purchase or sell as a result of the opinions expressed in this blog will be the full responsability of the person authorizing such transaction. 3. Past performance is not indicative of future results.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Bullish Consensus By Market Vane


Market Vane Corporation é uma conhecida empresa de Pasadena (CA) editora do Bullish Consensus, uma pesquisa de opinião inicada na década de 60. O resultado é obtido a partir de uma compilação de opiniões de consultores/analistas com foco nos mercados futuros de commodities.

Algo clama pela minha atenção na atual configuração do Bullish Consensus: o percentual de bullish advisers ainda está distante daqueles verificados nos bottoms de 1987 e 2002. A análise desse indicador, mais ampla, bate com minha impressão de que mesmo em timeframes menores ainda há uma complacência teimosa...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Some Thoughts Amid Year-End Doldrums...

Em um período em que nada de relevante acontecerá ocorreu-me fazer alguns comentários sobre generalidades:

1. Sempre quis compreender a razão da grande histeria que toma conta da mídia pindorâmica em períodos que antecedem reuniões do Copom. Isso até faz algum sentido em países com taxas de juros reais em níveis civilizados. Mas certamente esse não é o nosso caso. Mais irritante que isso é a mesma novela que segue após "mudanças" na Selic: entrevistam Fiesp, CUT, etc. E as ladainhas são as de sempre. Qualquer processo expancionista promovido pelo Copom não terá muito espaço se as perspectivas dos agentes econômicos yankees se concretizarem (vide postagens anteriores);

2. Esqueci-de comentar que um dos responsáveis pela queda dos yields dos Treasuries são os bancos yankees que compram os títulos com os próprios recursos do Tesouro em lugar de direcioná-los a operações de empréstimo. Mecanismo já exaustivamente manjado;

3. Quanto menos você compreender a reação dos investidores a eventos, menor será sua probabilidade de sucesso como technician. Vejam abaixo o número de buscas no Google Search pelo verbete "emerging markets" desde 2004. Após um pico (blowoff no ponto F) de busca em outubro/08, o "interesse" por EMs tem caído consistentemente e atingiu recentemente números mínimos verificados no track record dessa ferramenta. Bueno, tirem suas próprias conclusões.


quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Visits Of M. by F. F. "By Country"

Para quem tem curiosidade em saber a abrangência geográfica dos visitantes de um blog...aí acima vai uma composição dos países de origem das visitas ao Markets By Fact Finder, nos últimos 7 dias.

Learn How To Read The Markets


No dia 7 de dezembro fiz o comentário "Moment Is Deflationary but..." mostrando por meio da análise de charts (e não por meio de achismos) que a enorme quantia de dinheiro despejada no sistema já havia "incendiado" as expectativas de inflação para abril/2010 (vide TIPS para vencimento na mesma data).


Em um sistema de fiat money, em tese, os bancos centrais possuem a capacidade de criar inflação. Esse fato não é certo porque o que rege o comportamento da economia é o ser humano e não o inverso. A mídia nos passa a sensação de que a tal "economia" é um ente superior indecifrável, somente acessíveis a PhDs. Mutatis mutandis a atividade de investimento é - a meu ver - mais uma arte que ciência.

As confusões das pessoas se refletem nos vários mercados e ativos. Nesse momento percebo 2 inconsistências/incoerências relevantes:
  1. TED Spread cede seu passo abaixo dos 2%, enquanto o
    HY Spread entrou em trajetória parabólica (hat tip to Samuel). É bastante natural esperar que sigam mais ou menos a mesma direção. E em um momento isso ocorrerá. Quando? Nunca se sabe. Resumindo: o cenário menos crítico da taxa Libor não encontra eco (ainda) no sistema de financiamento de empresas com ratings de crédito que não sejam uma "Brastemp";


  2. Yields dos Treasuries com rendimentos reais negativos sugeririam cenário deflacionário. Mas o price action dos TIPs mostrou uma acentuada reversão. Afinal, inflação ou deflação? Há vários fatores de curto prazo que tendem a deprimir yields. E talvez o menor deles nesse momento seja uma expectativa de deflação. O chart acima mostra essa contradição entre a expectativa embutida nesses ativos, que se acentuou em dezembro.
Technical analysis é instrumento de acompanhamento. Assim como em um jogo de poker só convém fazer grandes apostas quando sua "mão" (seqüência de cartas) estiver forte. Se você não pensa assim, recomendaria ir a um cassino onde a diversão é maior e mais barata.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

DJIA In December: Another Correct Call

Bem, recentemente comentei que geralmente acerto para onde o mercado não vai. [Desculpem-me a provável falta de modéstia nessa afirmação :)] Muitos analistas cantavam como certo o year-end rally. Li uma postagem de um forense de viés fundamentalista dizendo: "...sobe em dezembro, janeiro e depois começa a cair". Wow! Quanta precisão!

Tenho alertado que um certo otimismo dos retail investors nesse leve bottom era um obstáculo ao rally, além das volatilidades altas no médio e longo prazos. Outra circunstância muito curiosa desse mercado tem sido os freqüentes technical fakeouts proporcionados por ele. Vejam, p. ex., o falso breakout recente da MM de 50 dias no daily chart.

O chart acima mostra as ichimoku clouds aplicadas sobre o Dow Industrials. O aspecto mais notório é a "nuvem" espessa - área de oferta - pairando logo acima dos candles. Ou seja, mais um obstáculo ao price action no curto prazo. Observem como a "nuvem" serviu de teto aos preços no mês de agosto. Minha avaliação anterior para o mês de dezembro não tinha levado em consideração a análise desse chart. Suspeito que o price action de janeiro não seja muito diferente do desse mês. A brand-new conundrum: O que fazer quando nem os meses com retornos mais positivos, historicamente falando, servem de desculpa para um bear rally?

[Cuidado com os comerciantes de bancas e corretoras que já estão cantando a volta do investidor estrangeiro em 2009.]

Unwinding Carry-Trade II

Pequeno followup do primeiro capítulo Unwinding The Carry-Trade - postado no dia 10/out - no qual arrisquei uma "previsão" do pair YEN-USD na faixa 115-120 em até 12 meses. Preços já atingiram mínimo do range citado nesse mês de dezembro (2,5 meses após postagem). O momentum de longo prazo é forte e operadores long mais alavancados no yen desde os 90 teriam razões para liqüidar ou suavizar suas posições talvez um pouco mais acima.
Um throwback na moeda japonesa poderia estimular apenas um dead-cat bounce no mercado de equities yankee.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Conflicts Of Interest et Alli

Tenho reiteradamente comentado sobre o chamado "conflito de interesse". Minha experiência diz que poucos realmente se preocupam com isso. No momento por que passam os mercados bursáteis estou preferindo o velho adágio "read the charts, forget the news". Para a incredulidade dos experts, os modelos econométricos têm se mostrado inúteis no cenário atual. Bom exemplo é aquele que associa desvalorizações no câmbio a repiques nos índices de inflação. Ou seja, uma interpretação feita em borra de café tem se mostrado tão (in)eficiente quanto uma consagrada por um modelo criado por um brainiac.

Na era do amplo deleveraging e crise de confiança no fiat system, a tendência é que conflitos de interesse entre profissionais de mercado e clientes aumentem. Não confudam opiniões contaminadas por esse conflito com aquelas apresentadas na Globo News ou no Jornal Nacional, por exemplo. Nesses veículos os profissionais (geralmente economistas e consultores) aparecem somente para justificar por que determinado preço de ativo subiu ou caiu. O público leigo é intrinsecamente muito sensível a avaliações de gente de ternos estilizados e gravatas italianas aprumadas. Só para exemplificar, o AfterMarket alcançou o recorde de negócios em 16/12. Wow! A marca anterior havia sido registrada em 20/maio, logo depois da concessão do investment grade (IG). O giro intenso nesse contexto do price action denota otimismo, esperança e não capitulação. A realidade tem sido cruel com os teóricos da macroeconomia. Por outro lado, a análise da reação da manada é atemporal. Reações do Homem de Neanderthal diferem pouco da dos investidores leigos.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

2008: A Tragedy In 10 Steps

Posso dizer que chegamos a um ano de "blogagem". Aos novos leitores preparei um resumé das postagens (avaliações de cenários) que considero importantes e se mostraram acertadas, menos de 15 dias depois de feitas. São mensagens alertando sutilmente para a alta probabilidade da ocorrência de pontos de inflexão no price action em 2008:

1. Você acreditou que os mercados iriam degringolar na metade de janeiro/08? Eu não.

2. No final de fevereiro ficou claro que o momento era de profit-taking e montagem de estratégias menos bullish principalmente para os swing traders. Confira o que aconteceu depois.

3. Você observou em março de 2008 que os mercados acionários estavam começando a puxar o freio-de-mão desde o ano passado ou estava acreditando naqueles 80 e poucos mil pontos da banca estrangeira para o final do ano?

4. O desfazimento do yen carry-trade - apontado por mim em abril - começava a mostrar a rápida percepção de piora nos fundamentos macroeconômicos em Wall St.

5. Você acreditou naquele "Conto do Vigário" chamado Investment Grade? E a partir de então os fundos de pensão yankees iriam entrar "pesado" em Pindorama? hehehe

6. Meu caro leitor, você é habitué do Info Monkey, cuja equipe gosta de entrevistar a créme-de-la-créme dos grafistas de Pindorama? Aposto que V.Sa. foi vítima da "realização saudável" aos 66k pontos do Ibroxespa, né? (14/05/08)

7. A tendência estupidamente parabólica no longo prazo e a extrema histeria que tomou conta do mercado de Crude Oil me deixou com a convicção de que um major blow-off era iminente. Analistas já falando em US$200/barril...Deu no que deu. (30/06/08)

8. No início de agosto achei engraçada a manada de grafistas que enxergavam divergências positivas a rodo e viam que viria um grande rally a partir dos 53k. Claramente mostravam uma visão míope para o momentum bearish. Resultado: o price action vazou a região e nunca mais olhou pra cima.

9. No meio de agosto já era nítido o padrão de "lower lows-lower highs" nos emerging markets (EMs), o que caracteriza um bear market. Mas a manada ainda estava anestesiada pelos anos infindáveis de alta (15/08/2008).

10. Nem a débaclê das commodities fez Diretores de companhias abertas, regiamente pagos, desembarcarem de posições vendidas (e até alavancadas) em dólar americano. Bom, por falta de aviso não foi...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

DJIA: Keep It Simple Stupid

O primeiro teste do price action na média móvel de 50 dias não foi lá muito alvissareiro. Para encontrar alguma base de argumentação bullish para o DJ Industrials espera-se ver uma superação convincente desse landmark. Na virada do mês chamava a atenção - sem muita eloqüência, é verdade - para o retorno histórico positivo no mês de dezembro. Bem...so far so good. Tudo de acordo com o esperado: Momentum baixista diminuindo. Apenas isso. Pra quem possui alguma expertise em TA, travas de baixas (credit spreads) na série de dezembro cozinhadas em banho-maria parecem interessantes.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

The Time Advantage


Às vezes fico pensando no que me atrai em mercados acionários. Mesmo com meu background em ciências exatas, anos de estudo e observação do price action sinto-me permanente desafiado pelas forças ocultas dos mercados. Nada disso funcionaria se não houvesse uma certa insatisfação inerente à minha personalidade. Se você chegou até aqui lendo isso, provavelmente carrega "genes semelhantes". :)

Quando conhecidos fazem aquela pergunta desagradável do tipo "Você acha que o Ibovespa sobe ou cai?", prefiro responder que pra onde vai eu não sei. Mas geralmente acerto para onde não vai no timeframe examinado. Para isso é suficiente que eu examine alguns charts (absolutos e indexados), sentiment indicators. Dados adicionais servem apenas para corroborar minha impressão inicial. Não preciso mais que isso. Uma vez um colega forense de longa data me falou..."Fact, o legal é que você não vira casaca nem quando todo o fórum discorda da sua opinião". Nunca esqueci...Melhor assim. Não gosto de ser carregado nos braços do povo. E quando a maioria pende para o meu lado, realmente aí começo a desconfiar de que a hora é de reavaliar o cenário.

Em momentos como o que vemos, o mais importante é não consumir o capital mental e, se possível, o financeiro. Percebo monthly charts das principais averages com níveis de volatilidade somente vistos em preços intraday. Uma diminuição a níveis razoáveis pode levar um tempo extenso (um ano ou mais). Para piorar ainda parece haver uma ansiosidade acima do normal por parte dos retail investors em WS, refletidos em compras agressivas de calls (opções de compra) quando qualquer rally tende a engrenar. Claro que o p/c ratio (equity only) não é algo definitivo. Mas dá uma certa idéia. Definitivamente esse não é um sentimento que predomina em fundos.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Moment Is Deflationary but...



...o futuro (ou a expectativa dele) parece ser meio diferente disso. Acima se vê o desempenho das Notas do Tesouro yankee indexadas à inflação com vencimento em abril de 2010 (clique aqui). Coincidência ou não, o valor negociado no mercado secundário disparou com o início da administração dos "elixires milagrosos" de Mr. Paulson ("Vinde a mim que vos salvo").

O segundo chart é também um followup da postagem anterior. Mostra a limitação teórica da política monetária atual. O valor semanal atualizado não mostrado é 0,36. Note-se que o indicador de referência é a inflação oficial (clique aqui), das várias estimativas e metodologias de cálculo de inflação a mais subavaliada. Com um pouco de bom senso, chega-se à conclusão de que a economia yankee esteja entrando em patamares de taxa real de juros negativa, o que congela o fluxo de dinheiro para assets ("cash is king")*. O momento encontra algum paralelo apenas no início da década de 60 em que taxas reais (oficiais, claro) de juros estiveram próximas a zero em períodos recessivos. Resta saber qual a influência real que Mr. Volcker terá na equipe do president-elect Obama...


* Essa nota é dedicada aos leitores que não compreendem as sutilezas: Nesse cenário mais fácil um tijolo subir que suas ações de Petrobrás e Vale.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Credit Expensive For Good?

Há uns meses - enquanto o TED Spread ainda estava acima dos 3% - deixei na área de comentários do TiB uma manifestação: a de que passada a fase mais aguda da retração do crédito, o aspecto mais importante seria saber em que patamar iria se estabilizar seu custo, e de que permanência prolongada desse indicador na faixa dos 2% seria asfixiante para as economias do G-7 e de tabela, para os demais países. Pode ser que me engane, mas acredito que seja esse o cenário mais provável para os próximos meses.

Isso torna-se mais preocupante se considerarmos que as taxas de juros nominais nas economias dos EUA e da Europa estão em "multi-year lows". Ou seja, a partir de determinado momento a influência da política monetária será nula. E o instrumento expancionista mais utilizado no pós-Guerra terá se esgotado. Em um ambiente deflacionário desse cash is king, já que a aquisição de assets tende a ser um investimento perdedor. Os preços delas são declinantes.

O chart acima mostra como uma queda abrupta da Libor - abaixo da área importante de 2,50% - não se traduziu em normalização do Ted Spread em patamares considerados normais. A explicação, claro, está no fato de que yields de curto prazo (Treasuries Notes) despencaram ainda mais.

Order Amid Chaos

Mesmo um price action aparentemente anárquico guarda alguma coerência nos diversos ativos. Percebe-se que no mês de agosto estabeleceu-se igualdade nos retornos do ETF Brazil e das major averages yankees (representados por seus proxies), enquanto emerging markets (EMs) já estavam com retorno negativo (vide elipse). Desde então o proxy de Pindorama em Wall Street foi o ativo que caiu mais. Permanece nessa condição até hoje e tem andado praticamente pari passu com o restante dos emergentes (EEM).

Esse tipo de acompanhamento é fácil e eficiente. Bull markets mostram (quase sempre) EMs com força relativa superior a mercados de economia mais madura. Nitidamente percebemos na imagem acima o contrário.